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Falta de representatividade e engajamento: os motivos para Brusque ter sido rejeitada como sede dos Jasc em 2020

O berço dos Jogos Abertos de Santa Catarina foi completamente rechaçado para sediar a competição no ano de 2020, a 60° edição. Brusque e as outras concorrentes, Concórdia, Rio do Sul e Jaraguá do Sul, apresentaram os projetos em frente ao Conselho Estadual Desportivo (CED) neste domingo (9) mas o município não recebeu nenhum voto dos conselheiros.

por Redação
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O berço dos Jogos Abertos de Santa Catarina foi completamente rechaçado para sediar a competição no ano de 2020, a 60° edição. Brusque e as outras concorrentes, Concórdia,  Rio do Sul e Jaraguá do Sul, apresentaram os projetos em frente ao Conselho Estadual Desportivo (CED) neste domingo (9), mas o município não recebeu nenhum voto dos conselheiros. A cidade escolhida acabou por ser Jaraguá do Sul, com 7 dos 18 votos na ocasião.

Brusque foi o primeiro município a apresentar a candidatura e, além do apoio das cidades vizinhas, também contou com Caçador, sede da edição deste ano, que propôs a possibilidade do berço da competição sediá-la a cada dez anos. Mas nada disso contou para os conselheiros na hora de escolher.

Para o superintendente da Fundação Municipal de Esportes, Olavo Larangeira Telles, os obstáculos de Brusque não estão relacionados a estrutura da cidade, mas sim na falta de representação. “A grande diferença entre Brusque e os outros municípios, algo que pesou, foi que as outras três têm um membro no CED, isso certamente influenciou nos bastidores. A única representante dessas cidades a votar foi a de Jaraguá, que também é presidente do Conselho, mas os outros fizeram campanha, e isso pesou”, comenta ele.

Outro problema encontrado na candidatura da cidade, de acordo com Olavo, foi a falta de engajamento do poder público e da comunidade local. “O segundo ponto que pesou foi a falta de um engajamento maior de outros setores. As outras cidades estavam lá com os prefeitos, equipes, representantes de comunicação, equipes de saúde e educação. Esse contingente grande mostra que a cidade toda, não só a área do esporte, está abraçando essa causa. Alguns até levaram depoimentos de representantes da comunidade. Além disso, também conta a própria questão de relações e contatos políticos”, explica o superintendente.

Ele também destaca que a história recente de Brusque no que diz respeito às competições desportivas foi um ponto crítico para a rejeição do município. “Os retrospectos recentes de Brusque nas competições organizadas pela Fesporte também pesaram muito. Eles questionaram o tamanho da nossa delegação, nossa equipe, os projetos municipais voltados para o esporte, as questões de bolsas-atleta e técnico, e isso são coisas que ainda estamos engatinhando, precisamos avançar muito. Não mascarei nada, falei que a bolsa-técnico foi aprovada agora e que o primeiro pagamento foi feito às vésperas da competição. Um exemplo é Rio do Sul, tem 70 mil habitantes com uma delegação de 90 atletas e mais 20 pessoas no suporte técnico. Nós temos uma representação esportiva de um pouco mais de 100 atletas com apenas quatro dando o suporte necessário. Eles notaram isso e acredito que deve ter pesado na hora da escolha”, analisa Olavo.

Mesmo com a candidatura de Brusque sendo rejeitada, as expectativas de Olavo para os Jasc de 2020 estão boas. “Eu disse na minha apresentação que não importava qual cidade fosse a sede, a competição estaria em boas mão. Eu vi que todas as cidades realmente tinham o desejo e interesse em fazer, alguns mais políticos, já que é fim de mandato e ano eleitoral, outros realmente com uma proposta voltada para o esporte. Acho que Jaraguá tem uma boa estrutura e qualquer um dos quatro municípios teriam feito um evento marcante. Nós lamentamos não ter conseguido trazer para Brusque, mas acho que todo revés não é uma derrota, mas sim um aprendizado”, diz. “Está na hora da gente começar a pensar em políticas de esporte e começar a avaliar se o que está sendo feito é válido, se continuarmos do jeito que está. A intenção é nos reunirmos, principalmente com os técnicos e outras figuras influentes no esporte, para começar a montar uma agenda com metas e estratégias, especialmente para os anos de 2019 e 2020”, termina ele.