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Brusquense Éder Levi comenta experiência no voleibol internacional

Atleta sonhava em ser jogador de basquete, mas foi no vôlei que se encontrou

por Redação
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Aos 28 anos, o brusquense Éder Levi Kock passa férias em Santa Catarina enquanto aguarda para saber qual será o próximo clube de sua carreira. Uma das revelações do vôlei catarinense, Levi conversou com a reportagem de EsporteSC sobre a sua trajetória no esporte. O central de 2,07 metros jogou em todas as categorias de base da Seleção Brasileira e passou oito anos no multicampeão Sada Cruzeiro. Nas duas últimas temporadas, fez parte do Parnu Volley Club, da Estônia e também da equipe do Sporting Lisboa, de Portugal.

O início

Natural de Brusque, Éder se conectou com outras modalidades antes mesmo de chegar ao voleibol e fazer sucesso no exterior. Ele praticou outras modalidades e, como toda criança, sempre teve um sonho de infância. E foi outro esporte de quadra que chamou a atenção do atleta pela primeira vez. “Meu sonho de criança era ser jogador de basquete. Sempre tive muita disposição e energia de sobra e por isso buscava estar ligado ao esporte. Chegava na escola até antes da aula para jogar basquete com um amigo meu. Na quarta série comecei a jogar na Sociedade Esportiva Bandeirante com meu primo e permaneci lá durante seis meses”, destaca Éder.

Além disso, o atleta brusquense comenta que enfrentou alguns problemas no início e que logo a paixão se tornou desgosto e, com isso, foi preciso partir para outra modalidade. “No basquete, eu era bem menor do que o restante do pessoal. Nos primeiros treinos levei duas boladas e uma delas pegou no nariz e chegou a sangrar, nunca me esqueço disso. Nesse tempo em que era fissurado pelo basquete deixei de gostar e logo em seguida entrei na natação, aonde fiquei por cerca de dois anos”, ressalta.

Começo no voleibol

Já aos 10 anos, Éder ingressou no vôlei em conjunto com a irmã, também no Bandeirante. O brusquense ficou cerca de dois anos no time de voleibol do Sesc onde praticava a modalidade com equipes mistas. Por intermédio da mãe, que conhecia um dos sócios proprietário do antigo Potencial, Éder conseguiu participar de um teste para fazer parte da equipe. Mesmo trabalhando com meninos com idade a partir de 13 anos, o técnico da equipe, Rui, de Blumenau, resolveu dar uma chance ao jogador que, na época, tinha só 12 anos, mas uma altura que chamava atenção: 1,70 metros. Característica essa que era fundamental na modalidade.

Na equipe de Brusque, o atleta permaneceu até os 15 anos e, quando estava indo para o segundo ano do ensino médio, Éder teve que tomar uma atitude que mudaria sua vida. Com os companheiros de classe que eram mais velhos e já se planejavam para ingressar na faculdade, o atleta precisou sair de Brusque para continuar no voleibol. “O técnico Rui era de Blumenau e conseguiu um teste para mim e também para mais um atleta lá na cidade. Fomos para o projeto da escola Barão do Rio Branco, fizemos um teste lá e acabou que deu tudo certo”, comenta.

Superação

Depois de ser aprovado no teste de voleibol na cidade de Blumenau, chegou a vez de Éder ser provado na convicção e, com muita garra e persistência, o brusquense deu início à carreira no voleibol. O atleta comenta que em Blumenau foi o ponta pé inicial e lá conseguiu enxergar que o negócio daria certo. Durante um ano, Éder saía de Brusque todos os dias com destino a Blumenau para participar dos treinamentos. “Estudava de manhã em Brusque e, logo depois dos estudos, almoçava e pegava o ônibus para Blumenau. Depois do treino pegava o ônibus até Brusque novamente, onde chegava às 21h na rodoviária e meu pai ia lá me buscar”, ressalta o brusquense.

