Bicampeão do futebol catarinense, o Carlos Renaux está perto de um momento histórico em sua trajetória centenária. Prestes a completar 112 anos, o Vovô está a dois jogos de voltar à elite do futebol catarinense, após mais de quatro décadas.
Um sonho que parecia distante, sobretudo entre o fim dos anos 90 e na década de 2000, quando o tricolor viveu momentos difíceis e ficou por vários anos licenciado, chegando a ficar sem o seu maior patrimônio, o estádio Augusto Bauer.
Em 2004 tentou um retorno ao futebol profissional, ocasião em que chegou a enfrentar o Brusque na Série B1 do Estadual, uma espécie de terceira divisão. A experiência, no entanto, durou apenas dois anos.
Neste tempo, o Vovô viu, estagnado, o crescimento do Brusque que passou a ser figura constante e cada vez mais protagonista na Série A, e, somente em 2018, curiosamente um ano antes da ascensão do Marreco no cenário nacional, o tricolor voltou a jogar profissionalmente. Depois de um acesso à Série B, sete anos depois a equipe volta a ficar muito perto de retornar à elite do futebol catarinense e reviver uma história que não ocorre há 41 anos.
A campanha
Após uma campanha promissora no começo da primeira fase, o clube chegou a liderança no início, mas viveu um momento de turbulência, com direito a três jogos sem vitórias e a saída do então treinador Luis Carlos Cruz. Foi pressionando para a última rodada, mas venceu o Camboriú com autoridade fora de casa e garantiu a segunda colocação geral do campeonato, com o direito de avançar direto às semifinais da competição. Um feito que já é histórico.
A campanha até o momento ainda garante ao time a possibilidade de garantir a vaga ao acesso em casa. O adversário será o Metropolitano, com a ida programada para este domingo (10) e a volta no sábado seguinte, dia 16, no estádio Augusto Bauer. A possibilidade de acesso e o momento em que vive o clube mexe com todos, como comenta o presidente Altair Heck, o Taico.
Ele resume o sentimento que toma conta do clube, destacando que o primeiro objetivo foi alcançado: evitar as quartas de final e conquistar a vaga direta. “A expectativa é muito boa. O objetivo de passar direto para a semifinal foi conquistado. E, melhor ainda, poder decidir o acesso dentro da nossa casa”, afirma.
Segundo ele, o diferencial deste ano está na união: “Nosso elenco é jovem, mas muito fechado e concentrado. Depois de tantos anos, o Renaux deve e precisa voltar para o lugar de onde nunca deveria ter saído”. O presidente ainda fez um apelo à torcida: “Chamamos todos os amantes do futebol de Brusque para estarem conosco. O acesso é como um título, e queremos viver isso junto com a cidade”.
Mais do que a chance de subir de divisão, a semifinal representa o reencontro do clube com sua essência. A disputa pelo acesso é encarada como mais do que uma meta esportiva, trata-se de uma oportunidade de resgatar o protagonismo do clube no cenário catarinense, projetando um futuro promissor.
Fundado em 1913, o clube carrega uma das camisas mais tradicionais do Estado. E, agora, essa história centenária está prestes a ganhar um novo capítulo. É a chance de mostrar que, mesmo depois de tantos anos fora dos holofotes, o Vovô continua vivo e forte.
