MARCOS ANDRÉ MAESTRI
O entrevistado desta semana é o Coordenador da Associação de Pais e Voluntários dos Atletas Especiais de Brusque – APVAEB – Marcos André Maestri, nascido aos 2 de outubro de 1951 em Botuverá; filho de Alberto Luiz Maestri e Elvira Maestri; casado com Diomira Bertoldi Maestri; dois filhos: André Luiz Maestri (in Memoriam) e Marcos Esdurdo Maestri. Botafoguense de coração e Corintiano de emoção. Coordenador da Associação de Pais e Voluntários dos Atletas Especiais de Brusque (APVAEB).
Nosso entrevistado Marcos André Maestri, na foto, o primeiro à esquerda
Como foi sua infância?
Infância simples, de uma família tradicional de classe média, Mãe professora primária de escola isolada Municipal e de pai agricultor, depois de ser forçado a fechar uma sapataria.
Família e formação?
Família de dez irmãos. Educação por intermédio de Freiras e professores civis. Para continuar os estudos iniciados na Escola Padre João Stolte até a quinta série, fui para o seminário na Cidade de Rio Negrinho, onde fiz admissão e primeiro do Ginásio e segui para a Cidade de Corupá até o primeiro do Científico. Quando a minha família veio para Brusque, em 1969, sai do seminário em 1970 e estudei no Cônsul até ir para o Exército em Blumenau, como submisso (quando sai do seminário já tinha estourado a idade de servir, tinha que servir) em 1972, quando fui selecionado para o curso de Cabo e conclui em primeiro lugar do Batalhão.
Como surgiu Marcos André Maestri Sargento e o retorno a atividade privada?
Em 1974 fiz o concurso para sargento e só três de todo o Batalhão passaram e eu era um deles, contudo, na véspera de embarcar para Santa Maria, para fazer o Curso de Sargento, houve uma mudança nos QO dos Batalhões e, naquele ano, não teve curso de sargento, ato contínuo, pedi a baixa do Batalhão e fui trabalhar na iniciativa privada (casa Wylli Zibert) em Blumenau.
E o retorno à trajetória?
Em Julho de 1975 fiz concurso para Policia Civil e passei em segundo lugar. Eram 263 candidatos de todo Brasil para 15 vagas. Fiz Academia de Polícia em Florianópolis e fui o primeiro lugar da turma recebendo como presente do diretor da Academia de Polícia, Dr. Fugaza, o livro Desacato Desobediência e Resistência, tema do trabalho final do curso de Comissário de Polícia.
Comente sobre o início da trajetória e como encontrou a Diomira
Em 1º de abril de 1976, iniciei a carreira policial em Indaial, que era a cidade mais perto que o primeiro colocado tinha o direito de escolher como vaga. Lá conheci minha esposa e em 1978 casamos e fui convidado a responder como Delegado na Cidade de Botuverá. Fui o primeiro policial civil a ser lotado na cidade. Iniciei o trabalho do zero, toda a documentação da delegacia está numa caixa de papelão, no porão da casa de um soldado, e tudo era registrado no livro negro (livro de registro de Ocorrências)
Nascimento do primogênito?
Em 1983 nasceu nosso primeiro filho com Síndrome de Down (com cardiopatia congênita, AVC total (não tinha a parede que divide o coração) misturava sangue venoso com sangue arterial (sangue bom com sangue ruim) pressão baixa com pressão alta. Teve que ser operado no Instituto do Coração em São Paulo pela equipe do Dr. Adib Jatene.
E a ida para Joinville e o retorno para o Berço da Fiação Catarinense?
Em Julho de 1983 fui transferido para o 1º Distrito Policial de Joinville, aonde permaneci por três anos e meio, quando voltei para a Comarca de Brusque, Já cursava a Fepevi, hoje Univali, quando me formei em 1991 em Direito.
E como surgiu a APAE em sua trajetória?
Em 1986 fui convidado a ser voluntário na Apae de Brusque; em 1991 realizamos no complexo do Sesi a primeira OAPESC (Olimpíada das Apaes do Estado de SC), com 744 atletas e juntamento com o Paza fomos responsáveis pela Alimentação de todos os envolvidos. Em 1992 fui convidado a integrar a diretoria, como Advogado da Apae.
Quais participações na Diretoria da APAE?
Em 1996 fui eleito Vice-presidente, como tal fui escolhido como Delegado das APAEs do Médio Vale de Itajaí que compreendia desde São João Batista – Balneário Camboriú – Piçarras – Timbó – Apiúna – Blumenau – Brusque, entre outros. Eram 22 APAEs. Em 1998 fui eleito Presidente da APAE de Brusque e em 1999 Reeleito Delegado do Médio Vale.
E como surgiu a política em sua carreira?
Em 2000 me desliguei da APAE para concorrer a Prefeito de Botuverá, aonde exercia novamente a função de Delegado desde 1996. Não obtive êxito na Política.
Então veio o benefício previdenciário e a participação nas Olimpíadas das Apaes do Estado de Santa Catarina – OAPESC?
Sim, depois de uma cirurgia de ponte de safena em 2002, com 30 anos de serviço pedi a aposentadoria e fui aposentado em julho de 2002. Quando iniciamos a OAPESC, continuou a ser realizada de dois em dois anos e ai acompanhando meu filho, André, na natação fui tomando gosto pelo esporte para Especiais. Em 2001 recebi a comenda da Assembleia Legislativa de Santa Cataria pelo serviço voluntário prestado ao Estado de Santa Catarina (concorrendo com todos os policiais Civis Militares e Bombeiros) pois a indicação foi do então secretário da Segurança Pública. Em 2011 recebi a comenda da Fundação Mauricio Sirotsky Sobrinho do Instituto Voluntários em Ação, do SESC/SC, da Secretaria de Estado de Educação e da Undime/SC o Certificado de Exemplo Voluntário.
Quando foi instituída o CME e como é composta?
Pois bem, Instituído pela Lei Municipal 3.523/2012 o CME (Membros Governamentais): composto por dois membros da Fundação de Esportes, Um membro da Secretaria de Educação, um do conselho do Idoso, um da Secretaria de Saúde, e um da Secretaria de Governo. Entidades Não Governamentais: Um representante das Ligas e Associações Esportivas, um dos Clubes Sociais e Esportivos, um dos cursos de Educação Física, um do sistema S (Sesi,Sesc,Senai), um representante das entidades paradesportivas, um da imprensa, um dos grupos de Idosos.
Fale sobre sua participação no Esporte Paradesportivo
Sempre estive ligado ao esporte Paradesportivo desde 2002, quando fomos à Special Olympics em São Paulo, em 2005 foi criada a APVAEB e desde então representamos Brusque nos Parajasc.
Como surgiu o CME em sua trajetória?
Foi por meio do paradesporto que fui convidado a participar do CME desde sua fundação, entretanto, já com o advento da lei que regulamenta o esporte e da Lei do bolsa Atleta (3310/2010, participava de reuniões em prol do esporte brusquense. Fui vice-presidente da primeira Diretoria por dois mandatos e permaneci na Vice-presidência na eleição seguinte. Eleito Presidente por aclamação para o mandato em curso.
Quais as pretensões da entidade ?
Temos por objetivo modificar a Lei do Bolsa Atleta com vista a comissão de apreciar a escolha dos pretendentes, tornando-a paritária entre os representante do poder público e da sociedade civil. Propor a criação do fundo para o Esporte nos moldes de exemplos já existentes nos municípios vizinhos, beneficiando as entidades ao invés das pessoas. Promover um trabalho de base e busca de talentos para incentivar a pratica desportiva.