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Coluna Personalidades do Esporte: Delmar A. Tondolo

O entrevistado desta semana é o ex Superintendente da Fundação de Esportes ,Delmar Alberto Tôndolo, nascido em 27 de novembro de 1955, em Santa Maria RS, cônjuge Simone Sestari Tôndolo; filhos: Rafaela Tôndolo e André Vinícius Tôndolo,

por Redação
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O entrevistado desta semana é o ex-Superintendente da Fundação de Esportes ,Delmar Alberto Tôndolo, nascido em 27 de novembro de 1955, em Santa Maria RS, cônjuge: Simone Sestari Tôndolo; filhos:  Rafaela  e André Vinícius.

Como foi sua infância?

Típica de família humilde, simples, mas bem aproveitada, com muito espaço para brincadeiras, espaço para jogar bola, amizades sinceras, sem as armadilhas de hoje em dia.

Sonho de criança?

Ser uma pessoa respeitada, constituir família e não deixar passar pelas dificuldades que minha família passava.

Como foi sua juventude?

Também de forma bem simples, não haviam grandes alternativas de lazer (nesta época morava em Cachoeira do Sul, cidade mais de interior)

Pessoas que o influenciaram?

Em primeiro lugar e mais importante meus pais, que apesar de pouco estudo, demonstravam sempre o valor da honestidade, do trabalho e do respeito.

Como surgiu Brusque em sua trajetória 

Eu estava trabalhando na cidade de Concórdia, como Técnico de handebol e obtivemos um resultado muito positivo com a equipe feminina na época nos Jasc em Jaraguá do Sul no ano de 1980. Recebi o convite para trabalhar em Brusque. Na oportunidade agradeci e disse que iria pensar, mas era meu primeiro ano em Concórdia, e gostaria de ver como ficaria na sequência. Em 1981 nos Jasc em Lages, novamente fui convidado pelo Sr. Orlando Muller (popular Pipoca) para trabalhar em Brusque. Como a estrutura de Brusque se apresentava mais satisfatória e a proposta de investimentos eram melhores, juntamente com um projeto de renovação, resolvi aceitar o desafio, e assim em abril de 1982, fiz minha mudança para cá, e desde então procurei desenvolver os trabalhos da melhor maneira possível. E aconteceu dentro do nosso planejamento com o apoio principalmente da Prefeitura, conseguimos superar as metas, alcançando resultados excelentes, levando Brusque a representação e conhecimento Nacional. Em 1993, fui convidado a assumir a coordenação do esporte escolar na Secretaria de Educação, no Departamento de Educação Física, e no segundo semestre do mesmo ano o então Secretário de Educação Pe. Nestor Adolfo Eckert, juntamente com o Prefeito Danilo Moritz, convidaram para assumir a Diretoria de Esportes, e desde então permaneci na parte administrativa do esporte desta que hoje considero minha cidade.

Que acontecimentos esportivos mais marcaram?

O que mais marcou com certeza foi a organização dos Jasc 2000, quando a maioria das pessoas em Brusque apostavam no fracasso ( e muitos trabalharam para isso por questões políticas ), nosso pequeno grupo de trabalho conseguiu dar a volta por cima e realizar os Jogos mais bem organizados até hoje, e a melhor classificação geral também com um honroso 4° lugar.

Que acontecimentos esportivos o marcaram de forma negativa?

Sempre procuro tirar uma lição de cada evento, e aperfeiçoar para o próximo. Então nada é negativo no evento e sim um aprendizado. Negativo é quando misturam política partidária no trato do esporte ou de sua administração.

Grandes nomes no esporte brusquense?

Citaria: Arthur Schlosser, Rubens Facchini, Orlando Muller, Simone Stom, Carlão Schwanke, Heloisa Wichem, Helena Inocente, Maria Lucélia Joenck, Murilo Fischer, Gilmar Bork; e dos atuais esportistas destacaria: André Gohr – seleção brasileira de ciclismo, Soelito Gohr – já participou de olimpíada, Matheus Reinert,,  Matheus – seleção brasileira natação deficiente visual, Rogério Branco recordistas de medalhas nos Jasc

Torce para que equipes?

Sou Gremista, mas nada de fanatismo.

Por que o esporte amador, notadamente o futebol, perdeu a graça?

Acredito que a falta de respeito entre atletas e dirigentes, além dos muitos mercenários,hoje e num jogo de futebol o que mais você ouve são palavrões, ofensas além de não assistir futebol, e sim anti-jogo, o que interessa é parar e intimidar o adversário, esqueceram da bola. Como vamos levar a família para assistir, ou incentivar um filho a jogar, se estão como na velha Roma, se degladiando dentro do campo.

