Polícia Civil conclui inquérito sobre queda de balão que deixou oito mortos em SC sem apontar culpados

A investigação sobre a queda do balão que matou oito pessoas em Praia Grande terminou sem indiciamentos. Entre as vítimas fatais estava o técnico de patinação artística de Brusque, Leandro Luzzi

por Rafael Alves
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A Polícia Civil de Santa Catarina concluiu o inquérito sobre o trágico acidente de balão que deixou oito mortos em Praia Grande, no Sul do Estado, sem indiciar ninguém. Segundo o relatório final, divulgado nesta quarta-feira (8), não foi comprovada nenhuma conduta humana, seja ela dolosa ou culposa, que tenha causado o incêndio.

O caso ocorreu em 21 de junho deste ano, durante um passeio promovido pela empresa Sobrevoar, e teve grande repercussão em todo o país. Entre as vítimas fatais estava o técnico de patinação artística de Brusque, Leandro Luzzi, que também era diretor técnico da Federação Catarinense de Patinação Artística e fundador da escola Patinazzi. Natural de Encantado (RS), Leandro dedicou sua vida ao esporte e deixou um importante legado para a patinação catarinense.

Técnico da equipe de patinação artística de Brusque, Leandro Luzzi foi uma das vítimas fatais do acidente de balão que pegou fogo e caiu em Praia Grande

Durante a investigação, mais de 20 pessoas foram ouvidas, incluindo sobreviventes, o piloto e o fabricante do balão. Foram realizados laudos periciais, análises de gravações e perícias técnicas, mas nenhum indício de crime foi identificado.

“O conjunto das provas não comprovou a existência de conduta humana dolosa ou culposa que tenha dado causa ao incêndio em voo. Diante das conclusões periciais e da ausência de elementos que caracterizem crime, o inquérito policial foi concluído sem indiciamento”, informou a Polícia Civil em nota.

De acordo com o inquérito, o balão decolou por volta das 7h, levando 21 pessoas a bordo. Logo após o início do voo, o equipamento começou a pegar fogo. O extintor presente no cesto não funcionou, e o piloto iniciou uma descida de emergência. Quando o balão se aproximava do solo, parte dos passageiros — incluindo o piloto — pulou. Com o peso reduzido, a estrutura voltou a subir, e quatro pessoas que pularam de cerca de 45 metros de altura morreram na queda.

Em seguida, as chamas aumentaram, e o cesto, com outras quatro vítimas, despencou e foi totalmente consumido pelo fogo.

O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que agora decidirá se apresentará o caso à Justiça, mesmo sem indiciamentos.