Presidente do Cruzeiro, o vereador Alexandre Pereira (PP) mostrou irritação e muito descontentamento com a arbitragem do Campeonato Municipal de Futebol Amador de Guabiruba, no último fim de semana. O fato, inclusive, virou tema da sessão da Câmara de Vereadores desta terça-feira (14), onde Xande mostrou toda sua indignação.
A sua equipe, Cruzeiro, foi derrotada por 2 a 1 pelo Olaria e ficou fora das semifinais da competição. Segundo o parlamentar, que também é técnico do time, a arbitragem contratada para comandar a partida não tinha condições de atuar no jogo. Ele cita, em especial, o bandeirinha do jogo, de acordo com ele, “com 150 quilos”.
Em seu discurso, o parlamentar diz entender as dificuldades da Secretaria de Esportes, citando o nome da secretaria Marcia Watanabe, já que a empresa de arbitragem é contratada via processo licitatório, mas, ao mesmo tempo, cobra uma solução do poder público para melhorar o nível dos profissionais que vem trabalhar no município. “Não quero ofender o bandeirinha, ele serve para qualquer coisa, palhaço de circo, mas para bandeirar um jogo com 150 quilos, me desculpe…”, afirmou o vereador. Assista ao vídeo abaixo.
A arbitragem em Guabiruba tem gerado reclamações constantes das equipes. Segundo outros representantes de times, na primeira fase, alguns jogos ocorreram as 8 da manhã e outros às 10h para possibilitar que o mesmo juiz pudesse apitar duas partidas. “Tudo isso para economizar. Ai se atrasava a primeira partida, tínhamos que esperar o juiz chegar para poder jogar”, relata uma fonte.
Presidente da Sociedade Lageadense, Brian Mannrich também reclama. “Infelizmente o investimento no esporte é muito baixo”. E a Prefeitura é culpada por isso. Entendo as reclamações do Cruzeiro. A mesma arbitragem que apitou o jogo deles de manhã apitou o nosso à tarde. Querem baratear, mas isso prejudica os times, é uma arbitragem que deixa a desejar”, reclamou.
O que diz a Secretaria
A Secretaria de Esportes, Marcia Hochsprung Watanabe diz que ‘é absolutamente normal que haja críticas relacionadas com a arbitragem, em qualquer esporte’. “Especificamente sobre o que foi falado na tribuna da Câmara, entendemos que foram de forma genérica e exageradas. Contudo, a Secretaria de Esportes do Município irá trabalhar para melhorar ainda mais o nível de arbitragem”.
Questionada se considerava justas as reclamações de Xande e se houve alguma manifestação formal junto à Secretaria, Marcia afirma que recebeu uma reclamação formal do vereador e que a mesma foi encaminhada à empresa de arbitragem para conhecimento. Ela afirma, no entanto, que não houve interferência da arbitragem no resultado do jogo citado pelo parlamentar, mas é seu direito reclamar.
A secretária de Esportes comenta que, ao final do campeonato, será feita uma avaliação da atuação da arbitragem, mas que, neste momento, não foram identificados qualquer problema que tenha interferido diretamente nos resultados. “Sobre os “supostos” poucos investimentos para melhorar o esporte, esclarecemos que os recursos públicos municipais são limitados, e por isso pode haver alguns descontentamentos. Porém, apesar dessas dificuldades financeiras, estaremos sempre trabalhando para que o esporte no município evolua”, afirma.
Por fim, sobre os horários dos jogos e escala de arbitragem, Marcia ressaltou que a tabela foi feita antes do campeonato iniciar, oportunidade que ficou definido que no domingo aconteceriam cinco jogos, três de manhã e outros dois à tarde. Ela diz que não procede a informação de que um mesmo árbitro tenha apitado duas partidas em sequência. “Desse modo, nesse dia, na parte da manhã, teve revezamento de árbitros em duas partidas, onde um jogo iniciou às 8h e outro às 10h, com a troca do árbitro principal”, afirma.
ATUALIZAÇÃO – ÀS 15h DE 15/11
Em contato com a reportagem, o vereador Alexandre Pereira, o Xande, diz que o peso do bandeirinha acaba sendo “irrelevante”. Segundo o parlamentar do PP, a sua fala na Tribuna da Câmara teve o objetivo de chamar a atenção do poder público para a necessidade de mais investimentos no esporte. “Temos que cobrar o Executivo municipal, pois precisamos investir mais dinheiro no nosso esporte. O que a gente vem vendo há muito tempo é que o esporte não é valorizado em nosso município. Perdeu-se o prestígio. É preciso aportarmos dinheiro no esporte”, declara Xande, em vídeo encaminhado ao EsporteSC. Ele cita alguns investimentos do município, como o Bolsa-Atleta e na Associação Guabirubense de Karatê, mas, segundo Xande, os clubes também precisam ser apoiados. “É onde as crianças começam. Por isso precisamos que a prefeitura, quando vai planejar uma lei orçamentária anual, destine mais recursos para o esporte, para evitarmos esse tipo de coisa, para que possamos contratar melhores juízes para apitar nossos jogos”, finalizou.