Como foi a experiência no comando da Fundação de Esportes?

Ao assumir a Fundação Municipal de Esportes em 2015, foi gratificante e ao mesmo tempo muito desafiadora pelo momento delicado, um momento político sem precedentes na nossa história, onde você não sabia que aconteceria no dia seguinte.

Procuramos tratar todos os assuntos e eventos esportivos da maneira mais técnica possível, buscando o equilíbrio das ações com os recursos disponíveis.

Criar algo novo, dentro das ideias e propostas que possuo, seria de certa forma inconsequente, então buscamos aprimorar os trabalhos realizados, resgatar ações, dar mais qualidade na execução dos eventos, e melhorar as condições em nossas participações, principalmente nos eventos da Fesporte.

Conseguimos implantar o Plano Municipal de Esportes, através de Lei, onde constam todas as diretrizes para o desenvolvimento do esporte em todas as suas representações e categorias.

Propusemos alterações na Lei do Bolsa Atleta e a criação do Bolsa Técnico, assim como a matriz administrativa da Arena Brusque, mas infelizmente, por questões do momento político não seguiu em frente.

Outras proposições como a proposta da área de lazer e esportes em frente a Arena Brusque, assim como as adequações na Área hoje chamada Parque Chico Wemuth, não foram seguidas pela insegurança política do momento.

Ideias, propostas e sonhos não me faltaram à época, nem tampouco disposição, mas o momento político, a insegurança do amanhã, nos obrigava a ponderar, sob a risco do fracasso nos resultados.

Mas não deixamos em nenhum momento de atender a todos, dentro das condições do momento, e possibilidades legais.

Potencial nossa cidade tem. Basta saber explorar, destinar recursos e principalmente administrar de forma técnica e consciente, para termos resultados positivos em um determinado espaço de tempo.

Não se faz um atleta ou uma equipe de um ano para outro, valorizando atletas de base, e da própria cidade.

Uma palhinha do livro sobre arbitragem?

Quanto ao livro Arbitragem uma Nova Visão ” Além das regras o que mais um árbitro deveria saber”, partiu da necessidade de conhecimento das pessoas e daqueles que entram na carreira de árbitros, que não basta saber apenas as regras da modalidade, pois além das regras, temos todo um contexto de preparação. Desde preparação física, preparação psicológica, apresentação, entendimento do que gera um jogo (Técnicos, atletas, dirigentes, patrocinadores, público), comportamento, ações, julgamento dos lances, cuidados com alimentação, cuidados no antes e após jogo. Arbitragem, não é apenas pegar um apito e sair apitando, é uma atividade complexa e de muita responsabilidade. O livro veio nesta linha e foco, do que mais deve ser e ter conhecimento além das regras. Pois sua atuação influencia um mundo mais complexo do esporte. O melhor árbitro é aquele que não é lembrado no jogo. Tem que passar desapercebido. Árbitro conduz o show. As estrelas devem ser os atletas e técnicos.

Para finalizar: como poderia ser melhor aproveitada as dependências – área esportiva – da Arena?

Arena Brusque é um espaço maravilhoso, como poucos no Brasil. Mas tem um custo de manutenção muito elevado, para servir apenas para treinos. No meu entender necessita de um plano de negócios, para que a mesma se torne auto sustentável. Elaboramos uma proposta de construção nos fundos da Arena um galpão com 3 quadras esportivas, divididas por redes de proteção, onde haveria possibilidade de 3 equipes treinarem ao mesmo tempo, e mais um espaço para artes marciais, Tênis de mesa ou outra modalidade que não requeira grandes espaços. Assim a Arena ficaria para realização de eventos, que poderiam gerar recursos para sua manutenção. Aproveitar o tamanho do telhado e colocar placas para energia solar, fazer sistema de captação de água das chuvas, trocar sua iluminação por led. Se estes investimentos fossem realizados, sobrariam mais recursos para serem aplicados nas modalidades esportivas. Readequar os espaços físicos internos para atender as modalidades esportivas que não possuem sedes. A Arena é pública e deve atender aos anseios das modalidades e da população, mas tem que ser administrada como se fosse privada, para ter seus custos amenizados, e os recursos que hoje são usados para sua manutenção, possam reverter as modalidades esportivas.

O que é uma sexta-feira perfeita?

Aquela que você olha para trás, sente-se realizado com todo o bem que se fez, que temos um final de semana para carregar as energias, e reiniciar o ciclo das coisas bem feitas.