Depois de muita espera e quase 24 horas após ter um dos seus dirigentes acusado de racismo, o Brusque FC se manifestou oficialmente na noite deste domingo sobre as acusações do atleta Celsinho, do Londrina. O meia alega ter sido vítima de ofensas racistas no estádio Augusto Bauer (Leia aqui).
De acordo com relato de Celsinho à imprensa, o atleta foi chamado de “macaco” pelo presidente do Conselho Deliberativo do Brusque, Julio Petermann. Na súmula, o árbitro da partida relatou o termo “vai cortar esse cabelo de cachopa de abelha”, após ter sido procurado pelo jogador e pelo diretor de futebol do LEC após a partida.
Imediatamente ao episódio, a repercussão foi nacional. Veículos de todo o Brasil deram espaço ao caso, que teria sido o terceiro episódio de racismo sofrido pelo atleta somente nesta Série B. Desde então, o Brusque passou a ser cobrado por uma manifestação nas redes sociais por pessoas de diversos cantos do Brasil, e inclusive pelos próprios torcedores.
A nota foi divulgada apenas por volta das 19h30 deste domingo e nega veemente as acusações de racismo. Entre outras palavras, o Brusque chama Celsinho de oportunista e diz que “o atleta é conhecido por se envolver neste tipo de episódio”. O clube afirma que condena veemente qualquer tipo de ato que tenha conotação racista e nega que qualquer um de seus diretores tenha praticado o ato.
Por fim, o Brusque ainda diz que o depoimento do jogador apresenta contradições e que vai buscar todas as medidas cabíveis para a responsabilização do atleta pela falsa imputação de um crime. Leia abaixo a nota na integra.
“NOTA OFICIAL
O Brusque F.C., sua torcida, diretoria, comissão técnica e patrocinadores sempre foram, ao longo da sua história, absolutamente respeitosos com relação a todos os princípios que regem as relações desportivas e humanas. Jamais permitiríamos qualquer atitude de conotação racista em nosso Clube, que condena veementemente qualquer pensamento ou prática nesse sentido.
O atleta, por sua vez, é conhecido por se envolver neste tipo de episódio. Esta é pelo menos a 3a vez, somente este ano, que alega ter sido alvo de racismo, caracterizando verdadeira “perseguição” ao mesmo. Importante esclarecer que, ao árbitro, o atleta não relatou ter sido chamado de “macaco”, mas sim que teriam dito “vai cortar esse cabelo de cachopa de abelha”, o que constou da súmula e revela a total contradição nos seus relatos.
O Brusque F.C. reitera que nenhum de seus diretores praticou qualquer ato de racismo e tomará todas as medidas cabíveis para a responsabilização do atleta pela falsa imputação de um crime. Racismo é algo grave e não pode ser tratado como um artificio esportivo, nem, tampouco, com oportunismo.
A Diretoria.”