O jogo entre Carlos Renaux e Tubarão, que terminou com vitória por 3 a 2 para os visitantes, acabou em muita confusão no estádio Augusto Bauer. Conforme a súmula divulgada pelo trio de arbitragem comandada pelo árbitro William Machado Steffen, os profissionais foram agredidos, receberam ameaças de morte e tiveram o carro com diversas avarias pela diretoria do Vovô.
As informações já haviam chegado à reportagem de EsporteSC ainda na noite de quinta-feira, data da partida, mas a súmula do jogo, que veio carregada em três páginas, só foi divulgada no fim da tarde desta sexta.
Expulsão e ameaças
Conforme o relato de Steffen, o primeiro incidente da partida ocorreu no início do segundo tempo, quando ele solicitou que o presidente do Carlos Renaux, Altair Heck, o Taico, deixasse as arquibancadas do estádio após chamar a arbitragem de “ladrão, safado, filho da put…” Ainda segundo Steffen, Taico ainda teria dito “Vou te pegar lá fora”. As ameaças teriam continuado enquanto o presidente tricolor deixava o estádio. “Vocês não vão sair daqui vivos”.
A confusão continuou com a expulsão posteriormente de Djonathan Heck, filho de Taico e diretor de futebol do clube. Segundo consta em súmula, Heck chamou nominalmente o árbitro de fraco e disse que ele veio ao jogo condicionado a roubar o clube. “Tu é ladrão e fraco, William. É um vagabundo”, teria dito, entre outras palavras.
Pós-jogo – Porta arrombada e agressões
Conforme o árbitro da partida, após o apito final, quando o quarteto de arbitragem estava no vestiário, a porta do local foi arrombada a chutes. Neste momento, várias pessoas passaram a ameaçar os profissionais, com xingamentos dos mais diversos, entre “ladrão”, e ameaças de morte. Segundo Steffen, Rogério Luiz Wippel, integrante da diretoria do Vovô, ameaçou o assistente Helton Nunes com dedo em riste e, em seguida, empurrou o rosto do bandeira contra a porta do vestiário.
Outra pessoa, identificada por Steffen como Bruno Natan de Souza, além de ter arrombado o vestiário acertou um “chute violento” nas pernas do auxiliar Helton Nunes. A súmula ainda cita o massagista do clube, Emerson Marcos Cardoso, e o supervisor Marcio Douglas de Carvalho, que teriam ameaçado a arbitragem e incentivado que os profissionais sofressem mais agressões. “Tem que apanhar mesmo”, teriam dito. Steffen também cita que todos os episódios foram acompanhados por Taico, que voltou às dependências internas do estádio após o apito final, ofendeu e ameaçou a arbitragem e não fez nada para conter as demais agressões.
Por fim, Steffen ainda identificou que o veículo do trio de arbitragem, além do carro do supervisor, Robson Varela, sofreram avarias, como arranhões, amassados, e diversos outros danos. O trio de arbitragem registrou Boletim de Ocorrência. Conforme apurado por EsporteSC, em razão da ocorrência, foram assinados dois Termos Circunstanciados (TC), um deles pelo presidente do Vovô.
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O que diz o Vovô
Em nota publicada nas redes sociais, o Carlos Renaux diz que reitera a toda sociedade catarinense que repudia e não compactua com qualquer ato de violência. “O primeiro clube de futebol de Santa Catarina, orgulha-se da sua história, que sempre foi pautada no respeito e no bom senso. O CARRENAUX se coloca a disposição das autoridades, no sentido de apurar e punir ações que não condizem com o decoro esperado que ocorreram ontem (13) após o término da partida frente o Tubarão”. Após contato da reportagem, o clube alega que entre a noite desta sexta-feira e o sábado pela manhã vai soltar “um compilado sobre tudo o que ocorreu na partida e relatando tudo o que houve de fato no estádio Augusto Bauer”.