Onze anos depois, chegou ao fim a batalha judicial que colocou o Icasa, do Ceará, e o Figueirense no centro de uma grande polêmica do futebol brasileiro. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) desistiu do último recurso e terá de pagar uma indenização que pode chegar a R$ 90 milhões ao clube cearense.
O imbróglio começou na Série B de 2013. O Icasa terminou a competição em 5º lugar, um ponto atrás do Figueirense, que conquistou a última vaga no acesso à elite do Brasileirão. Pouco depois, o time catarinense foi denunciado pela escalação irregular do meio-campista Luan Niezdzielski, que entrou em campo no empate contra o América-MG, em 28 de maio.
A CBF não percebeu inicialmente e, depois, alegou que a denúncia apresentada pelo Icasa aconteceu fora do prazo legal. Com isso, não houve punição ao Figueirense, que disputou a Série A em 2014.
O regulamento da competição previa que, em caso de escalação irregular, o clube fosse punido com a perda de três pontos. Se a regra tivesse sido aplicada, o Figueirense cairia para 57 pontos e a vaga na elite ficaria com o Icasa. Além da chance esportiva, o time cearense deixou de receber dezenas de milhões em cotas de TV, patrocínios e bilheteria.
A virada ocorreu em 2018, quando a Justiça Comum reconheceu o direito do Icasa a uma indenização. Desde então, a entidade máxima do futebol recorreu em diferentes instâncias até a decisão definitiva na última semana, que confirmou a reparação milionária.
Enquanto o Figueirense disputou a Série A em 2014, o Icasa viveu o caminho oposto: caiu para a Série C em 2014, foi rebaixado à Série D em 2016 e, desde então, não conseguiu retomar protagonismo nacional. Atualmente, o time está na Série B do Campeonato Cearense.
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