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Especial Mês da Mulher: Camila Costa, a voz do Bruscão!

Jornalista da Rádio Cidade é a única mulher a realizar reportagem de campo em Brusque

por esportesc
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Por Vanessa Fagundes

Antes mesmo do Brasil ganhar o título de “país do futebol”, as crônicas sobre o esporte sempre ficaram majoritariamente a cargo dos homens. Mas essa história, com o passar dos anos, vem mudando.

Seja dentro ou fora de campo, as mulheres buscam e ganham cada vez mais espaço. Afinal, a história de que o futebol não é para mulher já ficou para trás. Veja, por exemplo, a jornalista Camila Costa, única mulher a fazer reportagem de campo para rádio em Brusque.

Amor pelo futebol
Natural do Rio Grande do Sul, a paixão pelo futebol acompanha Camila desde criança. Torcedora do Internacional, ela sempre acompanhava as informações do time do coração, quando também aprendeu as regras e se envolveu ainda mais com o esporte.

Em 2012, a gaúcha se formou em jornalismo pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa), na cidade de São Borja. O gosto pelo esporte fez com que Camila sempre realizasse os seus trabalhos acadêmicos voltados ao futebol. A admiração era tanta que em seu Projeto Experimental e Conclusão de Curso falou sobre as mulheres destaques no esporte são-borjense.

E foi conhecendo histórias de diferentes modalidades, destacando as mulheres e seus feitos em um jornal impresso de 12 páginas, que a gaúcha teve ainda mais certeza da profissão que escolheu e começou a trabalhar na Rádio Integração, de Restinga Sêca, onde atuou por sete anos antes de trabalhar na Rádio Cidade AM, em Brusque.

Primeiro jogo com a cobertura de Camila, no Rio Grande do Sul – Foto: Arquivo Pessoal

“Rádio viciante”
Assim como no futebol, a admiração pelo rádio também começou muito cedo na vida da jornalista. Camila conta que desde pequena criava seus próprios programas. “Com fitas da época, gravava a voz, chamava músicas, dava pausa, colocava o CD para tocar e encaixar o programa. Passava o dia fazendo isso”, relembra a repórter, ao relatar que o interesse pelo rádio foi decisivo na escolha pelo jornalismo.

“O rádio é viciante. Mexe com a imaginação das pessoas. Sou apaixonada por essa forma de se comunicar. A interação com os ouvintes, o carinho que recebemos e o reconhecimento” Camila Costa, repórter da Rádio Cidade AM

Duas paixões

Foi unindo as duas paixões que Camila iniciou no radiojornalismo esportivo. Na Rádio Integração, onde trabalhava, a jornalista iniciou cobrindo um torneio de futebol e o fato ficou conhecido na região pela quebra de tabu. “No primeiro jogo como repórter tive algumas dificuldades, mas eu percebi que sabia e entendia sobre uma partida de futebol. Sabia quando era falta, pênalti e o temido impedimento”, recorda.

Segundo Camila, apesar de cada vez mais mulheres estarem conquistando espaço no futebol, bem como tendo papéis de destaque nas redações, ela conta que ser mulher e ter que cobrir um esporte, ainda majoritariamente masculino, é um desafio. “No primeiro momento é necessário convencer em dobro que as mulheres também entendem. Existe uma desconfiança maior, mas isso no começo, atualmente eu já acho natural. Existe um respeito, uma igualdade na forma de lidar”.

Atuação em Brusque
Atuando há dois anos e oito meses na Rádio Cidade AM, em Brusque, Camila é a única jornalista esportiva de rádio da cidade a fazer reportagem de campo. No comando do microfone, ela já narrou conquistas importantes e decisivas do Brusque FC. Entre os triunfos está o jogo que deu o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro ao Quadricolor, entre Brusque e Ituano, no dia 11 de janeiro de 2021.

Camila Costa ao lado dos radialistas Dirlei Silva e Clodoaldo Pereira, após o Brusque vencer o Ituano e subir para a série B

“Fiquei feliz de ser escalada para fazer um jogo tão importante. Primeiro, a confiança da rádio que foi depositada em mim e depois o triunfo do Brusque. Após a partida eu ouvi praticamente todos os jogadores e os números de audiência eram enormes. Foi muito emocionante ter vivido aquilo”, descreve. “Sou muito feliz com o que vem acontecendo e extremamente grata a Rádio Cidade pela oportunidade, por acreditarem em mim. O primeiro respeito que eu tive foi dos meus colegas da equipe esportiva. Assim, depois vieram as consequências com o respeito dos ouvintes, me reconhecendo por isso e, em seguida, dos demais colegas de imprensa também. É uma construção, a cada jogo uma evolução”, diz.