Home Outros Aventura em quatro rodas: Brusquense fala da paixão e dificuldades no mundo da Arrancada

Aventura em quatro rodas: Brusquense fala da paixão e dificuldades no mundo da Arrancada

O piloto de Brusque, da equipe F1 Preparações, é hoje um dos melhores competindo na principal categoria, a Dianteira Turbo B, e sonha em chegar ao auge com o título da competição. Em 2013, Donini já passou perto, quando ficou com o vice-campeonato, a apenas um ponto do primeiro colocado. “Meu intuito sempre foi brigar pelo título e ano após anos estamos trabalhando para buscar esse primeiro lugar”, diz.

por Sidney Silva
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Aos 40 anos, o brusquense Charles Donini vive há quase uma década o amor pela adrenalina sobre quatro rodas.

Quando liga o motor, são poucos segundos para que seu carro atinja rapidamente cerca de 200 quilômetros por ora nas mais diversas pistas de Arrancada de todo o estado.

O piloto de Brusque, da equipe F1 Preparações, é hoje um dos melhores competindo na principal categoria, a Dianteira Turbo B, e sonha em chegar ao auge com o título da competição. Em 2013, Donini já passou perto, quando ficou com o vice-campeonato, a apenas um ponto do primeiro colocado. “Meu intuito sempre foi brigar pelo título e ano após anos estamos trabalhando para buscar esse primeiro lugar”, diz.

A principal dificuldade do piloto é financeira. Atualmente, Donini não tem patrocinadores, o que faz com que ele geralmente tenha dificuldades em participar de todas as etapas da competição.

Em 2016, por exemplo, foram apenas três das cinco do campeonato estadual., todas disputadas no Speedway Music Park, em Balneário Camboriú O brusquense chegou a ficar sete meses sem correr em razão de ajustes no carro. “Foi feita praticamente toda a parte elétrica. Praticamente ficou somente a parte debaixo do motor e a roda”, explica.

O investimento do piloto no carro somente neste período foi de cerca de R$ 35 mil. Um dos ajustes necessários para que o veículo tenha mais potência e consequentemente Donini brigue por melhores resultados foi na reação da largada. Com isso, acredita-se que seu carro possa atingir em torno de 190 quilômetros por hora num tempo estimado de 6.8 segundos. “Esse investimento foi feito para a gente virar tempo. De 7.3 a intenção é que a partir da temporada que vem a gente vire abaixo de 7, o que certamente nos coloca entre os cinco melhores da categoria”, explica.

Investimento pesado
Os gastos constantes com ajustes no carro não são somente mais uma das dores de cabeça de Donini. A participação nas provas muitas vezes também é uma batalha para o piloto. Segundo ele, cada etapa tem o custo médio de R$ 1,5 mil, sendo que mesmo que vença a disputa sua única premiação é o troféu de campeão. “Muita gente acha que ganhamos determinado valor. Mas na verdade o que a gente ganha é só o prazer de subir ao pódio e levantar o troféu”, diz.

Mesmo em meio a estes desafios do esporte, o brusquense acredita que todo o esforço tem valido a pena, na esperança de que possa conseguir parceiros para continuar sonhado em ser o melhor de sua modalidade. “Como a minha esposa fala. Enquanto a gente puder, vamos levando. Para mim, cada R$ 1 investido é valido”, diz, ao ser questionado sobre os sacrifícios para se manter na modalidade.

Donini comenta que a Arrancada é para ele tudo de mais importante junto com sua família. O piloto trabalha numa gráfica na cidade e observa que com seu salário precisa abdicar de muitas coisas para manter o hobby. “Não é qualquer pessoa da minha classe que tira R$ 35 mil do bolso para investir no carro. É uma vida de muitos sacrifícios. Deixamos viagens de lado e passamos por determinadas coisas tudo em busca de um sonho”, destaca. “A única ajuda que tenho é do meu patrão que me auxilia com o material gráfico de divulgação da corrida. Às vezes consigo uma inscrição aqui, outra ali. É uma situação difícil, mas temos a esperança de que algum dia alguém compre a ideia do nosso projeto. R$ 1 mil que eu ganhe já me ajuda muito”, finaliza.