O Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos (CyberGaeco) de Santa Catarina deflagrou, nesta quinta-feira (18), a operação “Cartão Vermelho” contra suspeitos de divulgarem falsas peneiras de futebol na internet. Ao todo, 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais.
De acordo com o Ministério Público, os investigados criavam sites e anúncios fraudulentos prometendo seletivas em grandes estádios do país, incluindo Florianópolis. Para dar credibilidade, usavam sem autorização nomes e imagens de ex-jogadores da Seleção Brasileira, clubes das Séries A e B e até de federações estaduais. Os eventos, no entanto, nunca aconteciam. Jovens e adolescentes interessados tinham que pagar taxas de inscrição para participar.
Uso de federações e clubes
Entre as entidades envolvidas sem autorização, estava a Federação Catarinense de Futebol (FCF), além de outras oito federações estaduais: Acre, Alagoas, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
A FCF informou que já havia publicado notas de alerta em janeiro e maio de 2024 sobre a fraude. Em nota, reforçou que não tem a atribuição de organizar peneiras e destacou sua atuação para coibir o golpe:
“Desde o primeiro momento que a Federação Catarinense de Futebol (FCF) teve conhecimento sobre essa ação irregular usando o nome da entidade, foi feita uma nota de esclarecimento para alertar a população do golpe. Na sequência foi realizada a denúncia junto ao Ministério Público de Santa Catarina, que deu encaminhamento para que os atos criminosos fossem identificados e resolvidos de forma como rege a lei. A FCF cumprimenta e enaltece a atuação do CyberGaeco nesta vitoriosa operação.”
Crimes investigados
Os suspeitos são investigados por estelionato (fraude eletrônica), associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público, as vítimas tinham prejuízos financeiros e eram enganadas pela falsa promessa de uma oportunidade no futebol profissional.
A operação foi coordenada pela 9ª Promotoria de Justiça de São José, na Grande Florianópolis, com apoio dos Ministérios Públicos de Minas Gerais e de São Paulo, além da Polícia Civil paulista. A investigação começou a partir de denúncias de vítimas que acreditaram nas peneiras fictícias. O material apreendido deve agora ser analisado para identificar os responsáveis e a dimensão do golpe aplicado em diferentes estados.
Foto: caldense.com.br