Por Sidney Silva –
Jornalista e Diretor-geral do EsporteSC
No último mês, o governo do prefeito André Vechi deu mostras claras de que o discurso de transparência, tão repetido em campanha e vendido como marca de gestão, está bem distante da prática.
A primeira situação aconteceu quando o Jornal EsporteSC foi censurado ao questionar sobre as prometidas obras de reforma do telhado da Arena Brusque, que não saíram do papel. A partir daí, o que se viu foi uma sequência de negativas, silêncios e evasivas por parte da prefeitura.
Somente este mês, a prefeitura deixou de responder a uma série de questionamentos do EsporteSC — não apenas sobre as reformas da Arena Brusque, mas também sobre outras demandas públicas de grande relevância, como promessas e projetos de governo.
Um episódio emblemático foi a retirada dos painéis publicitários da Fenarreco na Beira Rio. Eles ficaram expostos apenas dois dias antes de serem removidos, sem qualquer explicação oficial. Resultado: desperdício de dinheiro público e críticas da comunidade. Questionada, a prefeitura simplesmente se calou.
Outro exemplo foi em relação aos Jogos Comunitários de Brusque. O governo sequer havia comunicado aos atletas que não realizaria a tradicional festa de encerramento e premiação. A decisão só foi revertida após reportagem do EsporteSC, mostrando mais uma vez que, sem pressão, a transparência não acontece.
O mesmo silêncio se repetiu quando o assunto foi verba pública. Em vez de responder, a administração preferiu jogar a responsabilidade para o cidadão e para a imprensa, indicando que se busquem as informações via Lei de Acesso à Informação. Ora, se há uma Secretaria de Transparência, mantida com recursos públicos e com servidores pagos pela população, que sentido faz empurrar tudo para um processo burocrático e demorado?
Quando o poder público age assim, não prejudica apenas o jornal. Prejudica toda a comunidade, que fica sem respostas para entender como o dinheiro dos seus impostos está sendo aplicado.
Se transparência fosse de fato prioridade, a prefeitura estaria pronta para prestar contas e dialogar. Mas, na prática, o que vemos é uma gestão que, quando questionada, prefere se esconder atrás da burocracia. E isso não é ser transparente. Isso é apenas discurso.
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