A Polícia Civil de Santa Catarina concluiu nesta sexta-feira (16) o inquérito que apurava a denúncia de injúria racial feita pelo goleiro Caíque Purificação, do Criciúma Esporte Clube. O atleta afirmou ter sido chamado de “macaco” por um torcedor do Brusque durante partida válida pelo Campeonato Catarinense, realizada em 8 de fevereiro, no Estádio Augusto Bauer, em Brusque (Clique aqui e relembre).
Após três meses de apuração, o Inquérito Policial nº 14/2025 foi encerrado sem o indiciamento do suspeito. De acordo com a corporação, não foram encontrados indícios suficientes de autoria e materialidade para configurar o crime de injúria racial.
O caso
A denúncia surgiu após o término da partida, quando Caíque relatou ter sido alvo de ofensas racistas enquanto recolhia seus equipamentos próximos à lateral do campo. Segundo ele, além de insultos verbais, o torcedor também teria feito gestos ofensivos de cunho racial.
Na ocasião, tanto o jogador quanto o torcedor foram encaminhados à delegacia. O delegado de plantão decidiu pela liberação do suspeito e determinou a instauração de inquérito para aprofundar a investigação.
Apuração
Durante a investigação, foram ouvidos o atleta, o torcedor acusado e quatro testemunhas que estavam próximas ao local da suposta ofensa, incluindo um segurança que estava entre ambos. Todos os depoentes negaram ter ouvido insultos racistas. Os xingamentos relatados, segundo os depoimentos, seriam do tipo “vagabundo” e “sem vergonha”, ditos como ‘comuns em ambientes esportivos’.
O torcedor confirmou ter proferido ofensas genéricas, mas negou qualquer conotação racial em suas palavras. Imagens e vídeos do momento do suposto episódio foram analisados e passaram por perícia técnica. De acordo com o laudo, mesmo após o aprimoramento dos áudios, não foi possível identificar falas de cunho racista nas gravações.
“Diante do conjunto probatório reunido, não foram encontrados elementos suficientes para sustentar a denúncia de injúria racial”, informou o delegado responsável pela investigação, Odair Rogério Sobreira Xavier.
Encaminhamentos
O inquérito agora será encaminhado ao Ministério Público de Santa Catarina, que decidirá se o caso será arquivado ou se haverá novas diligências.
Em nota, a Polícia Civil reiterou seu “compromisso incondicional no combate a toda forma de racismo, discriminação e preconceito”, ressaltando que todas as investigações são conduzidas com “legalidade, imparcialidade e rigor técnico”.
Até o fechamento desta matéria, nem o goleiro Caíque nem o Criciúma Esporte Clube haviam se manifestado oficialmente sobre o desfecho das investigações.