Home Grande Florianópolis Especial Dia da Mulher: Repórter de EsporteSC viu no jornalismo oportunidade de acompanhar o filho em eventos esportivos

Especial Dia da Mulher: Repórter de EsporteSC viu no jornalismo oportunidade de acompanhar o filho em eventos esportivos

Marcelli Silva trabalha no EsporteSC Lages e acompanha a equipe de handebol da cidade desde 2012

por Sidney Silva
0

Que mãe não gostaria de acompanhar os filhos 24 horas por dia? Muitas fariam de tudo para estar ao lado deles até naqueles momentos em que isso não é permitido. Foi pensando nisso que a catarinense Marcelli Silva resolver buscar alternativas para estar mais próxima dos filhos Kevin e Tiago, que começaram cedo o sonho de se tornarem jogadores de handebol.

Ela acompanha o Handlages, time de handebol de Lages, desde 2012, e passou a se interessar cada dia mais pela modalidade, conforme os filhos foram ganhando destaque dentro de quadra. “Tenho 3 filhos e meus dois menores começaram a praticar handebol na mesma época. O Kevin tinha apenas 7 anos e o Tiago, mais conhecido por Ceny, tinha 12. Por eles serem muitos novos, sempre os acompanhava durante os treinos, três vezes por semana, após as aulas, das 17h30 às 19h”, conta Marcelli. “Com o tempo, o Tiago começou a fazer parte da equipe escolar e do rendimento Sub-13. As viagens começaram a ser frequentes. Eu queria acompanhar ele e não podia, porque junto com os atletas só era permitida a equipe técnica”, relata a mãe.

“Tenho 3 filhos e meus dois menores começaram a praticar handebol na mesma época. O Kevin tinha apenas 7 anos e o Tiago, mais conhecido por Ceny, tinha 12. Por eles serem muitos novos, sempre os acompanhava durante os treino”, Marcelli Silva, mãe e repórter de EsporteSC

>> Leia também
Lages tem academia só para elas
– Em Itajaí, após 102 anos Marcílio Dias tem primeira mulher como conselheira
– Lugar de mulher é no pódio
– Uma leoa fora de quadra

Sem poder ver o filho de perto, Marcelli buscou uma alternativa. “Eu sempre amei esporte e estar no meio das crianças e acompanhar meu filho era minha paixão. Pensa numa geração de ouro essa dos meninos de 2001, ganharam todos os campeonatos que disputaram. Vou arriscar dizer que ficamos umas três vezes com o bronze. Sempre nas finais lá ia eu fazer uma excursão de pais para irmos ver as decisões dos torneios”, lembra ela, orgulhosa da aventura ao lado de outros pais: Samara, Daniela, Cris e Sandra. “Teve um dia que não consegui lotar a Van porque era um valor muito alto, por ser uma cidade mais distante. Daí veio a ideia de fazer a Faculdade de Educação Física. Comecei o curso e me tornei auxiliar do técnico. Na época consegui arrumar um trabalho na escola como monitora esportiva no projeto ‘Mais Educação’. Resolvi meus problemas e nunca mais fiquei de fora das competições”, comemora.

“Sempre nas finais lá ia eu fazer uma excursão de pais para irmos ver as decisões dos torneios”

Marcelli Silva em ação na cobertura do Handlages

Junção do útil com o agradável
Marcelli cursou a Faculdade de Educação Física por 6 semestres, mas, em virtude de problemas financeiros, foi obrigada a largar os estudos. Ela não imaginava, no entanto, que uma nova porta se abriria. “Em 2019, o Handlages tinha acabado de fazer uma parceria com a Uniplac (Universidade do Planalto Catarinense) e precisava de alguém para fazer a parte de divulgação e marketing do clube. Como eu acompanho a equipe desde 2012 e já vinha fazendo esse trabalho como mãe, eles me convidaram sem pensar duas vezes”, diz ela.

“Em 2019, o Handlages tinha acabado de fazer uma parceria com a Uniplac (Universidade do Planalto Catarinense) e precisava de alguém para fazer a parte de divulgação e marketing do clube. Como eu acompanho a equipe desde 2012 e já vinha fazendo esse trabalho como mãe, eles me convidaram sem pensar duas vezes”

Mais do que fazer parte da assessoria de imprensa do Handlages, Marcelli voltou a ganhar uma oportunidade de fazer um curso superior. “O clube me deu uma oportunidade, sem eu ter experiência nenhuma no assunto, e de brinde ganhei minha faculdade de jornalismo. Sou  muito grata por fazer parte de tudo isso”, comenta ela.

“O clube me deu uma oportunidade, sem eu ter experiência nenhuma no assunto, e de brinde ganhei minha faculdade de jornalismo”

Recentemente, Marcelli ainda ganhou mais um motivo para comemorar. Desde janeiro ela faz parte junto com outra repórter e um editor da equipe do EsporteSC em Lages. “Quando o Fom (editor de EsporteSClages.com.br) me convidou para fazer parte da família EsporteSC eu nem acreditei. Quando ingressei na faculdade de jornalismo não imaginava que iria trabalhar na área esportiva tão cedo, pois estou só na terceira fase do curso. Vejo essa oportunidade como uma forma de evoluir profissionalmente aprendendo com os melhores da área esportiva de Santa Catarina”, afirma ela, que já tem se destacado contando, por meio de reportagens, as principais notícias do esporte de Lages e região. “Me sinto vitoriosa por ser mais uma entre tantas mulheres nessa batalha; que precisa provar o quanto somos capazes de exercer as mesmas funções que os homens. Não é verdade que mulher é frágil, somos batalhadoras, corajosas e determinadas, por isso conseguimos chegar onde desejamos”, finaliza a mãe repórter.

“Me sinto vitoriosa por ser mais uma entre tantas mulheres nessa batalha; que precisa provar o quanto somos capazes de exercer as mesmas funções que os homens. Não é verdade que mulher é frágil, somos batalhadoras, corajosas e determinadas, por isso conseguimos chegar onde desejamos”

Fotos: Fom Conradi/Especial EsporteSC