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Fãs acompanham título do Real Madrid no Cine Gracher

O Real Madrid é campeão da Uefa Champions League 2015/16. O jogo aconteceu neste sábado (28), no San Siro, em Milão. Porém, o que isso tem a ver com Santa Catarina? Os grandes clubes europeus ficam, ano após ano, cada vez mais populares em todo o Brasil. Em nosso estado isso não é diferente. As camisas mais pesadas do futebol do velho continente têm o poder de gerar lucro para empresas do mundo inteiro. Por isso, o Cine Gracher investiu para, pela sexta vez consecutiva, transmitir ao vivo à final da Liga dos Campeões em uma de suas salas de Brusque. Real e Atlético de Madrid empataram em 1 a 1 e os merengues se sagraram vencedores nos pênaltis.

por Redação
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 O Real Madrid é campeão da Uefa Champions League 2015/16. O jogo aconteceu neste sábado (28), no San Siro, em Milão. Porém, o que isso tem a ver com Santa Catarina? Os grandes clubes europeus ficam, ano após ano, cada vez mais populares em todo o Brasil. Em nosso estado isso não é diferente. As camisas mais pesadas do futebol do velho continente têm o poder de gerar lucro para empresas do mundo inteiro. Por isso, o Cine Gracher investiu para, pela sexta vez consecutiva, transmitir ao vivo à final da Liga dos Campeões em uma de suas salas de Brusque. Real e Atlético de Madrid empataram em 1 a 1 e os merengues se sagraram vencedores nos pênaltis.

A transmissão aconteceu na sala 1 do Cine Gracher da Havan. Boa parte das pessoas que assistiam à partida não eram meros espectadores, e sim verdadeiros torcedores. Muitas camisas do Real Madrid desfilaram pelo cinema. As do Atlético eram raras, embora presentes. Porém, isso não quer dizer que a maioria do público apoiava o Real Madrid. Por ser um clube com investimento abissalmente maior que o rival colchonero, os merengues carregam a antipatia de, praticamente, todos aqueles que não são seus torcedores. Algo semelhante com o que acontece a Flamengo e Corinthians no Brasil. Durante o jogo, o clima não era de cinema, mas sim de estádio. O silêncio absoluto por parte da plateia estava longe de existir e muitos, inclusive, se levantam em lances decisivos como gols e pênaltis. Algo inimaginável em uma sessão normal de cinema.

Paixão

No meio de tanta gente, um torcedor se destacava. Anderson Biagi, um auxiliar administrativo de 22 anos, já entrou na sala fazendo barulho. A cada lance de perigo a voz dele era a que se destacava no meio da multidão. Embora, muitas pessoas falavam alto e até berraram durante a partida, era impossível deixar de ouvir a voz do torcedor do Real Madrid.

Biagi conta que torce para o Real há sete anos. “Comecei por causa da vinda do Cristiano Ronaldo para o time”. Além dos merengues, Anderson também é torcedor do Vasco. “Admito que torço mais para o Real Madrid do que para o Vasco”. O torcedor apaixonado confere ao técnico Zidane, que assumiu o cargo ainda em 2016, boa parte do sucesso do time. “Foi ele quem deu um padrão, construiu melhor o elenco e aproveitou esse time ao máximo. Se tivesse chegado antes, acredito que teríamos vencido ainda mais títulos”.

Os lances

O todo poderoso Real Madrid fez sua superioridade econômica valer no começo da partida. Traumatizado pela derrota de dois anos antes, em outra final de Liga dos Campeões para o maior rival, o Atlético não parecia a vontade dentro de campo quando a bola rolou em Milão. Logo aos cinco minutos, cobrança de falta venenosa de Bale e bate-pronto de Benzema à queima-roupa para grande defesa de Oblak com o pé.

O início da partida era todo do Real e a pressão virou gol aos 15 minutos. Kroos cruzou para a área em outra falta, Bale tocou de cabeça e Sergio Ramos se jogou na bola de qualquer jeito para desviar e tirar de Oblak. Berros histéricos foram ouvidos na sala de cinema. Praticamente ninguém ficou sentado neste momento.

O narrador da partida, Jader Rocha, comentava sobre as 103 salas de cinema ao redor do Brasil que transmitiam à final da Uefa Champions League. Quando o locutor citou Brusque, festa coletiva da galera. O cinema já estava animado, só faltava o Atlético de Madrid se animar. Aos 30 minutos, finalmente, os colchoneros levaram algum perigo. Koke tentou curzar e quase acertou o gol.

A resposta dos merengues foi imediata. Bale aplicou grande e drible e fuzilou para mais uma ótima defesa de Oblak. Aos 35 minutos, o Atlético tocou de pé em pé até Griezmann sair na cara do gol e bater de primeira, um torcedor do Atlético já havia se levantado para comemorar quando Navas fez uma grande defesa. O torcedor do Real, Anderson Biagi, revidou berrando para todo o cinema ouvir: Milaaaagre do Navas! Por fim, a jogada ainda foi anulada por impedimento.