Éder Levi no início da trajetória na modalidade de voleibol

Seleção Brasileira

Já aos 16 anos, criando forma e conhecimento de um atleta, Éder se me mudou definitivamente para Blumenau e concluiu o último ano escolar na cidade que treinava. Com a habitação em Blumenau, começaram a surgir as primeiras oportunidades.

Em 2010, o brusquense participou de uma peneira para a base da Seleção Brasileira com cerca de 45 atletas. Nesse ano e também no seguinte, Éder foi cortado e não conseguiu avançar para a equipe. Já em 2012/13/14 e 15, com uma melhor preparação, o atleta finalmente conseguiu integrar o grupo. E assim, foram dois anos na categoria juvenil e, logo depois, dois anos no Sub-23.

Na Seleção Brasileira, Éder conquistou pelas categorias de base a medalha de ouro no Campeonato Sul-Americano Juvenil de 2012, no Brasil, a medalha de prata no Campeonato Mundial Juvenil de 2013 na Turquia, a medalha de ouro na edição do Campeonato Sul-Americano Sub-22 de 2014 no Brasil, as medalhas de ouro na Copa Pan-Americana Sub-23 de 2012 e na Copa Pan-Americana de 2015, ambas nos Estados Unidos. O atleta também representou a Seleção Brasileira Militar na conquista do Campeonato Mundial Militar de 2014 no Brasil.

Esforço recompensado

Aos poucos, Éder começou a se destacar na modalidade e enfim recebeu uma das principais oportunidades da carreira de um atleta de voleibol. O brusquense relata que após a passagem pela seleção de base, foi procurado pelo técnico do Sada Cruzeiro Vôlei, uma das equipes mais vitoriosa do voleibol nacional. “Com 18 anos, recebi uma mensagem do técnico do cruzeiro perguntando se eu não tinha interesse em fazer um teste em Minas Gerais, pois ele já sabia que eu tinha feito parte da seleção”, comenta.

Novo em idade e querendo alavancar ainda mais a carreira, o atleta não pensou duas vezes e aceitou o convite. Foram oito anos na equipe mineira, com a conquista de diversos títulos. Pelo Cruzeiro, o brusquense foi campeão dos Campeonatos Mundiais de Betim em 2015 e em 2016. Já no Campeonato Sul-Americano de Clubes, o atleta conquistou dois ouros e uma prata. Em 2016, Éder foi campeão da competição em Taubaté, já em 2017 conquistou o título em Monte Carlos e em 2015 ficou sem segundo lugar com a equipe na cidade de San Juan, na Argentina.

Voleibol no Exterior

Depois de conquistar vários títulos pela equipe mineira, Éder resolveu se aventurar e foi jogar voleibol no exterior. Ele comenta que a primeira oportunidade fora surgiu no time do Parnu Volley Club, da Estônia. O jogador ressalta que sempre teve o sonho de jogar e morar fora do Brasil. “Foi uma experiência muito legal. Meu primeiro ano fora do Brasil. A cultura lá é muito diferente daqui, principalmente a língua. Levei sorte que todos falavam o inglês também”, relata o brusquense

Além disso, o atleta ressalta que o nível da modalidade é muito diferente de um país para o outro e que isso foi algo positivo para as atuações serem sequenciais. “O nível do voleibol deles é um pouco inferior do que aqui no Brasil, mas, mesmo assim, o campeonato é bem disputado. Essa experiência foi muito boa, pois tive bem mais oportunidade para atuar”, destaca Éder.

Já em Portugal, a partir de 2020, Eder ressalta que a comunicação foi bem mais fácil, assim como a adaptação. Ele afirma que, jogando fora, obteve bem mais oportunidade do que representando a equipe mineira no Brasil. “Aqui no Brasil era um time de ponta, mas eu era reserva, então estava em atuação uma vez ou outra. Já na Estônia e em Portugal, eu consegui ter mais oportunidades para mostrar meu voleibol e assim foi possível adquirir muito mais experiência e ritmo de jogo”, complementa.

Agora, na troca de temporada, Éder ainda não sabe qual será o seu futuro e qual o próximo clube que vai defender, mas o brusquense está confiante na espera de um novo contrato.

Fotos: Divulgação