Home Futebol Em coletiva de imprensa, diretoria do Brusque fala sobre eleições, política, futebol, bastidores e o futuro do clube

Em coletiva de imprensa, diretoria do Brusque fala sobre eleições, política, futebol, bastidores e o futuro do clube

Apesar do fim das eleições, o tema foi um dos principais focos da reunião e dominou a roda de conversas desde o primeiro momento. Logo no começo da entrevista o presidente Danilo Rezini (candidato a vice-prefeito na chapa de Ciro Roza) e o diretor-financeiro Rogério Lana, que auxiliou na campanha de Rezini, se defenderam sobre matérias da imprensa e veiculações nas redes sociais de que teriam usado o clube para se autopromover politicamente.

por Sidney Silva
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Em uma coletiva de imprensa bastante intensa, com duração de quase duas horas, a diretoria do Brusque FC lavou a roupa suja com a imprensa na tarde desta quinta-feira (26). Na oportunidade, estiveram presentes praticamente todos os diretores do clube, do financeiro ao jurídico, além da presidência do conselho. O foco do encontro foi falar sobre o momento do Brusque, contratações, queda de rendimento no futebol, futuro do Bruscão e, claro, política.

Apesar do fim das eleições, o tema foi um dos principais focos da reunião e dominou a roda de conversas desde o primeiro momento. Logo no começo da entrevista o presidente Danilo Rezini (candidato a vice-prefeito na chapa de Ciro Roza) e o diretor-financeiro Rogério Lana, que auxiliou na campanha de Rezini, se defenderam sobre matérias da imprensa e veiculações nas redes sociais de que teriam usado o clube para se autopromover politicamente.

Rezini citou charges e alguns comentários específicos que, segundo ele, foram maldosos, atingindo ao presidente e também seu filho, o diretor de futebol André Rezini, eleito vereador pelo Republicanos. “Jamais usei o Brusque, usei a gestão que foi feita à frente do clube”, defendendo que isso é normal em qualquer instituição, seja pública ou privada. “Recebi comentários maldosos porque talvez eu não estivesse do lado que a imprensa queria”, afirmou.

Já Rogério Lana se mostrou descontente com comentários que, segundo ele, davam a entender que a diretoria havia abandonado o Brusque. “Essa diretoria jamais abandonou o Brusque. Eu posso até sair do Brusque, mas abandoná-lo jamais”, comentou, com apoio posteriormente do vice-presidente Carlos Beuting, que reforçou que as eleições não prejudicaram o andamento do clube. “O Danilo esteve aqui praticamente todos os dias, a par do que acontecia no Brusque”, defendeu.

Represálias políticas
O presidente do Brusque FC também foi questionado por eventuais represálias políticas que possam afetar o clube com o seu posicionamento distinto ao dos dois principais patrocinados do Brusque, o empresário Luciano Hang, da rede de Lojas Havan, e Deni Nascimento, da empresa Bompack. Deni é genro do atual prefeito Jonas Paegle e, assim como Hang, foi um dos principais entusiastas da campanha do candidato eleito Ari Vequi. Paralelamente, Rezini optou por ir como candidato a vice de Ciro Roza. O presidente do Brusque defendeu sua liberdade pessoal para escolha política, dizendo acreditar que isso em nada afeta o clube. Ele, inclusive, disse ter conversado com os dois empresários antes da eleição, garantindo que foi entendido por ambos e não há nenhuma chance de ruptura. A Bompack, inclusive, já renovou o contrato para o ano que vem, enquanto a Havan está em negociação, segundo o clube. “Temos que respeitar a minha individualidade. Cumpro minhas obrigações no Brusque e fora tenho que ter respeitado meu direito constitucional. Tenho certeza que o Brusque não vai sofrer por isso. Temos uma relação de 12 anos com nossos patrocinadores, o Deni é um grande amigo e o Luciano jamais tomaria uma decisão que prejudicasse a vida do Brusque”.

