Mesmo estando entre as 10 cidades mais populosas e as maiores economias de Santa Catarina, Lages não consegue refletir o seu poderio no esporte. Assim como em anos anteriores, a cidade não conseguiu ter protagonismo na principal competição esportiva do estado, os Jogos Abertos de Santa Catarina e, mais uma vez, amargou resultados pra lá de modestos na competição.
Este ano, em São José, apenas cinco modalidades representaram os lageanos, umas das menores delegações entre os principais municípios do estado. Futsal masculino, handebol masculino e feminino, além de tênis de mesa, xadrez masculino e bolão 16 masculino sequer passaram da primeira fase da competição. A única exceção foi o futsal feminino, que faturou o título da modalidade com as já consolidadas atletas do Leoas da Serra.
Em 2021, Lages ficou na 20ª colocação da competição, com apenas 13 pontos frutos da conquista do futsal feminino. Em 2019, antes da pandemia da covid-19, a cidade teve um desempenho pior na classificação geral, com a 22ª colocação, apesar disso, o desempenho foi significativamente melhor com 3 medalhas de ouro, duas pratas e 3 bronzes, ou seja, foram 8 medalhas na última edição diante apenas uma agora.
O que diz a FME
Conforme o superintendente da Fundação Municipal de Esportes de Lages, Renatinho Junior, em virtude da pandemia, muitas modalidades não participaram dessa edição por não haver etapas classificatórias. “A Fesporte usou a classificação individual dos Jasc 2019”, comenta.
A assessoria de imprensa da FME ressalta que a cidade ficou de fora de modalidades que sempre trazem medalhas, como o ciclismo, tiro e a natação. “Por algumas modalidades serem somente durante a semana, atletas que trabalham não conseguiram liberação, as equipes do voleibol feminino e masculino, mesmo com vaga, acabaram desistindo. Fato que ocorreu também em outros municípios”.
Vale ressaltar, no entanto, que na maioria das cidades os atletas só recebem o Bolsa-Atleta e/ou convênios caso tenham participação nos Jasc e demais competições da Fesporte, sendo isso inclusive um critério obrigatório, já disposto em Edital. Ou seja, a participação é obrigatória para recebimento dos benefícios.
A assessoria da FME respondeu que as associações conveniadas participam dos vários eventos da Fesporte, não só o Jasc, citando, por exemplo, grande participação nas competições de base e estaduais de Ligas e Federações, destacando a Avofel que neste é campeã do Estado em três categorias. “Nosso convênio visa a participação nas competições, mas também visa oferecer acesso gratuito ao esporte para nossos jovens e crianças. Neste ano, temos 90 atletas bolsistas, a maioria atletas de base. Nos Jasc, foram 15 atletas com bolsa”, justifica a FME.
O investimento da Prefeitura de Lages, por meio da FME, é de R$ 190 mil em bolsa atleta e R$ 680 mil em convênios, ou seja um total de R$ 870 mil ao ano (cerca de 72,5 mil mês). O investimento é semelhante ao da cidade de Brusque, por meio do Bolsa Atleta (algo em torno de R$ 80 mil/mês).
O município do Vale do Itajaí acabou na 13ª colocação, com 45 pontos. Foram dois ouros (ciclismo e voleibol feminino) e dois bronzes (basquetebol masculino e futsal feminino). A cidade conquistou 16 medalhas (3 de ouro, 4 de prata e 9 de bronze) nessa edição dos Jasc, contra apenas uma medalha dos lageanos, o ouro no futsal feminino.
Ao comentar sobre o desempenho de Lages em São José, a FME justifica que a administração aposta nos atletas de Lages, enquanto “outras cidades gastam muito dinheiro trazendo atletas para competir sem nem conhecer o município ao qual representam. Chegam, jogam e vão embora”, destaca, ao valorizar o ouro do futsal feminino “O futsal feminino está consolidado pelo apoio e investimento do município”, afirma a assessoria da FME. “Vamos estudar como melhorar os convênios com as nossas Associações Esportivas para que possam continuar lutando por medalhas na próxima edição dos Jasc”, finaliza.
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