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Irmãos de Guabiruba se destacam no velocross

Esses gêmeos guabirubenses, de 11 anos, levam uma rotina muito semelhante também no dia a dia. Em comum, ambos carregam do pai, Robson José de Melo, o gosto pelo esporte. E mais do que isso, se destacam, juntos, nas competições que participam.

por Sidney Silva
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A semelhança dos irmãos Jhonatan e Henrique de Melo vão muito além da aparência física. Esses gêmeos guabirubenses, de 11 anos, levam uma rotina muito semelhante também no dia a dia. Em comum, ambos carregam do pai,  Robson José de Melo, o gosto pelo esporte. E mais do que isso, se destacam, juntos, nas competições que participam.

Na última, por exemplo, ambos praticamente fizeram dobradinha na abertura da Copa Grande Floripa de Velocross, disputada há cerca de dez dias em Biguaçu. Jhonatan foi o primeiro colocado na categoria 65 cilindradas, com Henrique logo atrás, na terceira colocação. E sem engana quem pensa que os resultados foram mero acaso. Ambos já somam vários títulos juntos, como por exemplo o do Campeonato Catarinense de 2014, quando Henrique foi campeão, com Jhonatan vice. No ano passado, o primeiro ficou com o vice-campeonato da Copa Grande Floripa, com o irmão na terceira colocação.

O entrosamento vem de longas temporadas. Desde os sete anos, os jovens moradores do Centro de Guabiruba treinam e competem juntos, mobilizando o pai, Robson, e também a mãe, Beatriz, por todos os cantos do estado.  “É legal porque tem coisas que não aprendo sozinho. E ele vai lá e me mostra. Quando a gente treina junto consigo melhorar o que estou ruim, e a gente se ajuda”, conta Henrique.

Na pista, geralmente é ele quem termina na primeira colocação, com o irmão em segundo lugar. “O Jhonatan tem mais coragem na largada. O Henrique tem a desvantagem de largar mal e ter que ir buscar. Na maioria das provas o Jhonatan larga na frente, mas aí chega na primeira curva o Henrique arrisca tudo para passar. Mas nessa última ele não conseguiu”, destaca o pai.

Paixão que vem de casa
Além do velocross, Jhonatan e Henrique também carregam consigo a paixão pelo basquete, esporte que assim como o motociclismo eram praticados pelo pai. “Na verdade, ele fazia trilha, mas não competia. Depois o pai abandonou e os filhos assumiram esse sonho”, explica a mãe Beatriz.

A atração pelo esporte desde cedo foi incentivada pela família, que hoje se mostra muito unida em razão do envolvimento entre país e filhos. “Para mim é um orgulho ver eles competindo. Sempre gostei de esporte: futebol, basquete, moto e nunca obriguei eles a isso. E hoje eles estão aí. Temos a família toda unida, a esposa sempre na pista. Ela está sempre me ajudando”, destaca Robson. “Não tem como ficar fora da pista. Às vezes a gente não sabe fazer nada, mas estamos lá dentro”, completa a companheira Beatriz. Outro fator evidenciado pelos pais é a responsabilidade adquirida pelos atletas. “O esporte gera muita responsabilidade e eles constantemente têm que lidar com isso”, ressalta Robson.

Prestes a iniciar mais uma disputa neste fim de semana, quando os atletas disputam a terceira etapa da Copa Serra Litoral, em Canelinha, os irmãos ainda não decidiram ao certo o que vão fazer no futuro. A temporada de 2016 pode ser, talvez, a última destes jovens talentos guabirubenses, que assim como muitos ainda lutam para se manter no esporte. “É um esporte caro. E este ano a gente já cortou algumas competições em razões do custo. Chegamos a vender uma moto reserva que tínhamos. Temos apoio, mas neste ano de crise os patrocínios caíram abaixo da metade”, ressalta Robson.

Ele diz que a ideia também é, de forma gradual, dar condição para que os atletas possam seguir firmes no estudo e se desenvolverem profissionalmente. “Com motos eles vão ter a responsabilidade até o fim do ano. Ai a gente vai manter uma competição para eles não pararem. Não quero tirar a idade de eles estudarem e serem alguém na vida pelo lazer deles”, comenta o pai.

Ainda com o futuro incerto, os jovens só têm uma certeza. Ambos não querem deixar de seguirem envolvidos com o esporte. “Quero competir muito com moto ainda. E pretendo jogar basquete também”, diz Henrique. “Gosto do que faço na pista, então quero seguir no velocross e com o basquete também”, ressalta Henrique.