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Paralimpíadas Rio 2016

O paraciclismo brasileiro estreou oficialmente na sexta-feira (9) nos Jogos Paralímpicos Rio2016. Soelito Gohr,…

por Sidney Silva
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O paraciclismo brasileiro estreou oficialmente na sexta-feira (9) nos Jogos Paralímpicos Rio2016. Soelito Gohr, Lauro Chaman e Marcia Fanhani debutaram no Velódromo Olímpico e começaram bem a disputa diante dos melhores atletas do mundo na prova de 1km contrarrelógio.

As classes C4 e C5 masculina competiram juntas e uma disputa eletrizante agitou o público, que viu duas quebras de recorde paralímpico na mesma prova. Primeiro o espanhol Alfonso Cabello Llamas (C5) cruzou em 1min04s494 e estabeleceu o melhor tempo paraolímpico na sua categoria, mas ai veio o britânico Jody Cundy (C4) e surpreendeu ainda mais, fechando a prova em 1min02s473 e garantindo a medalha de ouro. Llamas acabou com o bronze e a prata foi para o eslovaco Josef Metelka. Lauro Chaman foi o melhor brasileiro, alcançando com muita garra o 12º lugar. Soelito Gohr, que já está na sua terceira paralimpíada, encerrou na 18ª posição.

“Foi uma disputa muito acirrada. A competitividade está grande e cada detalhe faz a diferença no velódromo. Vamos continuar trabalhando para colocar o Brasil na melhor posição possível e alegrar essa torcida, que realmente me surpreendeu, vibrando muito. Essa força das arquibancadas é muito motivadora”, disse Lauro após a prova.

O Velódromo Olímpico do Rio de Janeiro foi ao delírio no sábado (10). O brasileiro Lauro Chaman alcançou o top-4 na prova de perseguição individual, classe C5, que teve o ucraniano Yehor Dementyev como grande campeão olímpico. Completaram o pódio o australiano Alistair Donohoe, com a prata, e o colombiano Edwin Matiz Ruiz, bronze.

Pela manhã, Lauro apresentou uma performance muito consistente e um ritmo muito forte na etapa classificatória, terminando com o quarto melhor tempo da prova e partindo para o confronto direto contra Edwin Matiz Ruiz pela medalha de bronze. O duelo foi bastante competitivo, mas o jovem colombiano de apenas 23 anos, medalhista parapanamericano em Toronto2015, acabou surpreendendo novamente e conquistou o terceiro lugar. Ainda na mesma prova, o brasileiro Soelito Gohr terminou na 9ª colocação.

Com esse resultado, Lauro iguala o feito de João Schwindt (falecido no final de 2012), melhor resultado do país em Jogos Paralímpicos, com o quarto lugar na prova de resistência no paraciclismo de estrada, em Londres2012.

“Para mim é uma honra poder defender meu país nos Jogos Paralímpicos, ainda mais em casa. A torcida pode ter certeza que fiz meu melhor para conquistar a medalha, mas infelizmente por detalhes ela não veio. De qualquer forma acredito que é um bom resultado para o paraciclismo brasileiro, que mostra grande evolução diante das principais potências da modalidade”, destacou Lauro.

A quarta-feira (14) foi histórica para o paraciclismo brasileiro. Lauro Chaman surpreendeu e ficou com a medalha de bronze na disputa da prova de contrarrelógio masculino, categoria C5, dos Jogos Paralímpicos Rio2016. O brasileiro encerrou as duas voltas do percurso de 30 quilômetros pelo Recreio dos Bandeirantes em 37min37s43, ficando atrás apenas do ucraniano Yehor Dementyev, ouro (36min53s23), e do australiano Alistair Donohoe, prata (37min33s36).

O resultado inédito comprova a evolução do paraciclismo brasileiro e também a boa fase de Lauro Chaman, que terminou a menos de cinco segundos da medalha de prata. No último ciclo olímpico, o atleta natural de Araraquara (SP) subiu ao pódio de diversas provas de alto nível do calendário internacional, incluindo algumas etapas da Copa do Mundo de Paraciclismo e também do Mundial da modalidade, e ainda conquistou três medalhas no ParaPan de Toronto2015.

No último domingo (10), Lauro igualou o feito de João Schwindt, melhor resultado do país no Paraciclismo de Pista em Jogos Paralímpicos (quarto lugar na prova de resistência no paraciclismo de estrada, em Londres2012), conquistando o Top4 na prova de perseguição individual, classe C5. Depois de passar muito perto do pódio na pista, o ciclista ficou ainda mais motivado para as provas de estrada. O brasileiro manteve um ritmo forte do inicio ao fim. Já na primeira parcial, com 15 quilômetros, Lauro cravou o terceiro melhor tempo e suportou muito bem a pressão dos adversários levando a torcida local a loucura ao cruzar a linha de chegada em terceiro lugar. Ainda na mesma categoria, Soelito Gohr terminou na 9ª colocação.

