Em comunicado oficial transmitido na manhã deste domingo (7), o prefeito de Lages, Antonio Ceron, divulgou novo decreto de medidas para o combate à covid-19. Acompanhado de secretários, representantes do Legislativo, bem como de diretores dos Hospitais Tereza Ramos e Nossa Senhora dos Prazeres, o líder do executivo lageano endureceu as ações no combate ao coronavírus.
O município chegou ao extremo, segundo o chefe do poder público, que anunciou um lockdown de sete dias. O novo decreto passa a vigorar a partir da 0h da próxima terça-feira (9), e tem validade de uma semana, até às 23h59 do dia 15 de março, podendo ser prorrogado.
O decreto estabelece o fechamento do comércio em geral (exceto os de caráter essencial), bem como das aulas presenciais e restringe a circulação de pessoas em atividades não essenciais das 22h às 5h. Todas as academias devem ser fechadas neste período e atividades esportivas estão proibidas, sejam em caráter profissional ou amador.
As pessoas também estão proibidas de se reunirem em grupos e/ou se aglomerarem durante o dia em espaços públicos e serão fiscalizadas de forma enfática em relação ao uso de máscara e outras medidas de prevenção, conforme estipulam os decretos municipal e estadual. “Lages já é o município mais severo, entre todos de Santa Catarina, e quem infringir o decreto será responsabilizado”, promete Ceron, que garantiu forte fiscalização inclusive para pessoas físicas, que estarão sujeitas a multas a partir dessa semana.
“Lages já é o município mais severo, entre todos de Santa Catarina, e quem infringir o decreto será responsabilizado”, Antonio Ceron, prefeito de Lages
A pandemia em Lages
Lages já perdeu até o momento 236 pessoas vítimas do novo coronavírus. Conforme a Secretária de Saúde, somente na última semana foram 450 novos casos confirmados na região, cerca de 75% deles de jovens de 25 a 45 anos.
Conforme a administração municipal, hoje o município já enfrenta casos de pessoas que chegam mal as unidades de saúde, implorando por oxigênio. Aliado ao aumento crescente de casos e a falta de insumos e vacinas, há praticamente um colapso completo no sistema de saúde, que afeta também os funcionários.
Pressionados, com poucos recursos e sem condições psicológicas muitos estão se afastando das atividades ou chegam a pedir o desligamento das funções, tamanho o estresse emocional vivenciado diariamente na pandemia. “Os funcionários da linha de frente estão esgotados ao ver novos casos chegando a todo momento e muitas vezes pela necessidade de comunicar familiares sobre novas mortes”, comenta o prefeito. “Podemos ter mil, dois mil leitos, que todos estarão ocupados. Por isso é preciso o apoio e colaboração da população. Não vamos vencer essa guerra contra o coronavírus apenas criando mais leitos”, completa.
“Os funcionários da linha de frente estão esgotados ao ver novos casos chegando a todo momento e muitas vezes pela necessidade de comunicar familiares sobre novas mortes”
Conforme divulgado pelo município, hoje Lages já vive uma situação crítica com 5 pacientes do Centro de Triagem esperando leitos em UTI, sem perspectivas. “E sabemos que nas próximas semanas isso vai piorar mais”. A situação é tão caótica que o paciente que sai da UTI não tem vaga para ser transferido para a Enfermaria.
Clique abaixo e leia o decreto na integra.
Fotos: Fom Conradi/Especial EsporteSC