Já dizia o ditado: “o tempo é cruel, mas um amor verdadeiro atravessa qualquer adversidade”. O passar dos anos é apenas uma delas, mas não é capaz de afastar verdadeiras amizades, mesmo apesar do longo tempo.
Uma prova disso foi a pelada realizada neste fim de semana entre cerca de 50 amigos brusquenses que se conheceram já pelo fim dos anos 90 e, cerca de 20 anos depois, se reencontraram num campo de futebol para reviverem os momentos marcantes da infância.
Todos tinham em comum duas coisas: o primeiro deles de serem jogadores de futebol, e ou outro o fato de representarem uma equipe da cidade. O grupo que jogou pelo Bruscão, formado por atletas nascidos no ano de 1986, era mais numeroso, com cerca de 30 jogadores. Pelo terceiro ano consecutivo, os amigos realizaram essa confraternização. Já outros 20 jogadores, da mesma faixa-etária, representaram a equipe do Paysandu, em partes… “É triste ter que falar de uma coisa ruim num momento como este. A gente não pediu nada para o Paysandu, apenas que nos emprestassem um uniforme e até isso nos negaram. Pediram R$ 500 para utilizarmos o campo, não havia essa necessidade. Só queríamos ter a nostalgia de entrar novamente no campo e sentir aquela sensação”, lamenta o hoje goleiro do Olaria e um dos responsáveis pela montagem do time, Jelson Alois Debatin. “A gente está aqui porque ama o Paysandu, e eles podiam dar um apoio pra gente. Não queríamos dinheiro, água, nada, só a camisa emprestada, porque olha que coisa bonita todos os atletas uniformizados com a camisa do Brusque, e nós fomos obrigados a improvisar um uniforme. Mas tomara que na próxima oportunidade isso toque o coração deles, pois estamos aqui por amor ao Paysandu”, completa o arqueiro.
Sem o estádio alviverde disponível, a partida entre Amigos do Paysandu e Amigos do Brusque FC foi realizada no sábado (30) pela manhã na Sociedade Angelina, que acolheu os atletas. A pelada, que contou com muitos momentos de alegria e descontração, acabou em 3 a 1, de virada para o time alviverde. O único gol do Brusque foi marcado por Marcio Douglas, de pênalti, enquanto Edenisio, Altair Xuxa e Bruninho fizeram os gols do Paysandu.
Mas o resultado foi o que menos importa. Ao fim do jogo, ainda sobrou tempo para comida, boa música e uma boa dose de diversão. O sábado foi pequeno para tanta comemoração. “É um prazer imenso estar com estes caras que fizeram parte da minha vida por muitos anos. Vivi muitos momentos da minha adolescência ao lado deles. Foram muitos títulos, jogos, viagens. Queria ainda salientar a importante participação do Alemão (Carlos Evandro Hellmann), que mobilizou o pessoal que jogou no Paysandu, e do Marcio Douglas, pelo Brusque, para que tudo isso acontecesse”, afirma Jelson.
Marcio Douglas diz que o mais importante é ver que todos viraram bons homens e hoje podem se reunir para celebrar, mesmo tanto tempo depois. “Esse já é o terceiro ano do nosso grupo, e o Paysandu reuniu o pessoal pela primeira vez. Falta muita gente ainda, mas esperamos que eles continuem e possam se fortalecer como a gente vem fazendo ano após ano”, diz.
O duelo entre as equipes brusquense também foi especial para quem esteve no apito. Robson Machado, o Bob, era o treinador dos meninos na época e foi outro personagem marcante na vida dos atletas. “Para mim é uma satisfação muito grande estar aqui e dar minha contribuição. Praticamente todos estes meninos passaram pela minha mão, então fico muito feliz. Claro que muitos não atingiram o objetivo, que eram clubes maiores, mas graças a Deus estão bem encaminhados, todos têm seu serviços, e são meninos bons, isso é gratificante. Creio que ajudei bastante esses meninos, pois consegui passar o principal para eles, que é a educação”.
Foto: Sidney Silva/EsporteSC