“Não tenho palavras para descrever esse momento. É muito gratificante ajudar meu país a subir no pódio, mas uma emoção única conquistar uma medalha paralímpica, ainda mais em casa, com a torcida toda gritando seu nome, te motivando. Esse resultado é fruto de muito suor, treino, sacrifícios… Nossa modalidade vem crescendo muito nos últimos anos e espero que isso ajude a fomentar ainda mais o paraciclismo em todo o Brasil”, contou o medalhista paralímpico.

O paraciclismo brasileiro encerrou com chave de ouro sua participação nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Depois da inédita medalha de bronze na prova de contrarrelógio individual, conquistada na quarta-feira (14), Lauro Chaman teve mais uma grande performance no sábado (17) e foi o vice-campeão da classe C5 na prova de resistência disputada no Pontal. O ouro ficou com o holandês Gebru Abrahan e o bronze foi para o italiano Andrea Talão. O resultado de Chaman foi muito comemorado uma vez que é o melhor do país na história dos Jogos.

“Não dá pra resumir com palavras a emoção que estou sentindo, que estou vivendo nesses últimos dias. Na quarta-feira, quando conquistei o bronze foi um sonho, ainda não tinha caído a ficha totalmente. Agora com a prata na resistência fechamos os jogos de forma muito positiva”, comemorou Lauro.

A última prova de ciclismo dos Jogos Paralímpicos foi um dos percursos mais desafiadores já montados. Os paratletas tiveram que enfrentar um terreno sinuoso e exigente durante todo o trajeto. Muitas subidas e trechos técnicos fizeram a prova ser considerada uma das mais disputadas e duras da história. A equipe brasileira largou na categoria C5 masculina com os ciclistas Lauro Chaman e Soelito Gohr.

Mesmo com o tempo nublado, o sol não deixou de sair e a torcida compareceu em peso para prestigiar. Isso acabou motivando muito os atletas. Lauro ficou entre os líderes praticamente todo o percurso. Ainda no início da prova, o brasileiro saiu em fuga com o italiano Addesi Pierpaolo e o tcheco Jiri Jezek. Os três ciclistas passaram a primeira volta na liderança da competição com 51 segundos de vantagem sobre o grupo principal.

Com o desenrolar da prova, os líderes foram alcançados e uma nova situação de corrida foi definida. O grupo principal se fracionou em pequenos grupos até surgir uma nova liderança com os atletas Yehor Dementyev (Ucrânia) e Alistair Donohoe (Austrália), seguidos de perto pelo holandes Daniel Abraham e o brasileiro Lauro Chaman. Nos metros finais, após uma queda envovendo os ciclistas Yehor e Alistair, o título acabou ficando para Daniel Abraham, que faturou ouro com o tempo de 2h13min08. Lauro se manteve sempre na perseguição e resistiu firme até o final, conquistando a inédita medalha de prata com 2h13s46, seguido pelo italiano Andrea Tarlão, bronze, com o mesmo tempo. Soelito Gohr terminou na 14ª colocação.

“Competimos contra as melhores nações do mundo e mostramos o nosso valor, que temos condições de brigar de igual para igual em qualquer prova, ainda mais competindo em casa com essa torcida maravilhosa. Mais uma vez preciso agradecer e destacar o apoio incondicional desse pessoal que mesmo debaixo de sol escaldante marcou presença e gritou até o final para nos incentivar. Foi simplesmente incrível receber essa energia” contou Lauro, que entra para a história do país como o único paraciclista medalhista em Jogos Paralímpicos e também único a somar duas medalhas.

Fechando as provas do paraciclismo, a dupla brasileira da Tandem B feminina (categoria para deficientes visuais) formada pela paratleta Marcia Fanhani e sua guia Mariane Ferreira, competiram na prova de resistência e terminaram na 15ª posição. O ouro ficou com Polônia, a prata com a Irlanda e o bronze com a Nova Zelândia.

Fatalidade
Durante a prova de resistência da categoria C4-C5, o ciclista iraniano Bahman Golbarnezhad acabou caindo durante a descida de Grumari, perto da Prainha, e se chocou forte contra uma pedra. O paratleta de 48 anos, que era amputado da perna esquerda, sofreu uma parada cardíaca e faleceu logo ao chegar no hospital.