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Coluna: “Mulheres no futebol? Dá jogo, sim!”

Confira a coluna de estreia da jornalista Gabriela Sassi.

por Gabriela Sassi
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“Isso não é para você!”. “Talvez você não entenda tanto assim. Porque não tenta outra área?”. Sim, em pleno 2021 ainda há quem diga essas frases machistas quando se trata de mulheres no futebol.

Quando falamos neste assunto, muitos não imaginam que isso vai muito além das quatro linhas. Há mulheres trabalhando em todos os âmbitos, seja dentro ou fora de campo. Sobre atletas, sabemos que a maior de todas é do Brasil: Marta Vieira da Silva, ou simplesmente Marta. Claro, há tantos outros nomes, como: as estadunidenses Megan Rapinoe e Alex Morgan, a incansável brasileira Formiga, Cristiane, além de Andressinha, entre tantas outras da nova geração brasileira. Mas se olharmos além, poderemos ver o trabalho incansável e profissional de Aline Pellegrino, atual coordenadora de competições femininas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), pasta criada pelo presidente da entidade, Rogério Caboclo.

Antes, Pelle (como é conhecida), atuava na coordenação do Departamento de Futebol Feminino da Federação Paulista de Futebol e pelo notável desempenho das equipes paulistas nos últimos anos é que se pode comprovar que mulheres podem, sim, trabalhar na gestão do futebol. Falo isso, pois o primeiro pensamento é de que não existem mulheres nesse âmbito, ainda mais desempenhando bons trabalhos de gestão e organização do futebol.

É bem verdade que toda essa evolução ainda caminha a passos lentos, no entanto, nos dois últimos anos o cenário nacional se fortaleceu e abriu espaço para que mulheres também pudessem ocupar cargos de alto escalão dentro de entidades e federações, seja coordenando, produzindo conteúdo, entre outras atividades.

Por falar em produção de conteúdo, podemos citar diversas profissionais que se dedicam ao futebol e que também não atuam dentro das quatro linhas. Um exemplo disso são as ‘Dibradoras’, três paulistanas que, unidas pelo amor ao futebol, formam o trio de ataque na produção de conteúdo para este nicho. Angélica Souza, Renata Mendonça e Roberta Cardoso se dividem para escrever, falar e discutir sobre “o balé das massas”, promovendo uma transformação no esporte mais popular do mundo, bem como na comunicação.

Sim, esta pessoa que vos fala também trabalha com futebol, mas, porque escrevi tudo isso? Porque é na pele que se sente todas as dificuldades de se trabalhar com isso no Brasil. Há julgamento, há descrédito, há ofensa, e infelizmente existe o machismo. Por muito tempo o futebol foi pensado e falado para homens, mas há mulheres rompendo a barreira do preconceito e mostrando que há lugar para mulheres e que não será o machismo que vai nos parar. Isso é para mim, sim! Entendo disso, sim! A minha área é o futebol, sim!