Home Outros Opinião|Moralizar o Bolsa-Atleta será o grande desafio do próximo prefeito

Opinião|Moralizar o Bolsa-Atleta será o grande desafio do próximo prefeito

Confira a coluna de Sidney Silva sobre as eleições deste domingo (3)

por esportesc
0


Neste domingo (3), Brusque vai definir o seu sexto (ou sétimo) prefeito em oito anos. A cidade viveu nesta última década duas cassações e uma insegurança para toda a população, alterando todos os rumos do município.Agora, em um mandato tampão, o novo “ou velho” prefeito terá a missão de pacificar a cidade, que, em menos de 5 meses, poderá ter o terceiro prefeito diferente, a depender de quem saia vitorioso neste dia 3 de setembro.

Fato é que os desafios serão enormes, da Saúde à Educação. Mas, se essas pastas que sempre tiveram maiores orçamentos e atenção especial dos governos, apresentaram problemas ao longo dos últimos anos, o que falar então do esporte, sempre abandonado pelos gestores públicos.

A missão desta vez será enorme e caberá ao novo prefeito moralizar a pasta. O primeiro passo será a contratação de pessoas que gostem e vivenciam o esporte, que conheçam a realidade das comunidades, e estejam, sobretudo, envolvidas nos bairros. As pessoas não precisam ir até a FME, é a FME que deve chegar às pessoas, aonde elas estão, vivem e aonde o esporte acontece: nos bairros. Até hoje, isso de fato nunca aconteceu.

O segundo desafio é uma reforma de fato na Arena Brusque, que carece de uma atenção especial do poder público. Uma das maiores arenas do país, cartão postal da cidade, a estrutura nos últimos anos tem se notabilizado não pelos grandes eventos, mas sim por problemas básicos de infraestrutura e manchetes vexatórias na mídia local e até nacional.

A colocação de uma manta asfáltica na cobertura é urgente, mas os cerca de R$ 500 mil necessários sempre batem na mesma desculpa: “a falta de orçamento”. Essa é a palavra que as modalidades, técnicos e desportistas mais escutam a cada demanda solicitada. Mas não pode ser muleta dos prefeitos e de cada gestor que passa pela pasta.

Indiferente de quem ganhar, o prefeito escolhido neste domingo terá os meios e aberturas com deputados federais e estaduais para buscar recursos para o espaço, o que falta mesmo é priorizar o esporte e dar à devida atenção a esse problema. Além disso, a parceria público-privada pode ser outra solução para a abandonada arena.

Por fim, caberá ao novo gestor público um terceiro ato de coragem, que sejamos francos, dificilmente será tomado neste mandato tampão, já que em cerca de um ano teremos eleições novamente. Terá o novo gestor, neste tempo, a coragem necessária para moralizar o Bolsa-Atleta do município?

É preciso, com urgência, uma interferência direta na concessão e forma de distribuição do benefício, que se estende também aos técnicos. Um modelo que deveria ser referência para o desenvolvimento do esporte, hoje, nada mais é do que um mecanismo antigo de se fazer política e angariar votos. Um programa sem critérios definidos, e que dá margem à politicagem diante do merecimento.

Hoje, esse benefício consome mais de 50% do orçamento da fundação. São mais de R$ 2 milhões anuais distribuídos sem critérios específicos, atendendo aos interesses de prefeitos e vereadores que, por interesses próprios ou simplesmente falta de conhecimento, pouco ou nada têm feito, efetivamente, para mudar essa realidade.