Na coluna de Sidney Silva: “O Brusque e sua torcida merecem muito mais do que o silêncio”

“A SAF do Brusque prometeu transparência e reestruturação, mas (até agora) só entregou incertezas e silêncio. Clube e torcida merecem mais!”

por Sidney Silva
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COLUNA | OPINIÃO
Sidney Silva
Editor de EsporteSC

O que se vê nos bastidores do Brusque FC, após a transição para a SAF (Sociedade Anônima do Futebol), é um cenário de incertezas, insatisfação e falta de respostas claras para atletas, funcionários e até mesmo para a imprensa. A expectativa era grande, mas a realidade parece ter se distanciado do que foi prometido. Se a SAF tem uma missão de recuperar e reestruturar o clube, o que estamos vendo, infelizmente, é um ambiente de caos e desconfiança.

Em um momento crucial para o futuro do Brusque, a primeira impressão que fica é de que a SAF não tem se mostrado nem um pouco transparente. O fato de não responder sequer aos questionamentos feitos pela imprensa é, no mínimo, alarmante. Essa falta de comunicação cria uma sensação de desinteresse, como se os gestores não estivessem nem aí para a cidade, para os torcedores e muito menos para a transparência que deveria ser a base de qualquer nova gestão, principalmente em um cenário de transição como este.

É normal que, ao assumir a gestão de um clube, haja um choque de gestão, com readequações financeiras e mudanças estruturais. No entanto, o que não pode ser tolerado é o desrespeito com os profissionais que fazem o clube acontecer, desde os atletas até os colaboradores, que têm seus salários atrasados, com informações desencontradas e promessas não cumpridas. Muitos desses profissionais são humildes, e ao não darem respostas claras, a SAF está desrespeitando tanto as pessoas que trabalham no Brusque quanto a cidade, que sempre apoiou o clube.

Se já havia conhecimento dos problemas financeiros e trabalhistas do Brusque, e a SAF se comprometeu a regularizar a situação rapidamente, conforme a diretoria associativa que vendeu o clube divulgou amplamente, como justificar o cenário atual de atrasos e desorganização? A venda do clube foi anunciada com um aporte imediato de R$ 6,5 milhões e a promessa de que, dentro de poucas horas, tudo seria quitado. Isso não aconteceu, e as respostas seguem em falta. A sensação que fica é de que a transição não foi bem planejada e de que a SAF não tem um projeto claro para o futuro do Brusque FC. O que exatamente eles planejam para o clube? Como vão lidar com as finanças e estruturar o elenco? Até agora, essas perguntas seguem sem respostas.

“É normal que, ao assumir a gestão de um clube, haja um choque de gestão, com readequações financeiras e mudanças estruturais. No entanto, o que não pode ser tolerado é o desrespeito com os profissionais que fazem o clube acontecer”

A falta de clareza sobre o que a SAF pretende fazer com o clube não é um bom começo. Em vez de criar um ambiente de confiança, a cada dia, mais pessoas se mostram desconfiadas e insatisfeitas com o rumo que o clube está tomando. A primeira impressão – que é sempre a que fica – não poderia ser pior: um clube sem direção, sem clareza e sem a transparência que é, no mínimo, esperada de quem assume a gestão de uma instituição com a história e a tradição do Brusque FC.

O que o torcedor quer saber, mais do que qualquer outra coisa, é como a SAF pretende devolver o Brusque ao seu lugar de destaque no cenário esportivo, e para isso, precisa urgentemente começar a oferecer respostas e apresentar um planejamento sólido. As promessas feitas no momento da venda do clube precisam ser cumpridas. Afinal, o Brusque e sua torcida merecem muito mais do que o silêncio.

“A falta de clareza sobre o que a SAF pretende fazer com o clube não é um bom começo. Em vez de criar um ambiente de confiança, a cada dia, mais pessoas se mostram desconfiadas e insatisfeitas com o rumo que o clube está tomando. A primeira impressão – que é sempre a que fica – não poderia ser pior”

O presidente do Brusque, Danilo Rezini ao lado do português Miguel Socorro, vice-presidente do grupo AFS e responsável pela SAF que adquiriu o Brusque, na única aparição pública desde a venda do clube