Obs: Matéria atualizada às 23h40 de domingo (27) com a versão da Polícia Militar
》》Em live, mulher de Fernandinho desmente sua própria acusação de assédio
Bruna Maciel, esposa do atacante Fernandinho, do Brusque, acusa um torcedor do Bruscão de assédio e agressão durante o duelo deste domingo, entre Brusque e Concórdia, que garantiu o Marreco na final do Campeonato Catarinense.
Segundo Bruna, o infrator a agarrou na cintura. “Eu falei, por favor, não encosta em mim”, conta. Na sequência, ela diz que foi insultada pelo rapaz. “Ele disse, cala a boca. Eu não encostei em ti e começou a colocar a mão na minha cara. Os torcedores iam agredir ele. Eu disse não, eu vou falar com a polícia”, comenta.
Foi então que Bruna disse que desceu anonimamente, sem se identificar que era esposa de um dos atletas do Brusque, e pediu ajuda. “Mostrei o cara, os dois policiais ficaram falando com ele e me disseram que não podiam fazer nada, pois não viram”, afirma.
Ela relata ainda que pediu ajuda para todos os seguranças que tinha no clube. “Ninguém pôde fazer nada, e o cara permaneceu”, critica.
Segunda a vítima um torcedor veio atrás dela e disse que serveria de testemunha. Ela então pediu calma e afirmou que tentaria resolver no anonimato. Sem sucesso. “Eu comecei a chorar, chorar e chorar, porque ninguém fez nada. Ele permaneceu lá, bebendo. Até agora ninguém me procurou para dizer que vai fazer algo,” afirmou, em entrevista exclusiva ao EsporteSC.
Nas redes sociais, a esposa do atacante chegou a dizer que não pisará mais no estádio caso nenhuma providência seja tomada. “Com certeza meu marido não vai querer mais jogar no clube caso nada seja feito”.
“Com certeza meu marido não vai querer mais jogar no clube caso nada seja feito”
Questionada sobre o que ela espera que aconteça, a esposa de Fernandinho respondeu. “Que ele seja punido até refletir e peça desculpa por todas as mulheres. Ele não sabia que eu era esposa [do jogador do Brusque] e nem quero que saiba. Só quero respeito. E se eu não tivesse seguidores e marido jogador? Ia passar despercebido,” salientou.
Depois do episódio, Bruna falou do clima em casa. “Meu marido está apavorado e infelizmente não estamos conseguindo comemorar, porque eu não estou bem. Se o Brusque não tomar uma atitude para isso não acontecer mais, eu não irei mais ao estádio, o Fernando que é funcionário. Eu me importo mais com respeito do que com uma competição,” relatou.
Relato nas redes sociais
Segundo relato de Bruna nas redes sociais, muitas pessoas presenciaram a agressão, que incluiu também a irmã da esposa do atacante, que chegou a ser empurrada pelo possível agressor. Diante do ocorrido, Bruna desabafou. “Eu demorei mais de 30 minutos pedindo ajuda, jamais ia postar, só postei porque até agora não fizeram nada. Não temos que ter um lugar de honra, temos que ter respeito. A mulher pode ir pelada, ninguém tem o direito de colocar a mão, é inadmissível,” destacou.
A vítima diz que nunca se sentiu tão humilhada. “Alguém precisa fazer algo. Até quando vamos ser agredidas porque estamos em um estádio de futebol e sermos tratadas igual lixo. Nem consegui aproveitar a vitória do meu marido, porque fiquei pedindo socorro e ninguém fez nada. O homem nem foi retirado do estádio,” comentou a esposa do atleta.
O Brusque se manifestou em nota
“O Brusque informa que tomou conhecimento do ocorrido com a torcedora durante o jogo desta tarde, e está averiguando o acontecimento. Repudiamos qualquer ato de violência contra mulher”, afirmou o Marreco.
Veja o que diz a PM
A PM, por meio do tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, também se manifestou sobre o caso
“Eu (comandante Otávio) num segundo momento foi quem atendeu a mulher após o término do jogo.
Onde conversei com ela, a qual estava muito nervosa, em pânico e chorando, etc. Ela me relatou que durante o jogo um torcedor que estava com uma camisa do Brusque da cor preta, ela mostrou a imagem do mesmo que gravara em seu celular, a agarrou vindo ela a empurrá-lo e alguns torcedores em volta intervir, em seguida ela desceu da arquibancada o foi solicitar ajuda de um policial o qual a relatou que não podia fazer nada.
Quando a atendi ela possuía um pequeno arranhão num dos braços que segundo ela foi provocado pelo tal homem. Ao final da minha conversa com ela ficou acertado que ela enviaria a imagem do homem para a PM visando identificá-lo para posteriormente passar a ela a fim de possivelmente confeccionar um BO, responsabiliza-lo por possível crime e procurar seus direitos.
Mas esse contexto, pelo que ouvi dela, precisa ser melhor esclarecido. Inclusive vamos tentar identificar amanhã (segunda-feira, 28) o policial que atendeu ela no primeiro momento, para clarear melhor o ocorrido e qual direcionamento darmos”.