A primeira vez que comportamentos relacionados à síndrome de Burnout foram relatados foi na década de 70, percebidos primeiramente em profissionais que cuidavam de outras pessoas, como no caso de áreas da saúde. Desde então, esse fenômeno é abordado e estudado em outros contextos também, como na educação, trabalho e esporte. O Burnout pode ser definido como uma exaustão física e emocional, consequência de uma exposição prolongada à contextos estressores, que muitas vezes resulta no afastamento daquilo que antes era prazeroso.
Um atleta que está passando por esse processo poderá perceber algumas características como:
(a) Exaustão física e emocional, com perda acentuada de prazer, interesse e autoconfiança.
(b) Sentimentos de baixa realização pessoal, baixa autoestima, fracasso e depressão.
(c) Despersonalização e desvalorização. A despersonalização geralmente atinge profissionais de apoio, como técnicos e professores, que se engajam em comportamentos impessoais e insensíveis aos indivíduos. Nos atletas, costuma-se perceber uma desvalorização pelo esporte.
Embora não seja tão simples chegar nesse ponto devido ao estresse, o ideal é estar atento a qualquer indício de surgimento desses sintomas, para que assim possa se intervir mais rapidamente. Sempre é importante lembrar do aspecto interacional do comportamento humano, que nesse caso não é diferente. Uma pessoa que é acometida por esses sintomas não é alguém sem motivação, sem vontade, estressado ou covarde. Utilizar esses rótulos só tende a agravar a situação e resultar naquilo que ninguém quer: uma tocha apagada.
Foto: Divulgação
Sobre o colunista

Gustavo Assi é psicólogo formado pela Unifebe e pós-graduado em Neuropsicologia pela Uniara. Atua como psicólogo clínico e, dentre todas as demandas, atende, também, atletas por meio de consultoria em psicologia do esporte e do exercício.