Home Lages e Região Serrana Paratleta das Leoas da Serra é exemplo de superação e coleciona medalhas

Paratleta das Leoas da Serra é exemplo de superação e coleciona medalhas

Fernanda Souza Ribeiro representa a equipe em competições estaduais, nacionais e sul-americanas

por Lucia Chaves
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Fernanda Souza Ribeiro, 29 anos, nasceu com lesão medular devido a um parto prematuro. Mas isso não a impediu de se tornar referência no esporte. Aos 12 anos, a jovem iniciou na natação por recomendações médicas por conta dos diversos benefícios, como fortalecimento, equilíbrio e qualidade de vida. Atualmente é paratleta das Leoas da Serra e representa a equipe em competições estaduais, nacionais e sul-americanas, tornando-se uma ‘leoa’ nas piscinas.

A nadadora, natural de São Joaquim, mudou-se para Lages em 2011 para fazer faculdade de Ciência da Computação e trabalhar como web design.

Na mesma época recebeu convite de uma associação de deficientes físicos para iniciar na natação profissional. Com três meses de treinos participou da primeira competição. “Depois que fui na primeira, fiquei encantada com a atmosfera, de atletas e resultados, então comecei a treinar cada vez mais para disputar as competições”, relata Fernanda.

Falta de apoio

A falta de recursos é apontada como uma das principais dificuldades enfrentadas por instituições que desenvolvem atividades esportivas para pessoas com necessidade especial. Fernanda conta que a falta de apoio financeiro e visibilidade são os maiores obstáculos no esporte. “Vejo muito a televisão dar espaço para atletas, Olimpíadas, e muito pouco para paratletas e Paraolimpíadas, então uma coisa leva a outra, na falta de visibilidade, falta patrocínios e apoio”, declara a nadadora.

“Vejo muito a televisão dar espaço para atletas, Olimpíadas, e muito pouco para paratletas e Paraolimpíadas, então uma coisa leva a outra, na falta de visibilidade, falta patrocínios e apoio”, relata Fernanda.

Conquistas

Ao longo da carreira Fernanda já conquistou 42 medalhas, sendo 17 de ouro, 15 de prata e 10 de bronze. Entre as douradas destacam-se os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc), competição em que ela conquistou oito medalhas. Em 2013 a nadadora disputou o Open Internacional em Buenos Aires (ARG), foi vice-campeã nos 50 metros borboleta e terceira colocada nos 100 metros peito.

Foto: Divulgação

Treinamentos

A paratleta treinava diariamente antes da pandemia, mas recentemente teve duas lesões que a obrigaram a diminuir os treinamentos. “Antes eu fazia 10 treinos por semana, durante a pandemia tive bursite e tendinite que me fizeram diminuir para dois. Tenho como meta treinar para melhorar os resultados e diminuir meu tempo”, explica Fernanda.

Adversidade não é empecilho

Fernanda diz nunca ter sentido sentimentos de preconceito. Ela sempre mostra o outro lado para as pessoas e se sente realizada com as conquistas. “Sinceramente, nunca tive esse sentimento, levo tão na boa, cresci com a cabeça tão preparada que eu sempre mostro o outro lado para as pessoas, e quando ouço alguém me vitimizando ou me enaltecendo pela deficiência (capacitismo), sempre mostro como me sinto realizada em todos os aspectos e como tenho conquistas a comemorar. Minha deficiência nunca me impediu de nada”, finaliza a paratleta.

“Sinceramente, nunca tive esse sentimento de preconceito, levo tão na boa, cresci com a cabeça tão preparada que eu sempre mostro o outro lado para as pessoas, e quando ouço alguém me vitimizando ou me enaltecendo pela deficiência (capacitismo), sempre mostro como me sinto realizada em todos os aspectos e como tenho conquistas a comemorar, minha deficiência nunca me impediu de nada”, finaliza a paratleta.

Fotos: Fom Conradi