O entrevistado desta semana é José Peixer, conhecido como Juca; nascido em Brusque aos 2 de dezembro de 1962. Cônjuge: Débora; duas filhas: Bárbara e Francini. Torce para o C.A. Carlos Renaux, Palmeiras e Botofogo (Alvinegro carioca). Quando parou o futebol, nos idos de 90, cursou Administração (Febe/Furb).
Como surgiu o futebol em sua trajetória?
O futebol surgiu primeiro no campinho na minha rua e na escola.
Em que equipes atuou?
Meu primeiro campeonato foi aos 8 anos pelo time do Flamenguinho do senhor Zelino Lopes e, depois no Corinthians do senhor Onildo, no campo do Padre João, ao lado da Igreja Santa Terezinha (hoje pátio da Polícia Militar). Depois no Clube Atlético Paulistinha do senhor Sebastião Fonseca, sendo que íamos jogar em Dom Joaquim, Águas Negras, Centro, Ouro, Ourinho em Botuverá, na cabine de um caminhão Alfa Romeu, veículo este utilizado para carregar pedras.
No Primeiro campeonato infantil Municipal joguei com o Palmeirinhas (do Neguinho Chaves), aos 12 anos, tendo no ano seguinte ido para as categorias de base do C.A. Carlos Renaux, no segundo ano, em 1976, fui dispensado, quando fui para o C.E. Paysandu, quando ficamos campeão infantil, ressaltando-se que jogávamos descalços. Usei pela primeira vez chuteiras aos 14 anos, num clássico festivo na cidade de Botuverá, entre C.A. Carlos Renaux e C.E. Paysandu.
Após deixar o profissional do Clube Atlético Carlos Renaux, continuei no futsal até 1988, e atuei em duas equipes amadoras, a saber: em 1989 atuei no Santos Dumont, quando conseguimos ficar vice-campeões, perdendo a final por 1 a 0 para a equipe do 10 de junho e, em 1990, vesti também a jaqueta do Santa Luzia.
Houve alguma fato curioso … foi a oportunidade de vingança pela dispensa do tricolor brusquense?
Sempre ia o profissional ou os juvenis do Paysandu, como as duas equipes não conseguiram participar naquela oportunidade, fomos com os infantis. Fiz dois gols, um na cobrança de falta e um de cabeça, tendo vencido por 2 a 1, e eu fui a forra por ter sido dispensado do Renaux.
Só futebol de campo?
Na oportunidade surgiu o futsal na minha trajetória. Atuei na equipe do Mercado Ristow, num campeonato realizado na quadra de chão batido do Caça e Tiro Araújo Brusque. Aos 15 anos iniciei na equipe da A.A. Schlosser, tendo permanecido por 12 anos. Aos 16 já entrei para a Seleção da C.M.E. de Brusque sendo convocado para as eliminatórias dos Jasc..
O retorno ao doce lar?
Estava atuando no futebol amador com a jaqueta da Schlosser, quando fui convidado pelo treinador Almir Coutinho o que me levou a voltar a usar a camisa do C.A. Carlos Renaux, retornando, inicialmente, para jogar nos juvenis, tendo sido nos idos de 1982 indicado por ele ao Coral para ingressar na equipe profissional, permanecendo por dois anos, sempre como centroavante.
No profissional:
A primeira atuação como profissional foi contra o Figueirense, como a equipe juvenil estava saindo do jogo da preliminar e me desejaram boa sorte, e eu que deveria atuar na equipe profissional – brincando – falei para eles que quando faltasse 20 minutos para acabar que gritassem meu nome e, realmente, quando estávamos perdendo por dois tentos a zero começaram a gritar Juca… Juca, endossados pelos torcedores da arquibancada que também começaram a gritar meu nome, foi quando o Coral mandou eu entrar – por pressão da torcida. Não fiz gol, mas dei três passes de campo a dentro… recebi a bola, dei um drible à la Zico tão desconcertante no Vanusa fazendo a torcida subir no alambrado…. valendo o ingresso.
Em grande parte fui reserva do Alencar (que atuou no Botafogo) e do Rodinaldo (que veio do Colorado do Paraná e daqui foi para o Palmeiras de São Paulo) … vale registrar que o Rodinaldo era bom nas bolas pelo chão e ruim nas altas e o Alencar nas bolas pelo alto era bom e nas pelo chão era ruim…
Um fator interessante foi quando Rodinaldo foi embora disse: sabes por que tínhamos medo de ti? “É que você joga bem tanto nas bolas pelo chão como nas altas”.
A última formação do C.A.Carlos Renaux, como profissional, idos de 1983?
Ronaldo e Dilon, Lico, Ricardo Hoffmann, Moura e Rota e Anésio Cassaniga reserva, Júnior, Valmorzinho, Zéca, reserva Niltinho e Gilmar Vilamosky, o uruguaio Borges, Alencar, Oliveira, reservas Ricardo Reis e Juca. O treinador e preparador físico era o Coral; massagista era o Mário Vinotti, roupeiros Estel e a Dona Mariazinha Vinotti. A equipe tinha um único jogo de camisas: Branco com uma listra azul e vermelho no ombro.
Vitória Memorável?
Foi a vitória por 1 a 0, no jogo da classificação para o octogonal contra o Palmeiras, em jogo realizado em Blumenau , com o gol anotado pelo Uruguaio Borges.
Derrota que ficou atravessada?
O primeiro jogo das oitavas realizado em Chapecó, a vitória era contada como certa, mas o goleiro reserva insistiu em atuar, acabamos perdendo por 3 a 0 e foi nítida a falta de ritmo de jogo do goleiro – não estava atuando – tendo largado a bola no pé do centroavante, numa bola chutada do meio do campo pelo Adãozinho
Gol inesquecível?
Foi uma golaço anotado no futsal, no campeonato regional, envergando a camisa do Schlosser na vitória por 3 a 1, em jogo contra o Marcelesa, partida realizada em Canelinha, transmitido pelo radialista Dirlei Silva
Grandes atletas com quem atuou?
Israel Venturelli, Finóca, Risow, Juca Vechi, Jorge Scheren, Peninha, Cid, Clóvis.
Grandes dirigentes?
Dirigentes posso apontar o Nilo Debrassi e o Inocente. Dois profissionais de garra que conheci.
Grandes árbitros?
Destacaria: Alvir Rensi, Bezerra e Allan.
Por que deixou o profissional do C.A. Carlos Renaux
É que era difícil trabalhar das 5 às 13h30 na Schlosser e treinava das 14h30 às 17h no C.A. Carlos Renaux; à noite estudava no São Luiz; ganhava 40 pilas (alcunha da moeda vigente no pais), mensais no C.A. Carlos Renaux e um profissional ganhava 70. E eu já ganhava 120 na Schlosser, então era difícil seguir carreira naquela época.