A grande final do Campeonato Municipal de Futebol Amador de Botuverá terminou neste sábado (30) com uma das maiores decisões e reviravoltas da história da competição. Depois de perder o jogo de ida por 4 a 1, o Ourífico deu a volta por cima, atropelou o Figueira por 5 a 2 no tempo normal e conquistou o título nas penalidades máximas.
O grande herói do jogo foi Silas, autor de cinco gols, o último deles já nos acréscimos da partida. Foi do camisa 9, também, grande reforço do Ourífico para essa temporada, o pênalti derradeiro que garantiu a conquista do time do Ouro, fazendo a festa da torcida local, que voltou a comemorar um título municipal depois de 12 anos.
Silas ainda terminou como o artilheiro do campeonato, com 12 gols marcados, seis deles nas finais. O Ourífico ainda teve o melhor técnico, Ilson Roberto Vaz, o Kinka. O melhor atleta também foi do time campeão, o goleiro Cucki. Já o goleiro menos vazado foi Muralha, do Areia Baixa, quarto colocado na competição.
Final histórica
A história da grande final entre Ourífico e Figueira será daquelas contadas de gerações e gerações. Se o clássico por si só já fica marcado pela rivalidade dentro de campo, o deste sábado estará no rol dos grandes jogos especiais. Depois de massacrar o rival com um 4 a 1 contundente na ida, o clima no Figueira era de confirmação da conquista na casa do adversário. E por incrível que pareça, se o cenário já era amplamente favorável, ficou ainda melhor quando Lang completou cobrança de falta e dilatou a vantagem com apenas 4 minutos de jogo: 1 a 0 Figueira e 5 a 1 no agregado.
A essa altura, até o mais otimista torcedor do Ourífico desconfiava numa reviravolta na partida. E a situação quase ficou pior pouco depois, quando Flavinho fez linda jogada pela esquerda. O jogador passou pela marcação de dois, invadiu a área e finalizou. A bola pegou na defesa e sobrou para Waltinho, livre, mas Cucki fez a defesa e evitou o segundo gol do Figueira.
O castigo, todavia, não demorou. No minuto seguinte, aos 8, a defesa do alvinegro fez o corte parcial de cabeça. Silas dominou de fora da área, puxou a marcação e bateu no cantinho, cruzado, para deixar tudo igual: 1 a 1. A virada veio aos 18, novamente com Silas. Luiz foi tirar cruzamento e acabou batendo com a mão na bola. A arbitragem anotou pênalti, convertido com categoria pelo atacante: 2 a 1.
O gol fez ressurgir a esperança do time do Ouro e o jogo pegou fogo de vez. O sonho da remontada ficou mais perto aos 44 minutos. Em um dia daqueles infernais para os adversários, o endiabrado Silas mostrou que estava inspirado. Em outro lance de fora da área, ele tirou a marcação para dançar e bateu de longe, com chute seco, no cantinho, para fazer o terceiro do Ourífico: 3 a 1 e 5 a 4 no agregado.
Etapa final
Com a finalíssima totalmente aberta, o público foi ao delírio na etapa final com cada jogada de ataque, de ambos os lados, com tensão e nervosismo entre os torcedores das duas equipes. Incrédulos, os amantes do Figueira esperavam por uma reação do time, ou, aos menos, que os atletas conseguissem segurar a vantagem. Já pelo lado do Ourífico, a missão que parecia impossível a essa altura já estava bem mais acessível, com a equipe precisando de apenas um gol para levar o duelo para os pênaltis.
E foi com fé em “São Silas” que o time do Ouro conseguiu o improvável. Aos 24, o artilheiro do Ourífico fez boa jogada pela direita e chutou cruzado. A bola bateu no defensor do Figueira e entrou: 4 a 1 no placar e uma torcida enlouquecida do lado de fora. O gol deixou o jogo dramático de vez, sobretudo após uma pintura de Flavinho, aos 30 minutos. O camisa 11 do Figueira cobrou falta com maestria, no ângulo de Cucki, para diminuir a vantagem, fazendo com que o título momentaneamente voltasse para as mãos do alvinegro: 4 a 2.
Os 15 minutos finais foram um verdadeiro teste para cardiaco. Pressionado, o Figueira se segurou bem e, depois de tantos sustos, parecia que manteria a vantagem. O time só esqueceu que Silas ainda estava em campo e, num piscar de olhos, viu o jogador se infiltrar nas costas da zaga após passe primoroso de Vitor Hugo e bater com a canhota para vencer o goleiro e colocar novamente o Ourífico no jogo: 5 a 2 para a equipe do Ouro, no apagar das luzes, de forma dramática, aos 47 do segundo tempo.
Superação coroada nos pênaltis
A superação do Ourífico ainda seria coroada nos pênaltis. Maicon converteu o primeiro para o time. Gabriel, em pênalti também muito bem batido, igualou o marcador para o Figueira. Da mesma forma, Diego (Ourífico) e Leal (Figueira) também converteram suas cobranças. No terceiro pênalti, Romário bateu na gaveta. Nos pés de Jeimes, o Figueira viu ruir as chances de título. O jogador bateu no canto direito e brilhou a estrela do goleiro Cucki, que fez a defesa. Nicolas fez o quarto e deixou o Ourífico muito perto do título (4 a 2). Cabana deu sobrevida ao Figueira na cobrança seguinte, a quarta do alvinegro. Mas ainda faltava ele: Silas. Com o peso nos pés para coroar uma atuação magistral, o camisa 9 correu para a bola e selou uma conquista épica. Bola no contrapé do goleiro e festa do time do Ouro, que volta a ser o principal protagonista do futebol de Botuverá após 12 anos.