Depois de toda repercussão sobre o caso de racismo envolvendo o Brusque FC e o jogador Celsinho, do Londrina (PR), na última terça-feira (31), o ocorrido também foi discussão na sessão da Câmara de Vereadores. No último sábado (28), depois do duelo válido pela 21ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, o meia da equipe paranaense alegou que foi alvo de injurias raciais por parte da diretoria do Quadricolor no estádio Augusto Bauer. O caso ainda é investigado.
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Vereador e diretor do clube reforça que Brusque “jamais desrespeitou a questão de racismo”
O vereador André Rezini (Republicanos), que também integra a diretoria do clube, disse que o Brusque sempre esteve ao lado de movimentos antirracistas. Na sessão, o vereador ainda se emocionou ao falar do que os dirigentes e clubes vêm passando com a repercussão.
“Quem nos conhece, sabe que o Brusque jamais desrespeitou a questão de racismo. Fazemos esse trabalho a longo prazo. Nosso clube tem muitos funcionários e jogadores negros. Não cabe a mim julgar se é racismo, mas o clube e os dirigentes foram colocados numa vala comum e a gente vem passando por dias difíceis” ressalta Rezini.
Além disso, Rezini ainda comentou que a família e os dirigentes do clube estão sendo atacados e que o caso precisa de tranquilidade.
“Se for provado na justiça que esse cidadão cometeu algum ato racista, vamos punir. Mas não podemos julgar e colocar todos como racistas, minha família e os dirigentes estão sendo atacados. Passamos um momento conturbado por uma nota infeliz que o corpo jurídico divulgou. Temos que ter tranquilidade para entender o que aconteceu. Mas vamos trabalhar em campanhas para avançar nesta situação”, completou.
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Vereadora sugere que clube organize campanhas
A vereadora Marlina Oliveira (PT) fez requerimento para o envio de mensagem à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) manifestando solidariedade às campanhas de combate desta ligadas às manifestações discriminatórias registradas nos estádios de futebol pelo Brasil.
“A sociedade mostrou que não cabe mais uma questão como essa passar despercebida. Quando as instituições lidam com esse assunto de maneira minimalista, demostra que há muito para discutir sobre essa questão. Precisamos combater o racismo em todas as instâncias. Tenho noção que processos antirracistas podem ser aprendidos” destaca Marlina.
Ela classificou a postura do clube como infeliz e que não reflete, de forma alguma, o sentimento respeitoso da sociedade brusquense. Ela também sugeriu que o clube organize campanhas para combater o racismo na cidade.
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Deivis se solidariza com Celsinho
Além de Marlina, o vereador Deivis da Silva (MDB) também se solidarizou com o Celsinho e se disse envergonhado pela repercussão. Ele espera que a comunidade evolua com o caso.
“Eu, que sempre acompanhei, fiquei muito triste com a repercussão. Sempre tecemos honrarias ao clube, hoje venho no dever de usar a tribuna para repudiar o ato contra o jogador do Londrina, tanto na partida, quanto na nota, que li de forma estarrecida. Foi uma verdadeira tragédia escrita. Não se trata de condenar, o Brusque é um clube do povo e sabemos que somos muito mais do que isso. É hora de darmos um basta no preconceito. Que o clube e todos nós aprendamos com isso” ressalta Deivis.
Foto: Lucas Gabriel Cardoso