Outros temas
Durante a coletiva, a diretoria também explanou e foi questionada pela imprensa sobre diversos outros temas. A queda de rendimento do clube, que vem de cinco jogos consecutivos sem vitória e é um dos piores do returno da Série C, obviamente, não ficou fora de pauta. Os diretores do Brusque destacaram que são vários fatores que vem influenciando na queda de rendimento do clube, citando como principais, não necessariamente nessa ordem, o surto de covid no time, um eventual salto alto dos atletas pela situação confortável do primeiro turno, e erros de arbitragem. O clube, inclusive, está fazendo um levantamento desses erros e fará uma reclamação formal com fotos e vídeos na CBF. A diretoria também admitiu que fatores extracampo, vinculados a festas e bebidas, como tem circulado em grupos de whatsapp, também podem estar comprometendo o rendimento do time. “Infelizmente isso acontece e sempre acontecerá no futebol”, lamentou o diretor de futebol André Rezini.

O vice-presidente Carlos Beuting também assumiu que casos como esses são normais e já estavam acontecendo mesmo antes de o time entrar em má fase. “Só que quando os resultados não vem, essas coisas vem a foco e ficam escancaradas”, disse, admitindo que o clube tinha conhecimento, mas jamais passou a mão na cabeça de atletas. “Já fizemos reuniões individuais e agora faremos com todos os atletas no coletivo. O Brusque nunca foi omisso, nem quando estávamos ganhando. Não vamos deixar que isso prejudique o nosso projeto de acesso à Série B”, diz.

Departamento de futebol
Mesmo com todos os problemas enfrentados e a queda de rendimento do time, a diretoria do clube mostrou convicção de que a equipe estará na próxima fase da Série C, lembrando que o Brusque precisa de apenas mais um ponto para garantir a vaga. André Rezini diz que a equipe ainda correr atrás de reforços para fortalecer o elenco até o dia 2 de dezembro, data final das inscrições para a segunda fase da Série C. Serão pelo menos dois jogadores para o setor de ataque, além de Índio e Dênis, que já foram apresentados essa semana. Por outro lado, André adiantou que na próxima segunda-feira o Brusque perderá o atacante Alexsandro para o futebol do exterior. “Infelizmente, há alguns casos que o clube não tem condições de segurar o atleta, como é o caso do Itinga (que foi para o Figueirense) e agora o Alexsandro”, comentou.

Categorias de base
A diretoria do Bruscão também foi questionada sobre as categorias de base do clube, que poderiam auxiliar a equipe neste momento de saída de atletas e baixa pela covid-19. André Rezini comentou que esse é um custo que o clube ainda não comporta, por isso a equipe busca parcerias, como por exemplo com o Atlético Batistense em outros anos e, mais recentemente, com o Santos Dumont. “Não adianta termos apenas uma base por ter, por isso buscamos parceria com clubes que já desenvolvem esse trabalho”. Segundo a direção do Brusque, o custo pode chegar a R$ 50 mil por categoria, o que seria inviável para o clube, que dedica praticamente todo seu orçamento ao futebol profissional. Os diretores do Brusque mostraram ciência da importância de uma categoria de base própria, mas atrelaram isso a construção de um estádio próprio, com uma estrutura que envolva um Centro de Treinamento com alojamentos e também a entrada de mais receitas. Segundo Danilo Rezini, o Brusque deve entrar novamente em conversas com o empresário Luciano Hang para retomar as tratativas para a construção de um estádio próprio no Centro de Eventos Chico Wehmuth. “Essa situação deu uma esfriada um pouco, mas queremos sentar novamente com o Luciano para colocar em prática esse projeto, hoje uma questão de necessidade do clube, principalmente se subirmos para a Série B”, diz.

Situação financeira
Rogério Lana e o diretor jurídico do Brusque, Luís Fernando Novaes, comentaram sobre a situação financeira do Brusque. Conforme Lana, a expectativa era de que o clube tivesse um superávit de R$ 60 mil, algo inédito nos últimos anos, mas um bloqueio de receitas pela Justiça do Trabalho comprometeram as finanças. O valor corresponde a cerca de 20% da premiação da última fase da Copa do Brasil, algo em torno de R$ 350 mil. Pamplona ressaltou que o clube tem um acordo no Ministério do Trabalho e vem pagando as parcelas rigorosamente em dia. “Ao nosso ver esse bloqueio é ilegal. Por isso estamos trabalhando para reverter”, finalizou o advogado, prevendo um déficit de R$ 308 mil caso isso não acontece.

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