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Três dias de viagem para realizar um sonho: Jogar Handebol

Três dias de viagem, mais de 2600 km de estrada de carro. A origem? Cruz das Almas no recôncavo baiano. O destino? Lages na Serra Catarinense.

por Redação
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Por: Marcelli Silva e Fom Conradi

Três dias de viagem, mais de 2600 km de estrada de carro. A origem? Cruz das Almas no recôncavo baiano. O destino? Lages na Serra Catarinense.

Pode parecer distante e cansativo, mas para a jovem Mabelle Cedraz Silva de Oliveira, de 19 anos, é a realização de um sonho. A filha de Lerciano Oliveira e Maria José Cedraz, chegou em Lages em busca de um sonho: jogar Handebol.

A goleira é uma das reforços anunciadas para compor a equipe lageana feminina de handebol universitário. Mesmo após a vivência internacional em Portugal, viu em Lages a oportunidade de realizar dois grandes objetivos: jogar handebol e cursar Direito em uma boa universidade.

A jovem relata que conheceu a Handlages através de um amigo em comum com o clube. Quando pesquisou sobre a equipe, se encantou com a trajetória e evolução do time, isso foi um dos motivos que a levou a aceitar o convite para atravessar o país.

O pai da jovem, Lerciano Oliveira, diz que a ideia de sair da Bahia até Santa Catarina de carro foi uma aventura. “Nós (eu e Maria) somos um pouco aventureiros e, quando surgiu a possibilidade de Mabelle ir para Lages, decidimos logo que iríamos de carro, pois, de avião para todos ficaria muito caro; Foram três dias de viagem, com muita chuva pela estrada, mas, foi uma viagem boa”.

Distância da Família:

Para a mãe da jovem goleira, Maria Cedraz, não foi fácil aceitar Mabelle com a profissão de atleta, porém, diz que os pais devem investir nos sonhos dos filhos, mesmo que isso seja distante de casa. “Consciente dessa missão, sabia que apoiar o sonho dela tinha a contrapartida de tê-la longe e conviver com a saudade. Não é fácil! Mas sabendo que ela está feliz, tento tirar o combustível para a sobriedade e a superação da sua falta”, encerra a mãe emocionada.

Já o pai da atleta, diz que sentiu-se preocupado com a saída da jovem de casa. “Por ser ainda muito nova, fiquei preocupado  mas, ao mesmo tempo, senti alegria por estar podendo realizar o sonho dela de poder fazer o que gosta”.

Foto: Fom Conradi

O pai ainda complementa. “Em Portugal, que foi a primeira experiência, era mais difícil ainda, pela distância maior”.

Para diminuir a saudade, Mabelle e seus pais utilizam da tecnologia para encurtar a distância entre Santa Catarina e a Bahia. “Para matar a saudade, a gente tem a facilidade das redes sociais, principalmente o WhatsApp, por onde conversamos”. Diz Lerciano.

Os pais ainda comentam. “É difícil ficar longe, a saudade é grande, a gente se preocupa muito, fica um vazio em casa, mas, sabendo que ela está bem, ficamos bem também”.

Já a goleira, diz em um tom emocionado que “sempre que o coração dá uma apertada, fazemos uma videochamada e é assim que vivo longe dos meus pais”.

Apoio Familiar

Pai e mãe da goleira, falam sobre o apoio para com a filha. “Apoiamos de todas as formas: psicológica, financeira e familiarmente; fazemos um grande esforço para que ela tenha a oportunidade de sonhar cada vez mais”.

Mabelle sente que seus pais lhe apoiam a todo momento. “Meus pais sempre me apoiam, sempre perguntam se eu continuo indo à academia, mantendo dieta, a todo momento querem saber como estou me sentindo, se estou evoluindo nos treinos e sempre me dizem para que eu mantenha o foco e disciplina”.

Foto: Fom Conradi

Rafael Getelina, Presidente da Handlages, afirma que após conversar com Mabelle, sentiu que a atleta encaixaria perfeitamente no perfil que busca para a equipe. “Senti na Mabelle uma pessoa que tem vontade de aprender. É uma pessoa que pareceu muito centrada e além disso veio com boas indicações e após a aprovação pelo Rômulo Dias (preparador de goleiros referência no Handebol Brasileiro) optamos pela contratação”. Finaliza o presidente.

Encontro com uma ídolo

No dia em que Mabelle chegou em Lages, em seu primeiro treino como goleira da HandLages, encontrou uma de suas maiores referências na modalidade. A jovem conta emocionada. “A Maite era goleira do Concórdia que eu via de longe, só pelas telas. Eu a vi jogar o brasileiro, e ela defendia muito. Uma vez eu cheguei a mandar mensagem pra ela no insta, ela me respondeu muito humilde e vê-la na minha frente, falando comigo, foi muito surreal. Quando eu ainda estava na Bahia, isso para mim seria algo impossível de acontecer.”

Mabelle complementa. “Quando a Maite esteve em Salvador para jogar, eu não pude ir vê-la, e eu vir para Santa Catarina para assistir ela jogar era impossível. Então na minha cabeça, conhecer a Maite pessoalmente era inimaginável. Quando eu cheguei em Lages que a vi na quadra e depois ela falando comigo, no outro dia a gente treinando juntas, era como se eu não acreditasse. Até hoje eu penso, eu conheci a Maite de perto”. Finaliza a jovem goleira com um tom de felicidade.

Mabelle e sua ídolo Maite. Foto: Fom Conradi