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“Retorno às atividades pós-covid”, na coluna de Volnei Corrêa da Silva

Na coluna de hoje, Dr. Volnei explica alguns procedimentos que devem ser adotados para o retorno das atividades aos atletas que positivaram covid-19.

por Volnei Corrêa da Silva
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Notou-se no decorrer da pandemia COVID um número considerável de casos de MORTE SÚBITA em atletas que tinham tido a doença COVID há pouco tempo.

A pandemia da COVID vem nos mostrando situações clínicas no dia a dia que nos fazem ficar em alerta máximo quando da importante decisão do retorno as atividades esportivas de atletas pós ter tido doença COVID. Dentro delas, uma que mais preocupa, é o comprometimento cardíaco que pode ser encontrado em pacientes durante e após a doença de COVID. O coração pode levar até 3 meses para se recuperar de uma miocardite (processo inflamatório do músculo cardíaco) ocasionada pela COVID.

A pandemia do COVID que aflige o mundo inteiro, vem interferindo na realização de todas as competições esportivas, seja municipal, regional, estadual, nacional ou mundial.  Agora, no início de 2021, vem acontecendo a publicação de proposta de calendário esportivo nas mais variadas modalidades esportivas. Com isso, vem acontecendo, dia após dia, a organização, apresentação, início dos treinamentos de atletas e equipes visando a temporada 2021. Neste contexto há necessidade de preocupação, com aqueles atletas que tiveram COVID e estão voltando a atividade física de maneira intensa, por todas as pessoas envolvidas no meio esportivo, principalmente pelos próprios atletas.

A COVID leva, segundo Marcos Perillo Filho, a sinais de alterações cardiológicas em 8 a 12 % das pessoas que tiveram a doença. O problema é que, muitas vezes essas alterações, não são acompanhadas de sintomas.  Ela causa um processo inflamatório no músculo cardíaco que pode levar a uma arritmia e consequentemente MORTE SÚBITA, mas, ainda não se confirmou, que esses casos observados durante a pandemia, tem relação direta com as alterações cardíacas decorrentes da Covid.  Tudo nos leva a pensar que esta correlação é verdadeira. A COVID é uma doença nova aonde, com ela, aprendemos diariamente.

Sabendo desta situação é importantíssimo haver uma avaliação pré-participativa em todos os atletas, sejam eles recreacionais ou competitivos que tiveram a COVID. Quando falo em competitivo incluo atletas amadores e profissionais. Hoje muitos atletas amadores praticam atividade física quase tão ou mais intensa que os profissionais

Já temos publicações científicas com sugestões de protocolos orientando como proceder a avaliação dos atletas que tiveram COVID e querem retornar as atividades esportivas. 

Todas elas são unânimes em apontar a necessidade de avaliação médica, de preferência cardiológica, nos atletas que tiveram COVID e que querem retomar as atividades esportivas

A avaliação pré participativa é extremamente necessária e fundamental na prevenção da morte súbita. Isto para todos os atletas e agora, principalmente, para aqueles que tiveram COVID e querem voltar a prática do esporte com segurança.

Queria deixar aqui o meu agradecimento especial ao Dr. Alexandre David Ribeiro, cardiologista, por ter me municiado com material confiável para elaboração desta coluna.

Sobre o colunista

O médico Volnei Corrêa da Silva se junta ao nosso timaço de colunistas no EsporteSC Lages. Especialista em Cirurgia do Joelho em Lyon/França e Médico de Equipe pelo Futbol Club Barcelona, Volnei tem 51 anos e é Natural de Ibirubá (RS). Desde 1997 mora em Lages.  Atualmente é médico do Leoas da Serra, time de Futsal Feminino de Lages, e também médico da Seleção Brasileira de Futsal Feminino. Professor do curso de Medicina na Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), Volnei também atua na CLINITRAUMA Ortopedia e Traumatologia, em Lages.