A menos de 100 dias para o início do maior evento esportivo do mundo, atletas de centenas de países estão se preparando para representar suas pátrias em busca do pódio olímpico. A cerimônia de abertura dos XXXII Jogos Olímpicos da Era Moderna será em Tóquio, no Japão, em 23 de julho próximo.
A partir de hoje, até o final dessa edição das Olimpíadas de Tóquio 2021, vou lhes apresentar na minha coluna semanal, fatos históricos e informações importantes relacionados ao evento e também, acompanhar de perto a delegação brasileira e os nossos ilustres atletas que lá estarão, em busca de medalhas.
Existem dois eventos olímpicos oficiais organizados pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Os Jogos de verão e os Jogos de inverno. Em ambos que são realizados a cada quatro anos, acontecem os Jogos Olímpicos e os Jogos Paralímpicos, com diferença de aproximadamente um mês entre eles.
A primeira edição dos Jogos Olímpicos de Verão foi em 1896 e dos Jogos Paralímpicos de Verão foi em 1960. Já os Jogos Olímpicos de Inverno tiveram sua primeira edição no ano de 1924 e os Jogos Paralímpicos de Inverno em 1976.
O intervalo entre uma edição e outra é de quatro anos. Então a edição de inverno passada foi em 2016, no Rio de Janeiro – Brasil! E a de inverno foi em 2018, na cidade sul-coreana, PyeongChang.
Entendam como é definida a “Cidade-sede” de cada edição:
- A Cidade-sede e uma edição dos Jogos Olímpicos é definida por um processo eleitoral que inicia com a inscrição da cidade postulante, através de seu Comitê Olímpico Nacional, e encerra com a eleição da sede, realizada durante uma Sessão do COI. Esse processo é regido pela Carta Olímpica, em seu quinto capítulo.
- Esse processo é composto por duas fases. A primeira fase inicia logo após o fim do prazo de inscrições onde as cidades postulantes precisam respondem um primeiro questionário que reúne temas importantes para uma organização bem-sucedida dos Jogos. Essas informações auxiliam o COI na análise da capacidade de organização das cidades, e aponta os pontos fortes e fracos nos seus projetos. Após uma análise criteriosa e um estudo detalhado dos questionários e dos projetos, o Comitê Executivo do COI seleciona as cidades classificadas para a fase seguinte, que passam a ser chamadas de candidatas oficiais.
- Na segunda fase, as candidatas oficiais respondem outro questionário, bem mais detalhado. Toda a documentação exigida é cuidadosamente estudada pela Comissão Avaliadora (composta por membros do COI, representantes de Federações Esportivas Internacionais e dos Comitês Olímpicos Nacionais – CON, atletas e membros do Comitê Paraolímpico Internacional e por especialistas em diversas áreas).
- A Comissão Avaliadora faz inspeções de quatro dias em cada uma das cidades candidatas, onde verifica os locais de competição planejados e conhece detalhes dos projetos. O grupo comunica os resultados de suas inspeções aos membros o COI aproximadamente um mês antes da Sessão da votação.
- A Sessão de votação do COI ocorre num país que não postulou candidatura durante o processo atual.
- São considerados votantes os membros ativos do COI (exceto membros honorários e membros de países de cidades candidatas, enquanto suas cidades não forem eliminadas).
- O processo eleitoral é repetido quantas vezes forem necessárias até que uma cidade atinja a maioria absoluta dos votos.
- Se a definição não acontecer na primeira rodada, a cidade com menos votos é eliminada e uma nova rodada inicia.
- Em caso de empate da cidade menos votada, é realizada uma rodada extra, apenas com as cidades em questão. E a vencedora desse duelo é classificado para a rodada seguinte.
- A cada rodada o nome da cidade eliminada é anunciado.
- Após o anúncio final, a cidade-sede eleita assina o “Contrato de Cidade-sede” com o COI, que delega as responsabilidades de organizar os Jogos ao país e ao seu respectivo CON.
Conheça os critérios de avaliação e o que é analisado em cada um deles:
Apoio político e social – as cidades precisam apresentar garantias que comprovem o apoio e o compromisso de todas as esferas de governo; além disso o COI analisa também a capacidade destas esferas do cumprimento de todas as garantias fornecidas, as leis do país e da cidade candidata também são observadas e o nível de aceitação popular que a candidatura tem.
Infraestrutura geral – é levado em consideração as infraestruturas de transportes terrestre e aéreo da cidade e o projeto dos centros de imprensa; são analisados também o tempo e o custo de construção das novas infraestruturas e a integração delas com o plano do legado da cidade.
Locais de competição – esse critério é dividido em três subcritérios:
– Instalações existentes – seu uso e projetos de reforma;
– Instalações planejadas e temporárias – a viabilidade das novas construções, de acordo com o tempo, o custo e a qualidade;
– Conceito e legado esportivo – como os locais de competição estão distribuídas pela cidade e que tipo de legado eles proporcionarão.
Vila Olímpica – este item também é dividido em três subcritérios:
– Localização – distâncias até os locais de competição;
– Conceito – tipo de acomodação, viabilidade do projeto, arborização, entre outros fatores;
– Legado – uso após os Jogos e financiamento.
Meio ambiente – são analisados fatores ambientais atuais da cidade candidata e o impacto que os Jogos causarão.
Acomodações – este critério é analisado com base no Manual Técnico de Acomodações, fornecido pelo COI às cidades candidatas. O valor de referência é de 40.000 quartos de hotel com três ou mais estrelas. O critério é dividido em:
– Número de quartos – são avaliadas as ofertas existentes e planejadas de leitos num raio de 50 km do centro dos Jogos, e as vilas para a imprensa;
– Conceito – tipos de acomodação e operação.
Transporte – a avaliação é baseada na performance esperada do sistema de transporte proposto, sob um ponto de vista operacional e levando em conta experiências anteriores. São observadas as distâncias e o tempo de deslocamento dentro da cidade e a organização do tráfego e do transporte público durante os Jogos.
Segurança – são avaliados a incidência e o risco de terrorismo, os níveis de criminalidade, as competências técnicas e profissionais das forças responsáveis pela segurança, o investimento feito e a tecnologia empregada na área e a complexidade das ações propostas.
Experiências anteriores – o COI analisa os eventos multiesportivos sediados no país nos dez anos anteriores, como forma de conhecer a capacidade de organização da cidade.
Finanças – são avaliados as contribuições dos governos e o plano financeiro em relação à capacidade do país de colocar o projeto em prática e a viabilidade dos valores disponibilizados.
Projeto geral e Legado – este critério é um resumo global dos anteriores, e é usado pelo COI para confirmar a sua opinião sobre a capacidade de cada cidade em realizar os Jogos.
A Sessão de votação do COI geralmente é transmitida ao vivo para muitos países, principalmente para os países das candidatas oficiais. E a festa dos representantes da cidade eleita é sempre emocionante e muito comemorada.
As Cidades-sede das próximas edições dos Jogos de Verão já foram definidas na 131ª Sessão do Comitê Olímpico Internacional em Lima, Peru, no dia 13 de setembro de 2017. Paris sediará a edição de 2024 e Los Angeles será a sede da edição de 2028.
Sobre a colunista
Andreia Munalli Pereira Borssatto têm 43 anos e é natural de Rio Negro PR. É Formada em Educação Física pela UFSC e Profissional de Educação Física há 22 anos. Atualmente é professora e coordenadora do Curso de Educação Física da Uniplac e Mestranda do programa Ambiente e Saúde da Uniplac. Ela escreve em EsporteSC sempre aos sábados