Professora de Joinville vai disputar 48ª Maratona de Chicago em outubro

Professora de Desenvolvimento de Sistemas do SESI SENAI de Joinville, Roselene Fenske, 51 anos, alinhará entre os 45 mil corredores que participarão da 48ª edição da Bank of America Chicago Marathon

por Rafael Alves
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A professora de Desenvolvimento de Sistemas do SESI SENAI de Joinville, Roselene Fenske, 51 anos, está prestes a escrever mais um capítulo de sua trajetória no atletismo amador. No próximo dia 12 de outubro, ela alinhará entre os 45 mil corredores da 48ª edição da Bank of America Chicago Marathon, uma das provas do prestigiado circuito World Marathon Majors.

Roselene embarca para os Estados Unidos em 6 de outubro, levando na bagagem meses de treinos intensos e a disciplina que também transmite em sala de aula.

“O treino perdido não se recupera. A disciplina que a corrida exige é a mesma que tento passar aos meus alunos: sem esforço e comprometimento, não se alcançam grandes objetivos”, destaca.

Da sala de aula às pistas

Biomédica de formação, professora do SESI SENAI e atualmente estudante de Educação Física, Roselene também administra uma clínica de estética e terapias integrativas em Joinville. Mesmo com a rotina intensa entre ensino, clínica e família, encontrou na corrida uma fonte de equilíbrio.

Sua história no esporte começou em 2015, quase por acaso, em um evento corporativo. Inscrita em uma prova de três quilômetros, terminou em segundo lugar geral.

“Voltei para casa com o troféu e a certeza de que queria continuar naquele esporte”, relembra.

A partir dali, mergulhou em treinos estruturados, aumentou gradualmente as distâncias e, em 2018, correu sua primeira maratona.

Roselene Fenske, de 51 anos, embarca para os Estados Unidos em 6 de outubro para disputar a 48ª edição da Bank of America Chicago Marathon

Experiência internacional

Desde então, Roselene já soma 12 maratonas concluídas, entre elas provas em Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Pomerode e Santiago (Chile). O auge até aqui foi a participação na Maratona de Boston, em 2024, conquista que exigiu índice classificatório rigoroso. O feito veio após desempenho em Florianópolis, onde completou os 42 km em 3h48min, tempo abaixo do necessário para sua faixa etária.

“Boston foi a realização de um sonho. É a maratona mais difícil de conquistar e de correr, mas também a que mais me trouxe aprendizados. Depois dela, tive a coragem de planejar novos desafios”, comenta.

Com a participação em Chicago, Roselene avança em direção ao objetivo de concluir todas as World Marathon Majors, que incluem também Nova York, Londres, Berlim, Tóquio e Sidney.

Treino e disciplina

A preparação para Chicago começou meses antes e exigiu conciliar treinos com a vida profissional. Muitas vezes, a corrida acontece nas madrugadas ou bem cedo pela manhã.

“Se tenho que dar aula cedo, acordo às 4h30 para treinar. Se a agenda aperta, ajusto os dias e horários. Mas nunca deixo de cumprir a planilha”, garante.

Nos períodos de maior intensidade, a quilometragem semanal chega a 110 km. A rotina inclui ainda musculação, dança, voleibol e até o bolão, esporte que já defendeu nos Jogos Abertos de Santa Catarina. Para manter o corpo preparado, a professora também fez ajustes na alimentação, cortando açúcar, lactose e carboidratos refinados.

Inspiração dentro e fora da escola

Mais do que conquistas pessoais, Roselene vê na corrida uma forma de inspirar seus alunos.

“Parados não chegamos a lugar nenhum. Tento mostrar a eles que com disciplina e perseverança é possível superar limites e alcançar sonhos que parecem distantes”, afirma.

Os estudantes acompanham de perto sua preparação e celebram cada conquista. Para a professora, o aprendizado do esporte se reflete diretamente na vida.

“A corrida ensina a lidar com frustrações, a persistir e a compreender que grandes resultados são frutos de processos longos e consistentes. Isso serve para a vida inteira”, completa.