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Especial Dia da Mulher – Academias só para elas

Longe dos olhares masculinos, num espaço próprio as mulheres se sentem à vontade para vestirem e se exercitarem como desejam

por Lucia Chaves
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Via EsporteSC Lages

Academias especializadas para mulheres são a nova tendência no país. Elas surgiram na década de 1990 nos Estados Unidos. Diante do sucesso, se espalharam rapidamente pela Europa até chegar no Brasil.

Trabalhar com o público feminino e em um espaço voltado só para mulheres sempre foi o desejo de Gislaine Costa. Gisa, como é conhecida, é professora de dança e coreógrafa desde os 10 anos, e foi a responsável pela criação da Academia Magistral, no bairro Sagrado Coração de Jesus. O espaço é especializado no atendimento ao público feminino.

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Ela ressalta que algumas mulheres não se sentem confortáveis em academias mistas por diversas razões. Uma delas é o fato de acharem o ambiente muito masculinizado e, em alguns casos, até mesmo hostil. “Tive a ideia de trabalhar com público feminino, porque sentia a necessidade de ter um espaço voltado para mulheres, já que trabalhei em outras academias e presenciei situações nada confortáveis”, comenta.

“Tive a ideia de trabalhar com público feminino, porque sentia a necessidade de ter um espaço voltado para mulheres”, Gislaine Costa, a Gisa, proprietária de uma Academia voltada ao público feminino em Lages

Desde os sete anos, ela conta que já gostava de frequentar as aulas de Educação Física de outras turmas por ser muito ativa. Hoje é formada em Educação Física, pós-graduada em Atividade Física e Saúde e acadêmica de Nutrição.  “Sou professora de dança e coreógrafa desde meus 10 anos. Danço e pratico atividades desde os 7. As minhas brincadeiras eram muitas vezes criar coreografias de dança”, revela.

Problema estrutural
Na sociedade atual, o assédio às mulheres se tornou algo corriqueiro. Olhares, comentários disfarçados de elogio, que na verdade dissimulam a falta de respeito com as mulheres, são relatados todos os dias. Seja no trabalho, na escola, na universidade, no transporte público, as mulheres não se sentem totalmente seguras em ambientes com muitos homens.

Nas academias não é diferente. A coreógrafa relata que mulheres são assediadas e até ofendidas em determinadas posturas que alguns exercícios proporcionam. Há ainda preconceito com alunas acima do peso e de mais idade. “Vivemos em uma sociedade machista e preconceituosa. A partir dessas vivenciais senti a necessidade de criar um espaço onde toda e qualquer mulher, de qualquer idade e peso, pudesse praticar atividade física e se sentir à vontade, além de fazer exercícios específicos para o corpo feminino”, relata.

A academia tem aulas variadas como Step, Dança, Jump, Fitcross, Pilates e Musculação. Possui três ambientes amplos e arejados para a realização dos exercícios. Gisa, ainda enfatiza. “Já que temos lojas femininas, salões para mulheres e barbearias para homens são necessários serviços especializados, exclusivos e direcionados”.

Liberdade
Longe dos olhares masculinos, num espaço próprio as mulheres se sentem à vontade para vestirem e se exercitarem como quiserem quando vão a academia. Assim, elas podem fazer os exercícios tranquilamente sem serem importunadas. “Aqui elas podem ser elas mesmas. Trabalhamos muito também o empoderamento da mulher e a autoestima para cada uma se valorizar do jeito que é e buscar dentro de si suas melhores qualidades tanto físicas como psicológicas”, diz a profissional.

“Aqui elas podem ser elas mesmas. Trabalhamos muito também o empoderamento da mulher e a autoestima para cada uma se valorizar do jeito que é”

Para Gisa o sucesso das academias especializadas se dá pelo tratamento diferenciado e humanização do espaço. “Tudo é pensado exclusivo para a mulher. É um ambiente onde elas conseguem fazer amizades mais facilmente, vira quase um clube. O corpo da mulher é totalmente diferente do homem, os hormônios, as necessidades e particularidades especiais”, finaliza.

Gislaine Costa, a Gisa, resolveu montar um espaço só para mulheres, em Lages