O título Intercontinental de futsal feminino conquistado há exatos dois anos pelas Leoas da Serra é apenas uma das páginas da história destas atletas que percorreram um longo caminho, cheio de obstáculos e dificuldades até colocar a modalidade no topo. Aquele 23 de junho de 2019, domingo em Lages, ficou marcado na história de cada uma, o ginásio lotado e o jogo televisionado para o Brasil inteiro, mostrou ao mundo que não era apenas um jogo, mas sim um sonho que estava se tornando realidade.
No primeiro Intercontinental da história do futsal feminino. As Leoas viajaram à Espanha para enfrentar o campeão europeu, Atlético Navalcarneiro, no primeiro jogo da final o resultado não foi o esperado, 3 a 1 para as espanholas, porém, o time voltou a Lages com a mala cheia de esperança para fazer o desfecho final ser diferente.
Juba, ex-goleira das Leoas da Serra conta que a experiência na disputa do mundial foi única e que poucos atletas conseguem essa realização. “Foi uma experiência única e marcante, posso viajar para a Espanha mais mil vezes, mas para disputar um jogo oficial assim vai ser difícil, são poucas pessoas que tem a oportunidade de viajar para a Europa para disputar um jogo oficial. Foi uma experiência que vivi dentro do futsal que nem sei se algum clube vai viver, se vai ir atrás de fazer um Intercontinental como nós fizemos”, relata.
Um jogo tenso, disputado, vibrante, com reviravolta e cheio de emoções definiu a segunda partida do mundial. As meninas entraram em quadra com um brilho no olhar e com a certeza que só sairiam da final com a taça do Intercontinental nas mãos. As Leoas jogaram como leoas, e a torcida fora das quatro linhas, fez sua parte, vibrou a cada toque na bola, a cada jogada bonita e a cada gol marcado. No tempo normal com dois gols de Greice e um de May o time devolveu o placar da primeira partida, 3 a 1. Na prorrogação, Amandinha mostrou mais uma vez porque é a melhor jogadora do mundo. Marcou duas vezes e as Leoas fizeram o mundo caber dentro de um ginásio.
Juba relembra a trajetória do time até a conquista do título e conta como foi gratificante fazer parte desse marco do futsal feminino. “O jogo de volta em Lages foi muito legal com o ginásio cheio, todo jogo com ginásio lotado e com título é uma sensação diferente, foi muito importante ver o final dele, porque foi construído uma história. Ganhamos a Copa do Brasil e a Libertadores para depois chegar no Mundial. Foi algo bem marcante pela história que construímos, fico feliz por ter feito parte da construção desde o início até o ápice que o time poderia chegar. Foi muito gratificante, um ginásio lotado, minha família vendo, sempre digo que vou contar para todos, faz parte da minha história, fico muito feliz de ter feito parte daquele grupo que viveu isso”, finaliza a atleta.
Fotos: Fom Conradi