Matheus Xavier Palla, 24 anos, é um dos principais nomes quando se fala de Fisiculturismo em Lages e na Serra Catarinense. O lageano que já participou de competições como o Arnold Classic South America, em São Paulo, pratica o esporte há nove anos e quer surpreender a todos com o retorno aos palcos, almejando o título de profissional. Para alcançar este sonho, o atleta tem uma rotina de treinos balanceada, três vezes por semana, uma hora e meia na academia.
O desejo do atleta é renovar o caminho de grandes conquistas. Palla coleciona medalhas em quase uma década no esporte, oportunidade em que adquiriu aprendizado e fez grandes amizades. Até hoje, ele já subiu ao palco 13 vezes, sendo campeão dos estreantes em 2014 pela Federação Catarinense de Culturismo – IFBB SC, tricampeão catarinense pela IFBB SC (2014, 2015 e 2017), e campeão do IFBB Pro League SC 2019 em duas categorias, até 23 anos e sênior até 70 quilos. O atleta ainda participou do Campeonato Brasileiro, em Brasília, no ano de 2015, mas seu principal feito foi a participação no Arnold Classic South America 2019 (nível internacional).
Trajetória de conquistas e dificuldades
De família humilde, Xavier Palla iniciou a carreira no esporte aos 16 anos com o sonho de proporcionar um futuro melhor para sua mãe, Yara. De início, ele não acreditava ser possível praticar um esporte como o Fisiculturismo, por ser considerado caro.
Porém, sua força de vontade e persistência em alcançar o objetivo foram maiores que as dificuldades. No começo, eu não tinha condições de praticar um esporte como fisiculturismo, então, o professor de Educação Física, Joel Lamim, que também foi meu professor no colégio, me auxiliou”, conta. “Eu percebi que o Mateus começou a ter grande interesse por musculação e pelo fisiculturismo, conversamos e começamos a fazer um treino específico para isso”, completa Lamim.
O jovem atleta impressionou por aprender rapidamente e sua musculatura responder com facilidade. Com foco total no esporte, Xavier Palla começou a estudar movimentos, posturas e música de apresentações.
O então treinador lembra emocionado da primeira competição do jovem, em Balneário Camboriú, no Estadual Estreante. “O impressionante é que ele era pequenininho, com apenas 16 anos, iniciando a musculação, começando a definir a musculatura e, quando entrou no palco, tornou-se um gigante”, relembra.
Se engana, no entanto, quem pensa que a trajetória de Palla foi fácil. Um dos momentos mais complicados em sua carreira ocorreu em 2018, quando ele se preparava para o Arnold Classic South America, em São Paulo. Diante um dos eventos mais importantes em sua curta trajetória, o atleta teve que lidar com a morte da mãe, Yara, vítima de um câncer.
Se engana, no entanto, quem pensa que a trajetória de Palla foi fácil. Um dos momentos mais complicados em sua carreira ocorreu em 2018, quando ele se preparava para o Arnold Classic South America, em São Paulo.
Não bastasse isso, dez dias depois, a vida lhe pregou outra peça. “Após perder minha mãe, em pouco tempo, vi meu treinador, ídolo, irmão e amigo, João Vicente Lobe Ladewing, vulgo Juca, também falecer”, relembra o atleta.
“Após perder minha mãe, em pouco tempo, vi meu treinador, ídolo, irmão e amigo, João Vicente Lobe Ladewing, vulgo Juca, também falecer”, Matheus Xavier Palla, fisiculturista
Volta por cima
Para muitos, a dor da perda poderia ser o fim de um grande sonho, mas para Matheus Xavier Palla foi diferente. Ele encontrou na dor a motivação que o levaria para grandes conquistas. “Fiquei triste, mas a dor me deu mais forças para continuar”.
Emocionado, o atleta conta que quando o dia da grande competição chegou, sentiu que a mãe e o amigo treinador estavam com ele. “Chegou o dia da competição, eu poderia ter desistido sabendo que não estariam comigo lá, fisicamente, mas aprendi a carregar todos os ensinamentos deles. Quando subi ao palco, olho e não vejo meu treinador ao lado e minha mãe na plateia. É triste, mas os sinto como se estivessem ali comigo”.
Palla acabou o desafio com a sétima colocação. O título almejado não veio, mas o sentimento foi de um verdadeiro campeão. “Posso não ter vencido a competição, mas, na minha mente, venci meu pior adversário, eu mesmo”.
“Posso não ter vencido a competição, mas, na minha mente, venci meu pior adversário, eu mesmo”
Futuro
Com uma carreira brilhante pela frente, Palla foca agora nos próximos objetivos. Entre conquistas e superação, o fisiculturista vai moldando sua vida para viver este sonho. “O atleta fisiculturista precisa estar disposto a fazer o que for preciso e pelo tempo que for, disciplina, persistência e muita dedicação, não somente nos treinos e dietas, mas sim na vida”, observa.
Hoje auxiliado pelo treinador Junior Rodrigues, preparador de atletas de bodybuilder, ele divide com o profissional os méritos das conquistas, e lembra também da importância de patrocinadores que sempre estiveram ao seu lado.
O treinador de Palla explica que o atleta está passando por um período de ‘offseason’, em que há prioridade para o ganho de massa muscular. “Devido à pandemia esse ano, vamos trabalhar nesse formato”, comenta.
Sobre o Fisiculturismo
O fisiculturismo é a prática de exercícios que visa o desenvolvimento dos músculos corporais a partir do aumento no volume da massa muscular.
Em competições fisiculturistas os atletas sobem ao palco trajando vestimentas como sunga ou biquíni de cor opaca. Além disso, utilizam de bronzeadores, cremes e óleos para realçar a definição muscular, assim evidenciando cada músculo.
O culturista tem um minuto para apresentar sua performance, feita por meio de uma dança com música e coreografia. A partir disso, é que os juízes analisam força, proporção, tamanho, definição e a estética dos músculos.
Xavier Palla explica que, para começar na modalidade, é preciso orientação correta de um treinador, também de nutricionista e um médico esportivo de confiança.” Para mim, estar alinhado com os três profissionais é o mais importante, pois são princípios importantes para manter a saúde em dia”.
Fotos: Arquivo pessoal Matheus Xavier Palla