Ruth Mosimann Hoffmann, 85 anos, é a nova contratada do Moda Brusque Vôlei para a Superliga B. O anúncio ocorreu após uma semana de muita expectativa em torno do novo reforço, anunciado na imprensa e nas redes sociais, e trata-se de uma ação de homenagem à “multicampeã” que escreveu o seu nome no voleibol catarinense durante mais de cinco décadas com inúmeros títulos.
Mais do que uma homenagem, o anúncio da nova jogadora é também uma ação de marketing do Moda Brusque Vôlei que atraiu toda a atenção da mídia em cima do possível reforço nos últimos dias. Nomes como Jaqueline, Nathalia, Walesca e Mari chegaram a ser especulados nas redes sociais e veículos de mídia especializados no esporte.
A estreia
A participação de Ruth na Superliga B ocorrerá na próxima sexta-feira (4), quando ela dará o saque inicial no clássico contra o Bluvôlei, de Blumenau.
O duelo, que inicia às 19h30 na Arena Brusque, será o primeiro da equipe em casa, com expectativa de grande presença do público. Ao participar da partida, Ruth ainda poderá entrar para o Guinness Book, o livro dos recordes, como a atleta mais velha de voleibol a participar de uma partida oficial.
O diretor-geral da FME, Edson Garcia, comenta que a ideia de homenagear Ruth surgiu numa conversa com Ivan Jasper, diretor de Turismo, e tem como objetivo valorizar todos os feitos da atleta, que chegou a participar da primeira edição dos Jogos Abertos e teve papel importante para o desenvolvimento da competição nos primeiros anos. “Ao homenageá-la, homenageamos a todos os brusquenses e catarinenses. Homenageamos a história do esporte de Santa Catarina. Ruth é um exemplo de amor ao vôlei, uma pessoa muito querida por todos nós, e que, ainda hoje, aos 85 anos, se dedica à modalidade, atualmente na prática de voleibol adaptado”, comenta.
O presidente da Câmara de Vereadores de Brusque, Alessandro Simas, prestigiou a apresentação da atleta, representando o poder legislativo. Ele comentou sobre a importância da ação inédita no vôlei brasileiro. “O esporte, além do lado competitivo, deve também ser um meio de mostrar o que a cidade tem de mais importante, que são as pessoas e suas histórias. Graças a Deus hoje temos o privilégio de ter a dona Ruth conosco, vendo a história que ela ajudou a construir ser fortalecida com a criação do Moda Brusque”, destacou.
O técnico Maurício Thomas afirmou que a homenagem à Ruth foi muito bem recebida pelas atletas. Ele crê que a iniciativa dá visibilidade à equipe, ao mesmo tempo que mostra a importância de valorização da história da modalidade na cidade. “Se hoje Brusque respira voleibol, é porque pessoas como dona Ruth Hoffmann plantaram uma sementinha lá atrás e construíram seu legado”, lembra. “Sabemos que muitos torcedores, num primeiro momento, podem ficar frustrados por não ver alguns dos nomes especulados, que certamente gostaríamos de ter em nosso elenco. Mas penso que essa homenagem é algo que simboliza muito o verdadeiro espírito do esporte e o seu poder de transformação social. Algo que buscamos para o Moda Brusque: formar um time campeão, com respeito às nossas raízes”, afirma.
Sobre a homenageada
Ruth Mosimann Hoffmann tem 85 anos, nasceu em Brusque, e é viúva de Manfredo Hoffmann, um dos membros da equipe de Arthur Schlosser, criador dos Jogos Abertos de Santa Catarina, ao lado do também saudoso Rubens Fachini.
Entre os anos de 1957 a 59, chegou a participar dos Jogos Abertos do Interior de São Paulo, que serviram como embrião para a criação dos Jasc. Mãe de três filhos, Heloísa (também ex-atleta de vôlei) Fernanda e Sérgio, Ruth começou a praticar voleibol em 1948 no Colégio Cônsul Carlos Renaux, na cidade berço da fiação.
Em 1951 entrou para o time da Sociedade Esportiva Bandeirante, de Brusque. Foi campeã estadual por 15 vezes de 1951 a 71.
Em 1960, disputou a primeira edição dos Jogos Abertos por Florianópolis e logo no primeiro ano foi campeã. Desde então, foram 12 participações consecutivas na competição, de 1960 a 1972, com 7 títulos. Os mais recentes já competindo por Brusque, sua cidade Natal.
Participou, ainda de duas edições do Campeonato Brasileiro de Voleibol e em 1962 chegou a ser convocada para a Seleção Brasileira, mas não chegou a jogar, pois estava grávida do primeiro filho.
Sempre ativa no voleibol, a partir do ano de 1992, já com 55 anos, Ruth ingressou no time de veteranas, participando de campeonatos de voleibol adaptado para a terceira idade. Atualmente, ainda se dedica à prática da modalidade.