Figura conhecida no meio esportivo, Delmar Tondolo é o novo superintendente da Fundação Municipal de Esportes de Brusque. Ex-treinador de handebol e profissional envolvido com esporte há mais de 40 anos, Delmar assume no lugar do ex-jogador do Brusque e ex-gerente do Sesc, Edemar Luiz Aléssio, o Palmito, que foi exonerado da função após pouco mais de 10 meses no cargo.
Formado em Educação Física pela Escola Superior de Educação Física de Cachoeira do Sul (RS), Delmar também é formado em Gestão do Esporte. Atualmente, além de já trabalhar na Fundação de Esportes, é conselheiro regional de Educação Física. Já chegou a trabalhar como superintende da FME Brusque entre 2015 e 2016, então na gestão interina de Roberto Prudêncio Neto.
Nesta entrevista ao EsporteSC, o novo gestor da FME comenta sobre os desafios da pasta e o que pensa para o esporte do município. Confira a entrevista.
EsporteSC – Como surgiu esse convite para assumir a FME Brusque?
Delmar – Foi uma surpresa na realidade (risos). Não esperava, nesse momento, vir a assumir a FME. É uma área que trabalho há bastante tempo, já exerci vários cargos aqui dentro da fundação, como diretor, superintendente, neste momento estava como chefe-administrativo e financeiro. Realmente foi uma surpresa quando o prefeito me chamou para assumir o cargo como diretor-geral.
EsporteSC – O que mudou na estrutura do esporte, da primeira vez que esteve no comando da pasta e agora. Houve evolução ou o município precisa dar passos maiores?
Delmar – Acho que o esporte de Brusque precisa dar passos maiores, rever muitas coisas. Já tivemos prefeitos que deram muito valor ao esporte e outros nem tanto. Uma coisa eu sempre bato é que falta política pública para o esporte, independente de prefeito, para que o esporte mantenha seus eventos e sua representatividade. Há cerca de 10, 15 anos, éramos referência. Mas ficamos nesta questão do berço esplêndido, dos Jogos Abertos de Santa Catarina, e hoje somos nós que temos que buscar informações de outros municípios. Temos que voltar a ser um polo novamente de atletas, pois há um potencial muito grande.
EsporteSC – Como foi o primeiro contato com o prefeito?
Delmar – Neste primeiro contato, uma das coisas que me fez aceitar, e ele até escreveu no papel algumas propostas… de buscarmos esse engajamento e implementarmos essa política pública. O foco é o esporte de base. Nossa intenção é desenvolver o trabalho baseado em Olesc e Joguinhos Abertos. Logicamente que vamos continuar trabalhando da mesma forma com as equipes que disputam competições nacionais e Jogos Abertos, mas o foco maior será na base, com atletas de Brusque representando nossa cidade.
EsporteSC – Hoje o Bolsa-Atleta consome mais de 50% do orçamento, como fazer com que esse benefício possa ser melhor utilizado e não esteja suscetível as indicações políticas?
Delmar –Já temos para o ano de 2023 uma nova proposta de lei do Bolsa-atleta, trazendo mais transparência e requisitos para que o atleta realmente tenha condições de ter a bolsa, com valores já pré-determinados em cada setor. Da mesma forma ocorre com o Bolsa Técnico. Vamos entregar ao prefeito para analise para que, se possível, ainda em novembro seja encaminhado para a Câmara. Queremos dar mais clareza e transparência em todos os requisitos.
EsporteSC – Como avalia a estrutura da fundação hoje e a questão da Arena Brusque?
Delmar –Um pedido que fizemos ao prefeito e ele concordou é o de refazer a estrutura da FME, readequando o que há necessidade dentro da realidade de Brusque. Sobre a questão da Arena Brusque, costumo dizer que ela é igual um kinder ovo: conhecemos toda a Arena, mas sabemos pouco de algumas coisas que surgem repentinamente.
Existem algumas propostas: uma delas é da de terceirização, e a outra seria através de patrocínios, que possa nos gerar receitas para manutenção. Temos os problemas das goteiras, mas também uma grande preocupação que é a parte elétrica.
A terceira alternativa é buscarmos recursos a nível federal e também estadual para fazer essa reforma necessária, a fim de minimizar ao máximo possível as questões que temos aqui.
EsporteSC – Existe algo mais efetivo sobre esse assunto, já que houve um compromisso do governo em resolver essas questões?
Delmar – Queremos resolver esse problema. No caso das goteiras, é preciso colocação de uma manta asfáltica no telhado, isso já tem custo de. em torno, de R$ 600 a 700 mil e um prazo pré-determinado de validade, não isenta 100%, talvez sane os problemas por 10 anos.
O ideal de tudo, segundo os engenheiros, é a troca do telhado, mas hoje esse ‘probleminha’ está em torno de R$ 4 milhões e meio a cinco. Aí temos que buscar a solução. E, como disse anteriormente, temos que fazer a questão da parte elétrica, para poder fazer eventos maiores com segurança, pois há um consumo de energia maior e podem ocorrer algumas situações. Para esse investimento, precisamos de cerca de R$ 1,5 milhões. É um custo muito grande de toda essa estrutura.
EsporteSC – O que a população de Brusque pode esperar da fundação sob a sua gestão?
Delmar – Muito empenho, porque já dediquei vários anos da minha vida trabalhando no esporte da cidade. Ao longo da minha vida, desenvolvi vários projetos e situações tentando estruturar o esporte, lamentando os momentos em que o esporte ficou totalmente de lado, com estrutura ínfima, e duas pessoas para cuidar de todo o esporte da cidade… E sou um sonhador, como na questão dos Jogos Abertos, aquele espírito encarnou em mim, pois trabalhei com Rubens Fachini e seu Pipoca. Na diretoria geral da FME não vou deixar de lado isso. Quero buscar, com todo conhecimento que tenho, ajudar pessoas e montar uma estrutura do esporte para a cidade.