Coluna Saúde do Atleta – Por: Volnei Corrêa da Silva
O desconhecimento desta perda de rendimento, faz com que o cuidado com a hidratação antes, durante e após a atividade física seja bastante negligenciado pelos atletas.
Quando falamos em desidratação não estamos falamos naquela situação grave que leva a uma prostração, hipotensão e até muitas vezes desmaio que vemos frequentemente nas pessoas com infecções gastrointestinais.
Pequenos distúrbios hidroeletrolíticos na casa de 2% do peso total corporal levam a uma grande perda de rendimento na prática da atividade esportiva (1,5l numa pessoa de 70kg). Chega-se a perder 2 litros de líquido corporal, pelo suor, em 1 hora de atividade física intensa. Claro que isso depende da questão fisiológica do atleta, estação do ano, temperatura climática, umidade atmosférica e intensidade da atividade. Isto é facilmente calculado e previsto pela seguinte fórmula:
(Peso antes – peso depois do exercício) + (volume líquido ingerido – volume de urina). Isto dividido pelos minutos de atividade física x 60 minutos. Teremos como resultado o volume de suor/hora.
Esta fórmula nos permite avaliar a necessidade de reidratação do atleta durante a atividade física.
Alguns aspectos importantes que devemos levar em conta no que tange a hidratação.
A hidratação deve começar antes da realização da atividade física com a ingestão de 300 a 500ml de líquido ao menos 2 horas antes. Durante a atividade física manter o consumo de no mínimo 500 a 1000ml de liquido po hora. Após a atividade física repor mais que o desequilíbrio (150%) ocasionado, caso o balanço hídrico seja negativo.
Devemos procurar fazer a ingestão de líquidos em pouca quantidade e de maneira frequente. Evitar ingerir grande volume de uma vez só.
Não deixar sentir sede para depois fazer a ingestão de líquidos.
Precisamos lembrar que, no suor, não se perde somente água. Temos perda de íons importantes no bom funcionamento muscular, cardiovascular e cerebral. Sistemas importantíssimos no bom desempenho esportivo. Então bebidas esportivas são utilizadas para minimizar e repor estas perdas.
Ter um esquema personalizado de hidratação, realizá-lo durante os treinamentos para estar bem adaptado a ele nas competições, irá minimizar e até mesmo evitar a perda de rendimento resultante do desequilíbrio hidroeletrolítico ocasionado pela regulação da temperatura corporal durante a prática esportiva.
Especialista em Cirurgia do Joelho em Lyon/França e Médico de Equipe pelo Futbol Club Barcelona, Volnei Corrêa da Silva tem 51 anos e é natural de Ibirubá (RS). Desde 1997 mora em Lages. Atualmente é médico do Leoas da Serra, time de Futsal Feminino de Lages, e também médico da Seleção Brasileira de Futsal Feminino. Professor do curso de Medicina na Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), Volnei também atua na CLINITRAUMA Ortopedia e Traumatologia, em Lages.