O Atlético que passou os primeiros minutos de jogo vendo o Real comandar mudou de postura e ficou com 63% da posse de bola nos 15 minutos finais da etapa inicial. O jogo foi para o intervalo e foram sorteadas duas camisas do Brusque FC e dois vales-compras de R$ 100 da Havan para os presentes no cinema.

Segundo tempo

Se os colchoneros terminaram a primeira etapa indicando uma reação, o início do segundo tempo não poderia ser melhor. Logo aos 50 segundos de jogo, Pepe, todo estabanado, fez pênalti em Fernando Torres. Anderson esbravejou alto: Pelo amor de Deus! Porém, ele não tinha com o que se preocupar. Na cobrança, Griezmann meteu uma bomba que explodiu no travessão. O torcedor que há pouco lamentara, após a cobrança soltou três palavrões consecutivos em um surto de alegria.

Aos 5 minutos, Carvajal caiu no gramado em lágrimas. A contusão parecia grave e ele teria que ser substituído. O Anderson comenta em tom de brincadeira: “Ah, não, o Danilo não!”. Ele dizia isso, pois o lateral brasileiro, Danilo, seria o substituto natural de Carvajal. E não deu outra, Zidane colocou o brasileiro em campo.

Na sequência, cobrança de escanteio na área e Savic bateu na rede pelo lado de fora. Algumas pessoas pensaram ter visto gol. Um torcedor do Atlético pulou berrando no cinema quando, decepcionado, notou que na verdade o tiro havia errado o alvo. Os Colchoneros continuavam a dominar a partida e quase marcaram em dois lances seguidos. No mais perigoso, Carrasco cruzou para um lindo sem-pulo de Saul que triscou à trave.

Ronaldo cruzou na área e Marcelo meteu um lindo voleio, porém, a zaga já havia cortado a bola, o golpe do brasileiro acabou atingindo somente o ar. “Olha só, o Marcelo meteu um Hadouken”, brincou um dos presentes. Aos 24 minutos, Ronaldo arrancou driblando, mas foi travado na hora da finalização. Mais um berro de desespero oriundo do um torcedor do Real Madrid.

No lance seguinte, Modric deixou Benzema completamente livre para fazer 2 a 0, Ronaldo aparecia livre pelo meio. O francês preferiu chutar e Oblak operou um verdadeiro milagre no San Siro. Anderson dessa vez não se conteve e chamou a atenção da sala de cinema inteira: “Toca seu filho de uma…, toca!”.

Aos 33 minutos, confusão na área e Bale ficou sem goleiro para dar o título ao Real Madrid. O galês parou na zaga colchonera. No minuto seguinte, o castigo veio para os merengues. Juanfran cruzou bonito e Carrasco foi de carrinho na bola para empatar o jogo em Milão. Barulho ensurdecedor no Cine Gracher. Pelo jeito, havia mais gente secando o gigante Real Madrid do que torcendo a favor.

Nos minutos finais, o jogo era muito tenso. Ninguém se escondeu na defesa esperando a prorrogação, os dois foram pra cima. Isso se refletiu na sala de cinema e o silêncio dos espectadores nunca durava mais do que segundos. Em um dos escanteios para o Real, Anderson lembrou: “Vai Sergio Ramos, marca de cabeça de novo para a gente”, se referindo ao gol de empate na final há dois anos. A partida foi encerrada, haveria prorrogação.

Prorrogação

Mais 30 minutos seriam necessários para definir o campeão europeu de 2016. Aos 4, Ronaldo perdeu chance claríssima de cabeça, na pequena área. O português finalizou nas mãos do goleiro Oblak, que defendeu no susto. Durante todo o jogo eram constantes as provocações de espectadores a Cristiano Ronaldo, que driblou e teve chance de marcar, mas não chutou. Uma torcedora se indignou aos berros: “Por que não chuta? Pelo amor de Deus!”.

No segundo tempo da prorrogação, Patey entrou no lugar de Koke. No primeiro lance o atleta ganês cometeu um erro. Anderson ironizou: “Desse pode deixar que a natureza cuida”. No final da prorrogação só dava Real Madrid. Os merengues pressionaram muito, mas não criaram mais grandes oportunidades, a decisão foi para os pênaltis.

Pênaltis

Nas cobrança de penalidades, praticamente todos os batedores foram muito bem e nem Navas, nem Oblak, realizaram sequer uma única defesa. Na maioria dos lances, nem saíram na foto. Vázquez, Marcelo, Bale e Sergio Ramos converteram para o Real Madrid. Griezmann, Gabi e Saul fizeram para o Atlético. Na quarta cobrança colchonera, o lance que definiu o título. Juanfran acertou a trave. Muito barulho, pulos e berros dos torcedores do Real Madrid no Cine Gracher.

Coube ao grande ídolo de Anderson, Cristiano Ronaldo, fazer a cobrança decisiva. O português bateu muito bem deslocando Oblak e garantindo o 11º título europeu do Real Madrid. O segundo maior vencedor da competição, Milan, tem apenas 7 conquistas. A festa dos torcedores do Real foi completa e Anderson, literalmente, saiu correndo e berrando pelo cinema.