A blumenauense Fabiana Aparecida Machado, 41 anos, aprendeu a gostar do esporte de rua quando morou fora do Brasil. Foi em Seattle nos Estados Unidos, onde viveu durante sete anos, que ela despertou a paixão por corrida e por trilhas. Ao retornar ao país descobriu através do SESI um grupo de corrida. Como não gosta de academias, começou a correr apenas como hobby, e de repente estava na maratona do Rio de Janeiro.
Atleta se desafiou
O desafio inicial para ela foram os 5 quilômetros. A catarinense tomou gosto pela corrida e aumentou gradativamente os percursos. Fabiana conta que o intuito não era competir, apenas se sentir bem e praticar um esporte. “No início comecei com 5. Participei de uma corrida noturna. E a partir daí veio a paixão por alcançar sempre um quilômetro a mais. Dos 5 fui para os 10. Dos 10 fui aos 21 que já é uma meia maratona”, relata.
A blumenauense estava satisfeita nos 21 quilômetros, mas o convite de um amigo fez ela focar nos treinos. Durante um ano Fabiana fez acompanhamento profissional também no SESI e em 2017 estava pronta para o desafio dos 42 quilômetros. “Foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida, relacionada ao esporte, até então. E para mim o segredo são os treinos. Na maioria das vezes eu treinava sozinha. Isso exige incentivo psicológico e cobrança pessoal”, destaca.
Exemplo de superação
A atleta participou de duas maratonas e viu seu esforço recompensado. Ela obteve os tempos de 5h30 na maratona do Rio em 2017 e 5h de prova em Porto Alegre em 2018. Fabiana relata que o objetivo não era competir, mas buscar superação pessoal. “Nunca fui competitiva, sempre quis me superar. Meu objetivo era cruzar a linha de chegada independente do tempo. E durante as duas maratonas eu não caminhei e nem parei em momento algum. Senti que fui bem nas provas e não tive caibras”, comenta.
Em 2018 Fabiana participou de uma caminhada religiosa. O trajeto de Itapema a Nova Trento, num total de 57 quilômetros, exigiu dela dois dias de percurso. Segundo ela, a caminhada exigiu força e determinação. “Foi um percurso que exigiu preparo psicológico e físico. Muitos participantes levavam a força da religião para conseguir completar. Muitas pessoas com bolhas nos pés, pessoas de idade com exemplo de superação e isso foi muito legal”, completa. No ano seguinte ela participou novamente. Dessa vez mãe de Fabiana, aos 71 anos, acompanhou a filha.
Projetos pós pandemia
A pandemia atrapalhou as competições, mas não desanimou Fabiana. Ela acorda todos os dias às 5h30 para treinar. São corridas de 6 e 7 quilômetros além de aula de pilates. Aos finais de semana a atleta faz treinos de 10 a 15 quilômetros. Quando a pandemia acabar a maratonista quer estar nas competições. “A paixão pela corrida me move e busco ir sempre além. E ano que vem com certeza vou treinar para participar de mais uma maratona”, finaliza.
Fotos: Arquivo pessoal Fabiana Machado