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Coluna Saúde do Atleta: Prevenção, Palavra Mestra Do Esporte No Século XXI

Na coluna de Saúde do Atleta de hoje, iremos falar sobre a Prevenção, a…

por Volnei Corrêa da Silva
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Na coluna de Saúde do Atleta de hoje, iremos falar sobre a Prevenção, a palavra que se tornou ‘Mestra’ do Esporte neste século.

Nem sempre foi assim. A tentativa de prevenção de doenças vem desde os séculos a. C com as várias pandemias ocorridas no mundo e a busca do homem em compreender como elas ocorriam. O grande boom da busca pela prevenção das doenças se deu com a identificação e conhecimento dos microrganismos que aconteceu após a criação do microscópio em 1674 por Leeuwenhoek.

No esporte a discussão sobre a prevenção vem à tona, nas últimas décadas, com a popularização, com a profissionalização dos esportes, com o aumento do número de competições, com o volume financeiro envolvido, com o aumento da competitividade, com a maior visibilidade conseguida pelas diversas modalidades esportivas por conta dos meios de comunicação.

Para você prevenir, primeiro precisamos conhecer a epidemiologia (número de lesões, frequência, evolução, distribuição) das lesões. Precisamos ter um perfil das lesões mais frequentes. Saber sua distribuição nas diferentes modalidades esportivas, em relação ao sexo, faixa etária e região global em que você se encontra. O ideal seria cada região, cada modalidade ter seu perfil epidemiológico para poder traçar um planejamento preventivo.

Muito perto de nossa realidade, temos um estudo epidemiológico de Torres S., realizado na UFSC, onde 2/3 dos atletas eram homens, maioria entre os 20-29 anos. Já nas mulheres a faixa de idade que mais realiza atividade física é a de 10-19 anos. As lesões mais frequentes foram as musculares (metade das lesões), seguidas pelas articulares e ligamentares com ou outros 50%. Nas regiões do corpo, joelho e tornozelo como as mais acometidas, seguido pelo ombro.

Como falamos na coluna da semana passada, as lesões são decorrentes de fatores extrínsecos (não dependem diretamente do atleta) e fatores intrínsecos (relacionados diretamente com o atleta). O desencadeamento da lesão habitualmente tem mais que um fator envolvido. Elas podem ser agudas ou crônicas sendo as crônicas mais facilmente prevenidas.

O conhecimento do perfil epidemiológico, dos fatores de risco de lesão do atleta e modalidade esportiva irão nos ajudar a planejar as ações preventivas a serem realizadas.

São vários os sinônimos para essas ações. Exercícios educativos, treinos específicos são algumas maneiras de se chamar estas ações, através de exercícios, de preparação do sistema osteomuscular para realização da atividade esportiva com objetivo de minimizar o acontecimento de lesões. Encontramos também já planos de prevenção estruturados tendo o FIFA 11+ como o mais popular. Este programa, desenvolvido pela FIFA para o futebol, levou a uma diminuição significativa das lesões de joelho e tornozelo na prática do futebol e pode ser extrapolado para outras modalidades esportivas. Um programa fácil execução, acessível para qualquer atleta ou equipe que leva a uma diminuição das principais lesões e a um aumento de desempenho esportivo. Podendo ser acessado pelo endereço eletrônico:

https://www.f-marc.com/files/downloads/workbook/11plus_workbook_ptbr.pdf

VOLNEI CORRÊA DA SILVA

Especialista em Cirurgia do Joelho em Lyon/França e Médico de Equipe pelo Futbol Club Barcelona, Volnei Corrêa da Silva tem 51 anos e é natural de Ibirubá (RS). Desde 1997 mora em Lages. Atualmente é médico do Leoas da Serra, time de Futsal Feminino de Lages, e também médico da Seleção Brasileira de Futsal Feminino. Professor do curso de Medicina na Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), Volnei também atua na CLINITRAUMA Ortopedia e Traumatologia, em Lages.