José Carlos Torresani nasceu em Brusque. Hoje aos 45 anos, é casado com Saionara e tem duas filhas, Valentina, 10, e Sofia, 6. Ele iniciou sua carreira na educação no início de 1999 nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental Poço Fundo e Ponta Russa. Desde lá, já são 21 anos, 7 meses e 10 dias (até a divulgação dessa reportagem).
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Mas, desde cedo, Zé Carlos, ou o Mané, como também é conhecido na cidade, alimentava outro sonho além da sala de aula. “Desde meus 9/10 anos, (por volta de 1984/1985) me recordo muito bem que, em todos os momentos de folga, meu passatempo favorito era dentro de campos de futebol e quadras de futebol de salão, na época correndo atrás da bola com os amigos. Como a grande maioria dos meninos, meu sonho era ser jogador de futebol”, lembra. “Porém, na época, não existiam tantas oportunidades de “Escolas de Futebol” para se aprimorar. Com o passar do tempo o sonho foi ficando pra trás, mas a paixão pela bola só aumentava”, destaca ele.
O amor pelo futebol fez com que Zé Carlos passasse a jogar no juvenil do Brusque FC, entre 1991 e 92. Na mesma época, também foi convidado para fazer parte das equipes de futsal da CME e Cia. Industrial Schlosser, onde iniciou uma história que dura até hoje com a modalidade. “Foram 7 anos dedicados a treinos e muitas competições dentro do Futsal”, destaca.
Aos poucos, Zé Carlos foi vendo a chance de juntar as duas paixões: o esporte e a educação. “Vi a oportunidade de ligar a educação física ao esporte, de forma geral. Logo após encerrar minha graduação em Educação Física (dois anos depois), em 2004, veio o convite do então presidente da Liga Brusquense de Futsal (Claiton Frazon Costa) para iniciar um trabalho como técnico das categorias Sub-16/17 masculino e feminino de Brusque”, comenta. Apesar de inexperiente para função, aceitei o desafio e, desde então, procurei estudar e me aperfeiçoar constantemente dentro do Futsal”, conta.
Desde então, foram vários trabalhos desenvolvidos pelo professor brusquense, que chegou, inclusive a trabalhar com o time de futsal feminino adulto de Brusque, representando a cidade em competições da Fesporte. Mas Zé Carlos ainda tinha um outro sonho. “Mesmo estando muito satisfeito e tendo prazer com o trabalho, meu grande objetivo sempre foi realizar um trabalho voltado para a base (iniciação)”, observa.
A oportunidade veio em 2010, atráves de um convite para comandar o projeto de iniciação e rendimento no Clube Esportivo Guarani, onde ele está até hoje, tendo revelado (e formado) vários jovens, e projetado o clube no cenário estadual da modalidade. “Mesmo antes de iniciar a carreira como técnico, sempre que possível eu realizava junto aos alunos das escolas que lecionava trabalhos específicos com o futsal (em contraturnos) para participar de competições escolares no município”, diz. “Sempre fui muito apaixonado por Olimpíadas e Copa do Mundo de Futebol (maiores eventos esportivos do mundo), talvez daí também um sentimento todo especial pelo esporte de maneira geral”, observa.
Trajetória
Zé Carlos lecionou por 15 anos como “ACT” em diversas escolas do município. Além disso, também dividia sua rotina dando aulas em escolas de municípios vizinhos como Gaspar, Guabiruba e até mesmo no litoral, em Itapema. Em 2014, foi aprovado no concurso público da Prefeitura de Brusque. Hoje, leciona na Escola de Ensino Fundamental Paquetá e, há oito anos, também é professor de educação física do Colégio Cultura. Ao mesmo tempo em que comemora a sonhada estabilidade na educação, se sente realizado com o trabalho no futsal. “Penso que há uma ligação muito importante entre esporte e educação. Quando falamos em educação, podemos utilizar a “ferramenta” esporte não só para descobrir valores esportivos para alto rendimento entre crianças e adolescentes, mas também para agregarmos valores à educação, ao desenvolvimento socioemocional e à formação pessoal de cidadãos de bem, “críticos” na sociedade”, comenta.
O professor destaca que o esporte, em especial, é algo que abre portas e propicia oportunidades. “Para mim é uma satisfação enorme desenvolver o esporte junto dos meus alunos. Sabemos que a educação física, para a grande maioria, ainda é uma das disciplinas mais aguardadas durante a semana, só isso já bastaria para me motivar a desempenhar minha função. Mas ainda existem oportunidades que podemos oferecer aos nossos alunos através do esporte”, afirma. “Em muitas escolas que lecionei, presenciei momentos emocionantes com “meus” alunos em competições escolares: a primeira vez saindo do seu bairro; competindo; pisando em uma quadra oficial; a primeira e talvez única medalha conquistada, a formação de novas amizades. Tenho muito orgulho da minha profissão e de ser um profissional de Educação Física”, finaliza.