Um abraço apertado e um misto de admiração e respeito marcaram um encontro de gerações logo após o fim da partida entre Sociedade Beneficente e Santa Rita, pela segunda rodada do Campeonato Municipal de Bocha Vale Tudo Feminino de Brusque.
A partida – disputada na noite de terça-feira (11) – na Sociedade Beneficente, acabou em 1 a 1, mas o que chamou atenção ao fim do jogo foi o tom amistoso e de admiração mútua entre Salvelina Maria Lepeck,76 anos, atleta da Sociedade Beneficente que há mais de quatro décadas faz parte da história da bocha do município, e a jovem Kauany Vitória Soares Ferreti, 16 anos, que começa a escrever agora sua trajetória.
Uma já atuou em centenas de competições, representando diversas cidades de Santa Catarina, enquanto a outra participa apenas pela segunda vez do campeonato municipal, mas já mostra que tem um caminho brilhante pela frente. “Ela é muito jovem e joga muito bem”, diz a veterana, que é só elogios para a jovem. “Para nos é muito bom [ver uma atleta tão jovem jogando]. Nossas equipes estão se acabando. Quando comecei tínhamos 30 equipes, agora tem cinco. É muito pouco, né…”, observa, em tom de lamentação.
Mas se depender de Kauany, pelo menos, a bocha não deixará de ser impulsionada. Moradora do Steffen, a atleta vem de uma família que tem grande ligação com a modalidade. O pai, Roberto Ferreti (Marreta), é um assíduo praticante da bocha, e a própria Kauany chegou a jogar com a mãe, Rozelane, no Municipal do ano passado. “Meus pais gostam e sempre jogaram bocha. Desde novinha, sou praticante. Eu acompanhava eles em campeonatos e quando não tinha ninguém na cancha entrava e começava a jogar as bolas”, conta ela, projetando uma trajetória de sucesso e de conquistas na modalidade. “Fico feliz de receber elogios das atletas mais velhas e experientes, pois sei que estou no caminho certo, jogando bem e fazendo pontos para a equipe. Ano passado fomos terceiro e creio que o primeiro lugar esse ano será nosso”, finaliza, confiante.

